Capítulo Único

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A vida de Deidara era calma e pacífica em Iwagakure no Sato. Ninja habilidoso de elite, considerado um prodígio para sua idade, Deidara se tornou efetivamente um ninja renegado ao roubar o kinjutsu de sua vila, fugindo para sua independência e liberdade de expressão – coisa que não tinha em Iwa. Assim, se viu um mercenário bombardeiro aos treze anos de idade.

Seus feitos explosivos foram rapidamente vistos pelos cinco cantos do Mundo Shinobi, inclusive pela organização secreta denominada Akatsuki. Em seus últimos dias de fugitivo, Deidara estava prestes a sair de um templo após roubar seus tesouros e pergaminhos secretos quando foi surpreendido por um trio de ninjas misteriosos. Um ruivo dizia ser o líder; o outro se escondia em uma enorme marionete; e o último, sombrio, dava uma sensação estranha em Deidara. O nome daquele maldito era Uchiha Itachi.

O líder pôs-se a frente dos outros dois, mostrando sua hierarquia, discursando algo sobre a proeminência de Deidara em seus terrorismos e em como seu nome era reconhecido pelas cinco grandes nações. Por fim, fez uma proposta que julgava ser irrecusável: propunha para Deidara uma vaga dentro da Akatsuki.

Deidara, obviamente, recusou. Seu único objetivo ao sair de Iwa havia sido para poder ser livre. Poder expressar sua arte suprema onde quisesse, quando quisesse e como quisesse, laços e afiliações com normas apenas atrapalhavam seus objetivos. Para Deidara, apenas sua arte importava.

A Akatsuki não aceitou sua proposta, tentando convencê-lo mais algumas vezes, sendo negados em todas. Foi quando o membro misterioso deu alguns passos para frente, dizendo que, se Deidara o derrotasse em um duelo – ali e agora –, poderia sair livremente e nunca mais seria incomodado pela organização. Sabendo ser um ninja extremamente habilidoso, Deidara aceitou, atacando-o.

Qual foi a surpresa de Deidara ao ser derrotado. Não só derrotado, humilhado. Itachi, de longos cabelos e olhos intensos como a noite sem estrelas, venceu o duelo ao usar apenas um ataque: genjutsu. A supremacia do sharingan do Uchiha irritou profundamente o shinobi – agora, nukenin membro da Akatsuki – de fios dourados; não só pela derrota, Deidara havia perdido uma meia dúzia de vezes em seus catorze anos, porém o pior de tudo era ter sua arte dada como ridícula. Ser humilhado por um mero doujutsu sanguíneo. Como aquilo o irritava!

Desde aquele dia, o ódio por Uchiha Itachi e seu sharingan apenas aumentava.

Deidara se familiarizou rapidamente com os outros membros da organização. Konan era gentil, fazendo os melhores penteados em seus cabelos; Hidan era escandaloso e boca suja, sempre enchendo sua paciência; Pain, o líder, era calado e quando falava eram coisas sobre “ser um deus”; e Sasori, por fim, era seu parceiro de equipe, um artista como ele, alguém que julgou ser sábio, seu mestre. De todos, aqueles eram seus favoritos. O mais odiado, logicamente, continuou sendo Itachi.

Itachi era o estereótipo de shinobi perfeito: habilidoso em ninjutsu, genjutsu e taijutsu de todos os tipos, inteligência acima da média, estrategista, calculista, perfeccionista, forte e, o principal de tudo, o sharingan. Os olhos de sangue que tudo viam, a marca registrada do clã Uchiha. A arte de Uchiha Itachi.

A primeira impressão de Deidara por Itachi não mudou pelos próximos três anos, quando o estopim aconteceu.

O loiro já se considerava parte da família, falava e alegrava a todos, construindo laços de amizade principalmente com Akasuna no Sasori, o artista da arte eterna, imutável e perfeita, algo que ia totalmente contra sua filosofia – da arte que deve ser sentida, passageira –, mas que não diminuía sua admiração pelo mestre. No entanto, tudo mudou quando Pain fez uma reunião de última hora com todos os nove membros – o décimo, Orochimaru, havia fugido, levando consigo o último anel ligante de chakra humano a Estátua Gedo – para falar de um tema secreto. Chegando por último na reunião que ele mesmo propôs, o líder soltou a bomba:

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