capítulo um

9 0 0
                                    

Sempre que se perguntasse quem é Luna Rodríguez, as respostas seriam as melhores, sua vó diria que é  uma menina doce, sua mãe diria que é uma guria talentosa, seu pai diria que é a princesa dele e seus amigos diriam que ela era dedicada. Mas se perguntassem a ela mesmo, ela não diria nada dessas coisas, ela se sentiria encurralada como se estivesse sendo acusada de um crime em um interrogatório, ou se essa pergunta definisse o resto da sua vida mas o que ela mais temia, se essa pergunta definisse o que a pessoa pensaria dela. Ela nunca soube quem é, na verdade ela esta em busca disso, as vezes ela é muito avoada e muda demais em suas opiniões, isso é um exemplo de seus 5 anos na aula de ballet, nesse tempo ela nunca sabia se queria aquilo mesmo, e deve-se destacar a coitada de sua mãe, correndo pra lá e para cá tentando agradar a sua filha.

Mas esse ano era diferente, Luna Rodríguez começou esse ano com o pé direito, e se fosse possível até com a mão direita porque ela estava disposta a fazer as coisas mudarem, ela estava disposta a encarar seus medos e se conhecer.

No final do ano passado, Luna tinha perdido seu pai, o herói que ela tanto admirava e que era seu melhor amigo, ela sentia que não era mais a sua princesa e com essa fatalidade em seu auto-julgamento, ela tinha que dar um jeito de encaixar algo novo, um titulo novo sobre si. Talvez ela podia classificar o que seu namorado pensa dela, ah sim esquecemos de falar sobre ele, mas era um detalhe bobo, era só seu namorado por 3 anos, ele responderia a pergunta dizendo que ela era o amor da vida dele e que ela era dele, mas bem, a Luna não queria ser lembrada como a namorada de alguém, ou só pensarem nela como a guria que namora, porque ela é muito mais que isso!
Como dito antes, Luna Rodríguez estava mudando sua vida e se conhecendo. O primeiro passo era se deixar aventurar, se arriscar e tentar começar algo do zero e foi por isso que agora ela está se arrumando para o primeiro dia de aula do ensino médio, mas não é  só um dia de aula comum, é o primeiro dia de aula numa escola em outra cidade e com outras pessoas.

Enquanto se olhava no espelho, analisando cada parte da roupa e tendo a certeza que estava com a roupa certa, ela sentiu algo diferente, um arrepio, seus pelos do braço estava em pé e ela sentia uma sensação no estômago, uma sensação de borboletas voando dentro de si e o desespero de não estar pronta para isso acabou crescendo em sua mente e a deixou apavorada, caiu a ficha que hoje era o primeiro dia de sua independência e de seu autoconhecimento.
Luna Rodríguez sempre teve sua rotina, acordava tomava café da manhã com o pai, ia para escola, chegava em casa e via alguma série que estava viciada, cada semana era uma série diferente que ela maratonava, depois o dia era dormir ou ver seu namorado, Luiz Ávila, no qual as vezes a fazia se sentir sufocada por estar dia e noite ao lado dela, mandando mensagens sem parar e para ajudar, trabalhava com seu pai que o tinha considerado como um filho.  E agora que sua vida estava recomeçando, que ela teve as férias de verão para tentar o possível seguir em frente com a morte do pai, Luiz Ávila não era mais a pessoa que a fazia suspirar de paixão, e sim a pessoa que fazia ela se lembrar da vida que não teria mais, essa é outra coisa que ela queria resolver e voltar a se concentrar que ama ele.

Perdida em seus pensamentos, ela começou a observar a van que a levaria para a escola, era uma van até que chique, toda preta e com bancos não muito confortáveis e a cada minuto que se passava lá, era ficava mais nervosa, sua mão suava, ela sentia as gotas de suor pelos seus dedos, ela sentia seus pensamentos puxando ela pra baixo, numa bolha escura na qual fazia ela pensar no "e se", "e se ninguém gostar de mim?" "E se eu não ser inteligente para a escola?" "E se meus professores me odiarem?", mas assim que a porta se abriu todos esses pensamentos foram descartados de lado e ela só pensou em uma coisa.

Nele. Ele que estava entrando pela porta da van preta, chique e desconfortável, ele que tinha sido tão simpático com o motorista quando entrou, diferente dos demais que já entravam com seu fone no ouvido e na sua determinação de não morrer de sono numa van quieta. Mas quando ele comprimentou o motorista, ela viu o seu sorriso extremamente perfeito e, aquele sorriso que a faria sonhar por dias no tal garoto que agora estava sentado no banco da frente. Ela suspirou quando o viu e sentiu as borboletas de novo, mas aquilo provavelmente era pelo seu primeiro dia no ensino médio.

A escola é grande, ela se sentiu perdida, ela é muito mais que um peixinho fora da água, e se tivesse uma expressão maior que essa para perdida, com certeza Luna teria pensado nisso, mas o clima no ar daquele lugar era bom, muito verde em volta e diversas pessoas diferentes que seria mais fácil para ela, teria muitas chances de arrumar alguma amizade e depois de perceber isso ela deu outro suspiro, mas dessa vez era um suspiro de alívio, ela tinha percebido que fez a escolha certa de ir para lá.

As aulas foram interessantes, na verdade mais ou menos para Luna, era difícil acompanhar o ritmo, pois era tudo mais intenso naquela escola. Ela não tinha tido sucesso em questão de amizades e se socializar, mas ela estava encarando esse primeiro dia como observação para conhecer seus colegas, e ela tinha reconhecido um rosto familiar no meio de tantos alunos na sua turma, era uma guria baixa, tinha cara de inteligente daquelas pessoas que só vendo já sabia que era especial, porque carregava um conhecimento consigo sobre tudo, e por sua sorte ou azar, se vc destacar que ela tinha acabado de tropeçar em seus pés e batido nesse tal rosto familiar.

- Luna Rodríguez, né? - encarou ela  sorrindo, estendeu sua mão na direção de Luna para um aperto, Luna prestou primeiro atenção em suas unhas enormes, suas mãos magras e acima de tudo que a guria sabia quem ela era. - então eu não sei se lembra de mim, sou a Mia, nos conhecemos uns 3 anos atrás num aniversário.

Foi nesse momento que Luna procurou algum resquício de lembrança dessa garota, ela se lembrou de quem ela é.

Infelizmente, depois de umas 5 frases trocadas com a Mia, ela olhou seu celular na mão e assim percebeu que estava atrasada para ir até a van, já fazia 10 minutos que tinha acabado as aulas daquele dia. Ela desceu aquela escada correndo, como se a vida de alguém estava em risco, mas era mais importante ainda na cabeça dela, ela estava fazendo todo mundo se atrasar e a vergonha seria incrivelmente enorme.

Assim que estava indo para perto da van, viu o tal garoto Colgate se despedindo de uma guria com um beijão e indo em direção para a van, ela então percebeu que não era a única atrasada então não precisava ir correndo e voltou a caminhar no ritmo normal, assim ela foi até a van, pensando em tudo o que tinha que contar para sua mãe e Luiz Ávila.

- desculpa, pode entrar. - quando ela se deu conta, tinha se esbarrado com o garoto Colgate, no qual ainda não fazia ideia sobre seu nome, pelo visto ela estava tão concentrada em seus pensamentos que não percebeu quando o seu corpo e o dele colidiram-se.

Foi quando ela prestou atenção nele, era um garoto bonito, ela gostou de seus olhos castanho, seu olhar penetrante no qual a deixou tímida, a fazendo travar e não conseguir responder o garota a sua frente, fazendo com que ela fosse imediatamente sentar nos fundos, completamente envergonhada. E naquele momento ela quase se culpou por prestar tanta atenção em um garoto, sendo que Luna é comprometida, mas ela sabia que era algo normal sentir atração por outra pessoa, e não seria por causa disso que ela deixaria de sentir o que sentia por seu namorado.

Você leu todos os capítulos publicados.

⏰ Última atualização: Jul 02, 2020 ⏰

Adicione esta história à sua Biblioteca e seja notificado quando novos capítulos chegarem!

Capítulos De Luna Rodríguez Onde histórias criam vida. Descubra agora