Depois de Portgas D. Ace

A bandida, Dadan

Ela odeia Garp e jamais vai perdoa-lo pelo que ele fez a ela. Não era justo, aquele maldito Vice-Almirante não podia aparecer quando queria, jogar um bando de pirralhos para ela cuidar e depois obriga-la a assistir enquanto um a um eles morriam.
Primeiro fora Sabo (e, tudo bem, não fora Garp que levou Sabo para ela, mas Dadan estava com raiva e iria colocar a culpa nele de qualquer forma). Sabo era loiro, inteligente e adorável quando queria, ele gostava de falar palavras difíceis que ninguém entendia e era o único que podia colocar sentido em seus irmãos inconsequentes; Sabo teve ser barco explodido por um maldito Tenryuubito, o mundo matou Sabo
O garoto que nascera nobre foi o que menos passou tempo com ela dos três e ainda sim ela sofreu por sua morte, Dadan passou noites chorando baixinho enquanto ouvia os soluços de Luffy no quarto acima e os gritos de Ace no lado de fora. Era culpa de Garp, fazendo-a se importar com aqueles malditos pirralhos que ele chamava de netos.
E agora era Ace. Ace que ela fora obrigada a criar desde que era um bebê, Ace que ela viu crescer de um garotinho revoltado com o mundo para um jovem educado e responsável, Ace que era um irmão super protetor no melhor dos casos e absolutamente paranóico e obsessivo no pior dos casos, Ace que morreu por ser filho do Rei dos Piratas enquanto protegia seu amado irmão mais novo de um louco assassino.
Ela havia visto a foto do corpo, ela havia lido a matéria no jornal e havia ouvido o relato de Shanks com Makino, a chamada Guerra dos Melhores havia sido brutal e assustadora e Luffy estava no meio de tudo aquilo. Será que ele estava bem? Será que agora que seus dois irmãos se foram ele se sentia sozinho? Será que ele ainda era capaz de sorrir mesmo depois de ter seu irmão morrendo em seus braços? Será que ele culpava e odiava Garp como ela?
Dadan odiava não ter essas respostas, odiava não saber se Luffy estava bem ou se estava conseguindo superar o que havia visto naquele campo de batalha, odiava que as únicas informações que ela tinha sobre ele vinham através de um Den Den Mushi para um homem de cabelos vermelhos que ela nunca havia visto na vida e não sabia se confiava, mas acima de tudo ela odiava o fato de que Garp não havia se quer se dado ao trabalho de aparecer e dar explicações a ela e Makino sobre o que exatamente aconteceu em Marineford.
O mundo matou Sabo e Ace e ela sabia que o mundo mataria Luffy também. Como Garp poderia trabalhar para uma organização que ajudava a manter um mundo onde um homem podia matar quem quisesse apenas porque era nobre e a morte de crianças era justificadas pelo sangue que corria em suas veias? Nenhum de seus netos sobreviveria em um mundo como esse, ele deveria saber.
Não era justo e tudo que Dadan queria era voltar para a época em que os três corriam pela floresta caçando e sendo tão irritantes que a faziam querer arrancar os cabelos, todos despreocupados com a vida e acreditando que eram fortes o suficiente para vencer qualquer um.
Idiotas! Era isso que aqueles três eram, e Garp também, um bando de idiotas sem um pingo de auto preservação.
Foi por isso que Ace morreu, pela regra idiota de nunca fugir de uma briga e pelo seu temperamento que nunca ficou sobre controle como ele queria que todos acreditassem. Obviamente, o mais velho dos irmãos nunca havia aprendido a lição mais importante dos bandidos: quando o inimigo é forte de mais para você, você da as costas e sai correndo o mais rápido possível
Talvez tenha sido culpa dela, talvez ela o tenha deixado muito solto, talvez ter crescido matando animais com o triplo de seu tamanho e batendo em homens adultos o fez acreditar que era invencível, talvez deixa-los livres na floresta tenha feito Ace acreditar que sempre precisava proteger Luffy de tudo e qualquer coisa e por isso ele se jogou entre o Almirante e seu irmão. Mas não importava se ela ou até mesmo Garp tinham alguma influência, o principal culpado da personalidade de Ace era o próprio Ace.
Ele era ferozmente leal e quando se tratava de seu irmãozinho era absurdamente protetor e ele jamais permitiria que Luffy morresse enquanto estivesse por perto para impedir.
E estava tudo bem porque Portgas D. Ace não seria Portgas D. Ace se ele não fizesse tudo ao seu alcance para que Monkey D. Luffy estivesse seguro, porque se não ele se arrependeria e Dadan sabia que nenhum de seus meninos poderia viver com arrependimentos.

Percebi apenas agora que nunca escrevi uma nota no final desses capítulos. Me desculpem por isso, mas é que esses caps estão escritos há um tempo já, então tenho costume de apenas publica-los, mas isso vai mudar a partir de agora, prometo
Vou começar agradecendo a todos que lêem essa história, eu sei que ela não tem tanta visibilidade igual a algumas outras minhas, mas sinceramente foi uma das que eu mais amei escrever, o que deve ser porque One Piece é uma das coisas mais perfeitas que eu já tive o prazer de assistir
Espero que vocês gostem do capítulo e comentem! O que gostaram, o que odiaram, quem vocês acham que vai ser o próximo personagem, quero ouvir tudo, hahah!
Por enquanto vou deixar a nota por aqui
😘😘