O Príncipe Do Tráfico

Capítulo 50 (Revisado)

Dia do julgamento.

*Alexia:

Me sentindo uma vaca indo diretamente para o matadouro. Essa é a sensação que tenho ao me arrumar para assistir o ex amor da minha vida sendo condenado a 200 anos de prisão.

Suspiro olhando meu reflexo no espelho, meu rosto não é mais o mesmo. Por mais que não tenha ficado tão ruim, a cicatriz é gritante e meu nariz ainda está um pouco roxo.

Arrumo minha camisa social branca que combina com minha calça jogger verde militar. Calço um par de botas pego minha bolsa e saio do quarto decidida.

—Para onde você vai tão bonita mamãe? –Meu filho aparece. Ele está tão lindo... tão crescido. Está quase do meu tamanho, e olha que ele só tem dez anos... Talvez seja eu que pareça uma anã.

—A mamãe vai resolver algumas coisas meu amor, a vovó vai cuidar de você. —Dou um beijo em sua bochecha.

—Mãe, o que aconteceu com o meu pai? Eu perguntei pro tio Edu mais ele falou que era pra mim falar com a senhora...

—Vem cá amor. —Me sento na escada, ele se senta a meu lado me olhando com expectativa. —Seu pai fez algumas coisas erradas e agora ele tem que pagar por essas maldades...

—Meu pai vai ficar preso? —Me corta. Sinto meu coração se despedaçar.

—Vai sim meu anjo, você tem que ser forte ok? Pela mamãe. —Estico meu dedo mindinho.

—Sou o homem da casa agora? –Diz com alegria. Esse menino é minha vida...

—Sim! Junto com o vovô, com o Titio e com o tio Edu! —Ele sorri.—Vem cá da um abraço bem gostoso na mamãe. —Eu aperto seu corpo fortinho, e acaricio seus cachos. Perdi toda a infância do meu menino.

—Mãe... —Começa e se cala.

—O que foi Gabriel?

—O papai... Eu tenho medo dele...--- Realmente meu filho fala assustado, ele parece estar com um medo descomunal.

—Por que diz isso Gabriel?—Pergunto espantada olhando seus olhos cor de mel que assemelham-se a cor dos de Edu.

---Eu sei que foi ele que fez isso com seu rosto mãe, --- Toca minha cicatriz recém aparecida. --- Sei que ele tentou matar você. Sei que ele tentou matar o tio Dom, ---Diz referindo-se à Eduardo. --- O titio me contou tudo. Eu não quero que ele me mate, nem que mate a senhora, nem os meus avôs, nem ninguém! Eu não quero que ele machuque mais alguém! --- Suspiro derrotada. Meu coração está completamente dilacerado. A dor é imensa, por saber que meu filho não confia mais no pai, nem o próprio filho confia mais no Grego... O que esperar mais dessa vida que cada dia só piora?

---Família... Cheguei! --- Edu chega acompanhado por Thiago.

---Oi titio!--- Abraça Tito, Eduardo me olha e balbuciona  "O que aconteceu?", dou de ombros, já enchi demais a cabeça do meu amigo com meus problemas familiares. ---Oi tio Dom! --- Abraça o outro homem.

---Está pronta para ir Lexa? --- Tito me pergunta, apenas assinto. Ele me estende a mão, me levanto e abraço ele. sua mão faz um cafuné delicado em meus cabelos. ---Depois disso, depois de hoje, tudo acaba finalmente...

---Vou torcer para que isso aconteça. ---Me separo do abraço do meu cunhado, dou um beijo no meu filho, e grito: --- Mãe estamos indo!

---Certo querida, forças para esse momento tão dificil. --- Caminha até mim, segura minhas mãos, e como demonstração do meu afeto por ela beijo sua testa. ---Eu te amo mãe, obrigada por tudo! ---Ela sorri.