◈𝟺. 𝙲𝚊𝚙𝚒𝚝𝚞𝚕𝚘◈

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Estava começando a crer que a madame Pince não gostava de mim. Na verdade era um grande eufemismo de minha parte dizer que ela não gostava de mim, ela me detestava

O verdadeiro motivo nem eu sabia, talvez fosse pela poção que derramei em seus pés, por ter invadido a sessão reservada para estudar ou por demorar séculos com seus livros. Não é como se eu me importasse muito também.

Depois de passar por três corredores de livros, eu finalmente tinha achado o que estava procurando, "As famílias do Sagrado 28". Além dos registros de estudante de Sirius Black, Remo Lupin, James Potter e Pedro Pettigrew. Ah sim, eu teria muito trabalho daqui para frente.

   — Eu vou levar esses aqui. – digo para Madame Pince, que anotava algo furiosamente na sua prancheta. Depois de mais um de seus olhares cortantes, eu finalmente consegui sair da biblioteca com os livros numa bolsa com feitiço de extensão.

Minutos depois, cheguei em Hogsmeade e em um estalo aparatei. Para minha felicidade, não haviam trouxas no beco escuro. Os ratos, que vasculhavam o lixo à procura de alimento, saíram correndo assim que minha sombra se fez presente e, por um instante, me senti observada. Saí do beco logo em seguida.

A estrutura simples do café não chamava muita atenção, mas eu sabia que lá era o melhor lugar do mundo. Assim que entrei, o som familiar do sino tocando na porta me fez sorrir imediatamente. Como eu tinha sentido falta dali.

O cheiro de café e menta foi o que mais me trouxe nostalgia, depois das tradicionais poltronas vermelhas que ficavam nas mesas. No balcão, tinham alguns rostos conhecidos, todos com as marcantes jaquetas de couro.

Por ser sexta-feira à tarde, o café/bar/lugar que tem comida estava razoavelmente cheio, então fui direto para o balcão. Bill estava lá limpando a bancada, do mesmo jeito que estava da última vez que eu tinha o visto. Os anos nem pareciam ter passado.

   — Os anos passam e você ainda parece um robô para mim, Bill. – o homem olha para mim com estranheza e depois de alguns segundos me reconhece.

   — Pequena Ravena! Onde você estava? Aliás, por que parei de receber cartas suas? – ele diz e cerra olhos indignado.

Bill era um dos poucos bruxos que trabalhava com os trouxas por pura diversão, dizia que se sentia deslocado no mundo bruxo, já que era um nascido trouxa. Desde então ele é um dos muitos espiões do ministério, já que o ministro queria estar sempre monitorando os que não tinham magia. Bill me ajudou muito.

   — Ora, eu estava em uma missão dada por Dumbledore! – digo com falsa pompa e abro um sorriso. – Sinto muito por não ter enviado nenhuma carta ultimamente, tem acontecido tantas coisas.

   — Não suma de novo, ou não te sirvo mais bolo de chocolate. – ele diz e uma mulher vem da cozinha com um prato na mão.

   — Pode deixar que eu te dou bolo de chocolate, meu bem. – Clarisse diz me entregando o prato. Ah, como eu amo a Clarisse.

   — Por isso ela é minha preferida. – digo e pisco para Bill. Clarisse me manda um beijo e volta para a cozinha dizendo que tem muito trabalho.

   — E como você tem passado? Está trabalhando muito? – Bill pergunta e serve uma xícara de café para mim.

   — Você acreditaria se eu dissesse que estou dando aula? Pois então.

   — Certo, isso realmente é novidade. – ele diz com um sorriso debochado.

   — Sobre a carta que me mandou...tem visto ele recentemente? – pergunto num sussurro e ele aponta discretamente para o canto do bar.

Uma Nova Professora Para HogwartsOnde histórias criam vida. Descubra agora