Capítulo 15 ✔

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Eu estou mais consciente do que aconteceu entre o professor Raymond e eu

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Eu estou mais consciente do que aconteceu entre o professor Raymond e eu. Infelizmente ou não, ele tem toda a razão. Somos incompatíveis. Nunca daria certo. Como eu faço o coração entender que somos uma completa insensatez, um erro?

Mesmo hoje, totalmente recuperada, arrumando as minhas malas para voltar à minha tumultuada cidade natal, eu me pego recordando daquela noite tão maluca. O gosto do seu beijo nunca saiu da minha boca, a memória do seu ansioso toque ainda entranhada em minha carne. Eu sou muito fraca, é isso.

Oh, estúpida também, não esqueça. Zomba meu subconsciente. Obviamente, alguém anda muito impaciente e mau humorado aqui.

O doutor Daniel tornou-se alguém habitual aos meus olhos em minhas cinco semanas de recuperação no hospital English. De alguma maneira, engatamos numa inesperada e incomum amizade.

Sim, incomum, pois havia algo naquele lindo homem que me fazia estremecer, pulsar e mergulhar em um lago de familiaridade desconcertante.

Os sábios olhos verdes do doutor Daniel mexiam com lembranças desconexas de minha memória. Eu era estranhamente assaltada pelos obscuros olhos de Enzo, como que estivessem me vigiando e desaprovando minha atual conduta.

Mesmo distante, provavelmente debaixo dos lençóis da senhorita Griffin, ele tinha o irritante poder de me afetar, atormentando, acabando comigo.

Mas,  regressando a minha cidade natal — Dreamland, sentia-me incrivelmente melhor. Até mesmo o ar parecia mais primaveril do que a última vez.

E com tudo voltando aos eixos e cada peça encaixando-se em seu devido lugar, me preparei para o ansioso retorno a minha planejada vida, crescendo sozinha nos últimos tempos. Eu evolui, rasgando algumas amarras ao meio e deixando que o vento leve embora e desfaça-se delas com o tempo. Eu decidi não chorar ou me enterrar em dores crescentes e cruéis desde que ele abdicou de nossa prematura relação. Eu seguiria em frente, lutando, suportando, deixando de ser tão menina.

E aqui estou, outra de mim, diante de minha nova escola, pronta e aprendendo a soltar a menina que eu mantinha em cárcere dentro de mim.

Um inesperado desconforto em minhas vísceras atraiu meus olhos para o outro lado da avenida, nas ruas transversais e silenciosas, com uma incômoda sensação de que alguém estava à espreita, observando-me e mantendo a perigosa mira em mim.

Não notando nada suspeito ou fora do comum, apressei-me para dentro do Instituto Columbus.

O átrio e toda arquitetônica estrutura do edifício de cinco andares retangulares tinha mogno do assoalho ao teto, quadros clássicos, carpetes pelos corredores, janelas altas envidraçadas, detalhes arcaicos, mas cuidadosamente conservados.

Amores Proibidos - Vol. 1Onde histórias criam vida. Descubra agora