A Despedida

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Finalizei o último treino antes de viajar.

Há dois meses que andava super ansiosa por esta missão, porque finalmente poderia pôr em prática todo o meu conhecimento. Conhecer o desconhecido e melhorar com isso. Por mais treinos que tenha tido (e acreditem que foram imensos), nada seria tão desafiador como a dura realidade.

Afinal estou realmente preparada para quê?

No momento estou destacada para recolher informações do país inimigo.

Porquê?

Recentemente (há cerca de três meses atrás), recebemos a informação que o Reino Unido tinha adotado a mesma tática e criado uma arma, semelhante a mim.

Sim, eu sou uma arma altamente qualificada para matar qualquer um.

A minha missão consistia em infiltrar-me no país, como turista, e recolher o máximo de informações possíveis. Os EUA têm de ter a certeza se existe ou não um ser semelhante a mim. E, mais importante do que isso, descobrir se essa informação foi passada de dentro para fora ou se foi obra do acaso.

Como posso obter tais informações? Não sou indestrutível?

Não. Isso é um mito. Mas é mais complicado magoarem-me. O meu corpo foi testado até ao limite em ambientes diferentes, como: quanta temperatura (seja positiva ou negativa) o meu corpo aguenta sem evidenciar queimaduras ou entrar em hipotermia. Também fez parte do meu treino algumas técnicas de tortura, como a cadeira de choques. Sinceramente, não sei como ainda estou viva.

Afinal quais são essas habilidades?

Velocidade, mas não como o Flash.

Uma força anormalmente excessiva, porém nada comparado com o Super Homem.

Elevada perícia militar, isso permite-me planear rapidamente estratégias e prever possíveis entraves que surgirão de acordo com esse planeamento. Habilidade que evoluiu a um nível estrondoso, uma vez que não é normal que com apenas cinco anos ser a melhor no desarmamento de qualquer tipo de bomba. 

Elevado QI (Quociente de Inteligência), o que contribuí em larga escala para aumentar dia após dia o meu conhecimento. 

A minha pele também é um pouco mais resistente. 

Provavelmente sou uma vampira e nem sei.

Sim, eu tive a oportunidade de ter uma infância/adolescência "normal". Graças ao Frank, meu tutor. Na opinião dele, eu não poderia ser apenas um robô preparado para matar, mas tinha de também de ter a capacidade de ler as pessoas e desvendar as verdadeiras intenções delas, sejam boas ou más. A única coisa que não poderia ter era acesso à internet nem sair da organização. Porém, nos últimos meses, uma equipa de adolescentes, por outras palavras os filhos dos funcionários, tiveram de me ensinar a mexer nas novas tecnologias e criar um perfil falso. Segundo eles, facilitaria na minha missão no quesito de me aproximar de alguém.

Parece que, hoje em dia, toda a gente tem um perfil online.

Para isso, passei horas num estúdio improvisado. Aqui dentro era Lissandra D'Ouro, a defensora. Lá fora era Hope, uma modelo em ascensão.

Como posso confiar nesses adolescentes (como se eu não fosse uma)? 

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Como posso confiar nesses adolescentes (como se eu não fosse uma)? 

A organização tem uma política que os funcionários e as suas famílias vivam todos na organização e é tudo controlado pela Evelyn, a boss. Tecnicamente, os filhos aprendem os ossos do ofício com os pais, trabalhando futuramente na organização até morrerem. Não há muita escolha. E é assim que a organização funciona por anos.


[...]

"Lissandra!" chamou-me o Andrew, um dos meus melhores amigos.

"Sim?"

"Eu e o Henry planeamos um jantar de despedida." ele sorriu e o Henry concordou um pouco triste.

"Vocês são, sem dúvida alguma, os amores da minha vida." abracei-os.

Pensando nisso, eu teria imensas saudades deles. Eles são filhos do meu treinador de defesa pessoal (Krav maga) e a responsável por me ensinar tudo sobre o desarmamento de bombas e dispositivos. Deste modo, eles acabaram por ter as suas formações comigo.

O Andrew por ser mais atlético decidiu seguir as pisadas do pai, pelo contrário, o Henry inclinou-se mais para as capacidades da mãe. Fisicamente eles eram idênticos, mas completamente o oposto no quesito de personalidade.

 Fisicamente eles eram idênticos, mas completamente o oposto no quesito de personalidade

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O Andrew é mais extrovertido e brincalhão. Já o Henry, só se entrega completamente a alguém quando conhece bem a pessoa, acabando por ser considerado rude. Mas, no fundo, são excelentes pessoas. Infelizmente, nenhum deles pode vir comigo e, em parte, é bom. 

Tudo para a segurança deles. 

"E tu és o nosso." disseram.


[...]

O Jantar foi extremamente agradável. 

Porém, Evelyn acabou com a festa cedo demais, alegando que estava na hora de me concentrar para o amanhã.

O Andrew e o Henry acompanharam-me até ao meu quarto sem as típicas brincadeiras. Eles sabiam que isto era uma viagem com ida marcada e uma vinda incerta. Eu poderia morrer durante a minha missão. Infelizmente, não há forma de eu prometer a 100% que vou ficar bem e que, brevemente, estarei outra vez do lado deles.

"Não digam nada." pedi chegando à porta do meu quarto. "Todos sabíamos que um dia isto iria acontecer." abracei-os triste. "Este é o meu destino!"

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