Prólogo

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Oksana deixou-se despir pelo velho que conhecera há poucos instantes, mas que sabia muito bem de quem se tratava. Suas vestes naquele momento não eram nem parecidas com as das damas da corte, as colocava e tirava habilmente sozinha o que ajudava muito em seu trabalho.
Seu espartilho foi tirado com delicadeza e certa ansiedade por aquelas mãos trêmulas, e, ao deixá-la apenas de chemise seu companheiro sentou-se na cama. Não ousou desfazer o penteado cuidadosamente ornamentado, lembrava-o das garotas que conhecera do continente ao leste.
Era óbvio para a jovem que ele mal podia conter-se para descobrir o conteúdo por baixo do desgastado tecido branco, a única barreira entre a nudez dela.
Ela sentou-se no colo do senhor que, ao tocar nos cabelos da mulher, se espantou, pois algo o espetou no dedo, e imediatamente o levou à boca em busca de alívio.  O espanto foi maior quando percebeu que sangrava, mas quando a garota puxou uma comprida agulha escondida em suas tranças e enterrou no olho dele, não houve tempo para qualquer outra reação.
Oksana riu. Como ele poderia acreditar que a possuiria?
Conferiu se a respiração cessara, e assim que teve a confirmação, foi preenchida de uma enorme satisfação. Limpou de si os respingos de sangue com uma toalha úmida em um balde próximo a cama e vestiu-se com rapidez.
Perfeitamente uma dama – exceto pelas botas de montaria que escondia sob a anágua –, obviamente não uma nobre, chamaria atenção demais nessa parte da cidade, algo que ela adoraria, mas não era um momento oportuno.
Pulou pela janela e chegou ao chão com graça, montou em seu cavalo e foi atrás de seu merecido pagamento.

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