Prólogo

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Será que estamos fazendo o certo fugindo assim sem mais nem menos? Claro que não, devíamos avisar a polícia, mas os textos foram claros "Nada de polícia ou a vovó vai receber uma visitinha.".

Estamos perdidos, não podemos nem ao menos chamar isso de plano, na verdade não tínhamos tempo para planos, mas isso é loucura.

Ouço Leon xingar baixinho e desviar bruscamente de um carro em que quase batemos. Ele está tenso sei que faz de tudo para esconder, pois não quer me assustar, mas posso ver claramente no jeito em que aperta o volante ou em como seus olhos azuis estão em um tom mais escuro que o normal.

Seus cabelos claros estão caindo sobre sua testa, sobrancelhas arqueadas e um olhar preocupado tomam conta de seu rosto, onde sempre havia um sorriso e uma aparência tranquila.

Ouço apenas suspiros de Diego no banco de trás e o som de seu celular que toca freneticamente até que ele finalmente o coloca no silencioso.

Não queria os envolver nisso tudo, mas sem querer eles acabaram envolvidos sem nem mesmo eu precisar mover um dedo.

No dia em que a primeira mensagem chegou eu confesso que a ignorei.

"Você conseguiu o que queria?"

Qualquer um poderia errar o número de alguém e me mandar sem querer.

Como eu ia imaginar que mais mensagens viriam ou até mesmo que essa pessoa poderia saber tanto assim da minha vida?

Pensei em avisar a polícia quando as mensagens chegavam todo dia, mas confesso que tive medo, nunca imaginei que isso se tornaria algo tão grande assim.

Como será se conseguirmos chegar a salvo? Vamos ligar para polícia? Temos ainda que avisar nossos pais o porquê fugimos assim sem avisar.

-Bela – Leon sussurra.

-O que foi?

-Eu te amo.

-Eu sei também te amo.

- E se não conseguirmos?

-Vamos conseguir, sei que vamos. – Na verdade não.

-Droga, não deu certo, ela nos entregou. –Diego disse socando o vidro de trás.

- Ela? Do que está falando?

- Não deu certo! Mas que droga! – Leon fala tentando manter a calma.

Olho para direção em que ele está olhando e vejo, o mesmo Audi A4 que vimos parado algumas casas a frente da minha cortou caminho pela rua de cima e agora em uma estrada um tanto quanto deserta, vem a toda velocidade de frente com nosso carro.

Leon se mantem concentrado e desvia muito rápido, mas não o suficiente para que acerte a lateral do carro.

Sinto um impacto grande, nossos corpos são lançados para o lado e só param por causa dos cintos de segurança.

Faróis me cegam, minha cabeça dói e logo a pós á porta do motorista ser aberta meus ouvidos são surpreendidos com um barulho de estouro seguido por um grito de dor.

Isso é tudo antes de a escuridão me levar.

Quando Chegar a HoraOnde histórias criam vida. Descubra agora