Capitulo 11 - A mãe dos monstros

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Draco se colocou de pé tentando procurar uma forma de sair do barco e deu de cara com uma criatura diferente asustando-se. Seu corpo era metade em forma de mulher e metade em forma de serpente. Seus olhos eram amarelos e brilhantes e seu corpo tinha um tom esverdeado e brilhante. Ela veio rastejando na direção de Draco que foi recuando até encostar no fundo do barco.

- Eu não estava esperando sua visita tão cedo... - disse ela em um tom baixo olhando para Draco. - Mas e você? O que faz aqui? - disse para Harry.

Harry e Draco se olharam e a mulher sorriu.

- Oh, vamos começar pelas apresentações então, sou Équidna, me chamam de a mãe dos monstros, mas eu acho isso injusto pois meus bebês são lindos... - disse soltando uma gargalhada.

- Eu sou Harry Potter.

- Draco Malfoy - disse ele em um sussurou.

- Agora que acabaram as formalidades vamos ao que interessa. Como vocês podem ver existem cinco caminhos diferente pelos quais vocês poderão prosseguir. E para saber por qual deles vocês irão será necessário saber três coisas:
1- O que vocês estão fazendo aqui?
2- Como vocês chegaram aqui?
3 - porque vocês estão aqui?
É claro que essas respostas deverão ser sinceras e verdadeiras.

Équidna olhou no fundo dos olhos de Draco, seu rosto a alguns centímetros do dele. O movimento que ela fazia com a cabeça era acompanhado por Draco como se ele estivesse hipnotizado por aqueles grandes olhos amarelos.
- Ressssssponda-me! - disse ela em um sussuro para Draco.

- Eu não sei o que faço aqui e nem como cheguei aqui, mas imagino que o motivo de eu estar aqui é que não tenho sido um bom pai e sou uma pessoa muito amarga. - respondeu Draco e em seguida tapou a boca com as mãos.

- Continue... - disse Équidna.

- Ele não se parece comigo, o meu filho não tem nada de mim. Nada! Meu filho é doce, carinhosos e bom,como a mãe era. Ela me ensinou e me deu esperanças de que enfim eu poderia deixar para trás meu passado obscuro e ser feliz. Tínhamos planos de ter muitos filhos... Mas ela se foi e me deixou sozinho com Scorpio.

Harry nunca ouvira Draco falar com tanta verdade e tristeza. Ele estava revelando o que havia de mais profundo em seus sentimentos e Harry temeu como seria quando fosse sua vez.

- Eu nunca entendi, - disse Draco olhando para Harry. - Nunca entendi como eles poderiam ser felizes sem ter nada. Mas eles sempre estavam tão felizes, unidos e cheios de irmãos e rodeados de amor. Como o pobretão do Ronald pôde se casar com a menina mais talentosa da escola? Como poderia ser amigo do famoso Harry Potter? Como eles poderiam ter tudo, sem ter nada...

- Ah... Vejo que há muita mágoa em você ... Começou Équidna.

- Eu gostaria de ter sido melhor para meu filho, de ter dado o amor que não recebi, mas precisava de Astoria para me ensinar como fazê-lo. E ela se foi! - desabou Draco finalmente liberando suas lágrimas.

- Sinto que você seguirá para o Cócito Sr Malfoy... E você Harry Potter? - A mulher serpente repetiu o que havia feito em Draco com Harry. Ao olhar em seus olhos amarelos Harry pode ver o próprio reflexo nela, e em seguida várias cenas tomaram conta de sua mente: a queda de Sirius no véu, o rosto de Gina sorrindo com seu filho nos braços, o beijo suave que deram quando se casaram, o sorriso de Hermione e Rony quando os mesmos se casaram, os primeiros passos de Lilian, o abraço de Alvo... Harry se viu envolto em um mar de lembranças e quando ouviu a voz de Équidna pedindo para falar, as palavras irromperam de sua boca como se tivessem vida própria.

- Eu estou aqui porque a culpa não me dá paz, e me sinto culpado pela perda do meu padrinho Sirius Black. Ele passou pelo véu da morte em uma luta que começou porque eu não respeitei as regras, ele morreu por minha culpa! Encontrei o rio e soube que poderia ter relação com o véu, e se houver qualquer chance de reencontra-lo eu não me perdoaria se não tentasse. Sei que sou egoísta por isso, pois deixei minha esposa, filhos e amigos para trás. Mas preciso disso para ter paz. - completou Harry sem nem acreditar que aquelas palavras eram suas.

- Interessante.... - disse Équidna. - Há muita bravura em sua resposta, um pouco de burrice eu diria, e sem dúvida muita dor e culpa. Sr Potter, é uma incógnita para mim qual rio deverá prosseguir. Isso raramente me ocorre. É claro que eu posso sugerir mas permitirei que a escolha final seja sua.

- Eu gostaria de ir para onde as pessoas que passaram pelo véu estão. -Disse Harry esperançoso.

- Você disse que ele estava em uma batalha, e por isso passou pelo véu. Ele foi um homem honroso Sr Potter? - perguntou Équidna

- Sim, ele sofreu por anos injustamente e quando finalmente alcançou a justiça não pode aproveitar a alegria de ser livre. - respondeu Harry tristemente.

- Posso imaginar que o caminho para encontra-lo seja através do rio Estige. Mas o Estige não pode ser navegado sem o devido convite, e isso eu sei que você não tem! Para chegar nele você precisará navegar por pelo menos outros três dos cinco rios e finalmente terá o que é necessário para passar pelo Estige. Em cada um deles há um dos meus filhos cuidando da entrada. E para passar por eles você precisará de habilidade e cuidado. - disse Équidna sorrindo.

- Eu posso levar Draco comigo? - perguntou Harry

- Se ele assim o desejar... tenho certeza que no final da jornada ele encontrara o seu caminho...- respondeu Équidna. - Existem algumas regras entretanto:
-Você nunca poderá sair pelo mesmo lugar que entrou.
- Você sempre vai deixar algo para cada coisa que levar.
- você não deve tocar nas criaturas ou pertencerá a elas.
- você deverá respeitar o tempo que lhe foi dado.
QUANDO TRÊS LUAS PASSAREM, ACABARÁ O SEU TEMPO E FECHARA A PASSAGEM.

Équidna olhou novamente nos olhos de Harry e Draco profundamente, virou as costas e mergulhou no rio sumindo nas águas escuras.

Harry Potter e o véu da morte - FanficOnde histórias criam vida. Descubra agora