I still belong to you

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Fazia tempo que nós não tínhamos uma festinha entre a gente. Mas como Ana iria se mudar em breve, decidimos que uma festa de despedida seria uma boa ideia.

Realmente, foi uma noite perfeita.

Aline me chamou para ajudar na preparação da decoração e som na sua casa. Eu sei que foi você quem pediu para ela me chamar, mesmo que você tenha negado e me ignorado friamente durante a arrumação inteira, eu percebi apenas olhando nos seus olhos. Você me queria ali.

Você me queria de volta, mas eu nunca deixei de ser sua.

Eu tinha levado as roupas que iria vestir. Estava indo usar seu banheiro mais uma vez, mas não como eu gostaria. Não era a mesma coisa sem você. Não tinha a excitação impregnada em cada beijo cortado, nem as mãos curiosas sobre o corpo uma da outra enquanto tirávamos nossas roupas, prestes a esfriar nossa temperatura já tão alta, embaixo de um chuveiro barato.

Eu pensava que só eu que estava constantemente presa nessas lembranças. Mas ter te visto fez algo em mim ter certeza que eu estava errada. Você pensava em mim da mesma forma que eu penso em você.

Por isso, amor, eu estava determinada em acabar com nossa angústia. Seríamos um novamente. Não porque quando estamos com alguém deixamos nossa individualidade de lado, ou invadimos um espaço que não é nosso. Nós não éramos assim. Mas você me conhecia como ninguém, sabia me decifrar com facilidade, quase como se estivesse em meu corpo, tendo acesso à minha mente. Assim como eu tinha esse poder sobre você.

Passava das 21 horas quando nossos amigos começaram a chegar. Você foi recepcioná-los, trajando sua roupa preferida, uma blusa com listras cinzas e brancas, juntamente com uma calça moletom e all star preto. Quis rir por você ter as usado mesmo estando rodeada por pessoas vestindo roupas mais elegantes e sensuais. Você era tão você que fazia meu coração aquecer com uma coisa tão simples quanto essa.

Ana chegou pouco tempo depois, com seu típico jeito escandaloso e desastrado, cumprimentando e agradecendo todos assim que passava por eles.

Até que chegou em mim, que estava na cozinha admirando discretamente você falando com suas amigas, enquanto ria mostrando seu sorriso gengival, que eu considero completamente lindo, mas você escondia com a mão por ter vergonha.

– E aí, Clara? Ihh, quer um lencinho?

– O quê?

Eu realmente não tinha entendido essa.

– Pra limpar a baba, ué.

Fala sério. Eu pensava que estava sendo discreta.

– Tá tão na cara assim?

– Tanto que virou até uma tatuagem com unicórnios e arco íris bem no meio da tua testa.

Eu já mencionei o quanto Ana pode ser insuportável? Não? Então deixo registrado agora. Ela é insuportável.

– Muito engraçado, Ana. Estou quase me arrependendo de ter ajudado nessa festa pra você.

– Mas aí não teria como você ver a sua amada e ficar suspirando por aí ao invés de tomar uma atitude.

Aí.

Essa foi na ferida.

– Como você pode afirmar que eu não vou tomar uma atitude?

– Você vai?

Não queria dizer meus planos, porque acredito piamente que quando falo sobre uma coisa que estou prestes a fazer, essa coisa tem 99% de chance de dar errado.

I Still Belong to YouOnde histórias criam vida. Descubra agora