Jorge dirigia o carro com Brenda ao seu lado.
Estava muito quente e eu estava espremida no meio de Newt e Thomas no banco de trás, o que já estava me deixando desconfortável.
-Como sabiam onde estávamos? - Thomas perguntou um tempo depois, quando não estávamos mais em perigo.
-Sabíamos que iriam atrás de Minho - Jorge disse - Então seguimos o caminho para o CRUEL.
-Até vermos vocês quase sendo atacados por crancks - Brenda disse rindo - Se não fosse a gente...
-Nem brinque com isso - respondi suspirando.
-E por que vieram atrás de nós? - Thomas perguntou.
-Quando vi a bebê com Chuck soube que tinha algo estranho - Brenda respondeu.
Senti meu coração se apertar por uns segundos e Newt segurou minha mão ao meu lado, como se soubesse exatamente o que eu estava pensando.
-Tínhamos que ajudar - Jorge disse - Se tem alguém que quer ver CRUEL acabado, esse alguém sou eu.
Continuamos o caminho até chegarmos em um lado mais isolado, porém com uma cidade enorme no meio do nada. Prédios altos, tecnologia de ponta, helicópteros, tudo isso junto dentro de um grande muro.
-A cidade do CRUEL - Jorge disse apontando - No meio dela fica o grande prédio de organização. Minho deve estar lá, junto com os outros. Porém precisamos tomar muito cuidado para entrarmos lá.
Saímos do carro e observamos tudo de longe.
-Precisamos dar um jeito de entrarmos sem que reconheçam a gente - Brenda disse - Achar um esconderijo e andarmos aos poucos até o prédio principal. Uma vez que nos verem, estamos mortos. Provavelmente os soldados estão aptos para nos matarmos.
-Precisamos de um plano.
Começamos a andar aos poucos até os enormes muros que cercavam aquela cidade. Colocamos casacos com toucas para que ninguém nos reconhecesse. Quanto mais perto chegávamos, mais pessoas apareciam. Pessoas abandonadas, como se tivessem sido chutadas para fora. Estavam com fome, sem lugar para morar e sujos. Fiquei triste de ver uma cena como aquela.
E perto dos muros essa multidão gritava, pedindo para que deixassem os mesmos entrar.
-Abram os portões! - uma mulher gritou ao meu lado.
Mas os soldados que cuidavam das portas nada faziam, apenas encaravam tudo ao seu redor, com armas nas mãos.
-Não tem como entrarmos por aqui - Thomas sussurrou ao nosso lado - Eles não estão deixando ninguém entrar.
-Precisamos voltar e achar outro modo - Brenda disse se virando e se afastando.
Dei um passo para mais perto do portão, me espremendo entre as pessoas. Eu precisava ver como que aquilo funcionava.
Mas acabei fazendo uma besteira. Porque duas pessoas tentaram empurrar a multidão bem na minha frente, chamando a atenção dos guardas. Eles olharam direto para onde eu estava. Não sei se me viram, mas dei meia volta e comecei a voltar para onde meus amigos estavam.
-Para trás! - um soldado gritou atrás de mim, apontando uma arma.
Continuei andando, dessa vez mais rápido, com a sensação que estava sendo seguida. Não conseguia ver onde meus amigos estavam. Estava perdida.
Quando cheguei do outro lado da multidão, onde meus amigos deveriam estar, senti uma mão apertar meu braço com força e antes que eu pudesse ver o que estava acontecendo, um saco preto foi colocado ao redor de meu resto, deixando tudo escuro.
As duas mãos fortes me seguraram com mais força e me puxaram para trás.
-Me solta! - gritei desesperada - Thomas! Newt!
Mas ninguém gritou de volta.
Fui colocada com força dentro de um carro e aos poucos ele foi se afastando. Tentei tirar o saco preto de meu rosto, mas a pessoa segurava minhas mãos com força.
-Quieta! - ele gritou de volta, mas eu continuei me debatendo.
Ótimo! Tinha sido sequestrada pelo CRUEL antes mesmo de entrar na cidade.
Alguns minutos depois o carro parou e as duas mãos me jogaram para fora do carro, me fazendo cair no chão com tudo.
-Jane! - ouvi Thomas gritar ao meu lado.
Sequestraram ele também e aquilo não era uma boa coisa.
Tirei o saco preto de meu rosto e a luz forte me cegou por um momento. Vários homens estavam ali, armados e com roupas de soldados. Mas eram roupas diferentes da que os soldados do CRUEL usavam.
O lugar que estávamos era velho e caía aos pedaços, bem diferente do que tinha visto da cidade do CRUEL.
Nós não tínhamos atravessado os muros.
Olhei para o outro lado e vi todos os meus amigos agachados no chão. Aquilo era pior do que eu imaginava.
Me levantei e fiz a coisa mais estúpida que poderia fazer: ataquei o cara que estava na minha frente, mesmo com vários homens armados ao meu redor.
Tentei bater nele, mas a roupa protegia o mesmo.
-Seu estúpido! - gritei batendo nele mesmo assim, dessa vez caindo no chão junto com ele.
Mas não durou muito, pois duas mãos me puxaram para cima, me separando do cara.
-Jane! Sua trolha! Para! - a voz grossa do cara que me segurava chamou minha atenção.
Parei de me debater e me virei, encarando um homem alto, mas todo equipado, das cabeças aos pés, com roupa de proteção.
-Vou precisar sempre fazer isso, né? - ele continuou e meu estômago se revirou.
Sua voz era tão familiar.
O homem tirou o capacete e eu dei um passo para trás, totalmente atordoada.
Ali, na minha frente, estava ninguém mais ninguém menos que Gally.
-Gally? - Thomas disse ao meu lado, também chocado.
Ele estava mais alto, mais forte e com o cabelo raspado. Ele sorria como se estivesse pegando uma peça em todos nós.
-Você... - tentei dizer, mas não consegui.
-Deveria estar morto? - ele continuou - Sim, Jane, Minho me deu uma bela surra, mas eu sobrevivi. Sobrevivi a picada daquele verdugo, também. Sobrevivi ao CRUEL e no final fugi.
Os olhos de Gally percorrerem meu corpo, parando em minha barriga.
-Você... seu filho Jane! - ele disse sorrindo e se aproximando.
Mas eu dei um tapa em sua cara, impedindo seu movimento.
E isso pareceu deixar todo mundo surpreso.
-Você estava vivo? - eu disse brava - E não veio atrás de nós? Eu... Eu achei que...
Foi a vez de Thomas ficar bravo, pois ele se aproximou e deu um soco em Gally.
-Você matou o caçarola! - ele gritou bravo.
Gally se levantou com calma, o que eu achei bem estranho.
-Aquele não era eu - ele respondeu - Eu estava sob efeito da picada do verdugo. CRUEL me mandou fazer aquilo!
-O que você está fazendo aqui? - perguntei, estranhando tudo aquilo.
-Eu vim salvar vocês, trolhos.
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Essa fic nem tem mais comentários :(
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Pregnancy in the field - Maze Runner
FanfictionE se Ava Paige tivesse mandado uma garota grávida para a clareira? E se um dos vários meninos que ali estavam fosse o pai, mas não soubessem quem? Jane é mandada pela caixa como a primeira garota, mas ela faz parte desse experimento para saber com...