Essa semana saí duas vezes
Foi reconfortante
Ouvir outras pessoas
Vozes alegres e despreocupadas
Falar sobre outras coisas
Sair do mundinho que criei pra mim no meu quartoMas acontece que
Quando volto
É sempre para aquele universo que me oferece conforto
Mas que sempre me lembra vocêVocê me tornou tão eu
E eu me tornei tão você
Que mesmo depois te tantos anos
Eu ainda hesito em falar seu nome
Quase do mesmo modo como bruxos evitam pronunciar VoldemortNem de longe você me causou tanto mal
E esse é definitivamente o problema
Fui eu
Eu quem bagunçou as coisas
Eu que causei toda essa dor
E eu já nem sei mais se tudo que eu me lembro aconteceu mesmo
Ou se foi invenção da minha cabeçaSó sei que a dor foi real
Por tanto tempo
Tantos anos
E, hoje,
Mesmo que a dor em meu peito tenha cessado
Ainda dói mentalmente lembrar você
E talvez seja essa a pior dorPor que luto comigo mesmo
Travo uma batalha impossível contra meu inconsciente
Para que entenda que você foi só mais uma pessoa que passou por minha vida
Para que eu deixe pra láDroga...
Por que tínhamos que gostar das mesmas coisas?
Agora eu não sei ser eu sem você
E talvez você não saiba ser você sem mimSó rezo e peço a Deus
Para que eu encare quem eu me tornei
As marcas que você deixou em mim
E entenda que eu escolhi ser assim
Mesmo sob sua influência
E que essas são as coisas que EU gosto
Mesmo tendo sido você que me ajudou a descobrir
E que eu siga em paz,
Sem culpa ou remorso,
E que você seja uma lembrança boa
De tempos muito distantes
Que fizeram de mim quem sou
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Devaneios de Uma Adolescente Solitária
PoetryGrande parte deste livro foi escrita durante a pandemia de 2020. Acho que foi uma forma de manter a sanidade em tempos tão incertos. Este livro é parte de algo de que eu já tinha percebido antes, mas que se tornou evidente a cada dia mais: escrever...