No Reino de Nimphys, uma praga fora solta. Ninguém sabe de onde veio, quem a soltou por aquelas terras e muito menos como pará-la. Sem a cura, seu povo corre risco de extinção
Rainha Hadassa, temendo por seu âmbito, propõe alianças ao Rei de Verífu...
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DALILA AEQUALITER NUBILA
— Acho melhor dizer para sua querida filha, Hadassa, — se virou pra minha mãe. — que suas terras sofrem de uma praga enquanto ela está aqui. — Mas quem ele acha que é para me fazer parecer uma frívola? — Discutindo com o noivo.
Eu quase ri. Quase.
Eu olhei de soslaio para mamãe e ela me encarava como se dissesse “ é. Ele não mentiu". Cerrei os punhos. Não sei o que aconteceu , mas senti algo crescer dentro de mim. Minha mente azul-cristalina fora tomada por cinza. Um cinza pacato. Sem vida. Um ódio que eu nunca havia sentido antes despertou em mim e não me reconheci, afinal, como todas outras Nimphys, sou uma pacificadora. Pacificadores sentem raiva, claro. Mas, sempre buscam escutar tudo — mesmo que doa.
Minha mente se tornara tempestade — cheiro que senti há pouco tempo. E, quando senti vontade de mandar um raio na cabeça de todos, um raio caiu e o chão começou a tremer. Que merda é essa?
— Dalila! — alguém gritou.
Assim como eu, as pessoas estavam apavoradas, mas, elas corriam. Corriam e eu continuava lá. Parada. Elas me olhavam, apavoradas, e eu sentia meu corpo todo tremer. Minha visão oscilava entre ver todas as cores como elas realmente eram e ver elas um pouco mais cinzas.
Minha mente se tornou uma tempestade na qual eu não conseguia me esconder e ela me devastava. Como se tivesse chegando no meu ápice, meu corpo continuou a tremer, porém cada vez mais rápido. Senti meu cabelo balançar, meus dentes se baterem um contra o outro e até cheguei a morder a língua. Até que...
Parou.
Minha mente voltou a ser aquele mar de águas azuis e sem ondas. Sem tempestades. Voltou a ser o jardim cheio de azaleias cor-de-rosa — minhas flores prediletas — e pássaros voltaram a cantar em minha mente. Pensei que eu havia me acalmado, mas... foi o bruxo. Quando eu o olhei, ele estava com duas esferas cinzas. Com uma pequena tempestade lá dentro.
Tempestade idêntica à minha mente há momentos atrás.
— Você... — comecei e ele me deu um sorriso sombrio.
— Quem diria que a mente de minha futura esposa é tão... agitada?— ele disse.
Ignorei aquele ser azucrinante que eu jamais aceitaria como noivo e observei o corredor enorme de cor paredes cor-de-bege e alguns detalhes dourados — em ouro. Ele estava vazio sendo que, antes, estava cheio das Plant's.
Por Varna! Que diabos acontecera aqui?
Engoli em seco,ergui a cabeça.
— O senhor está cometendo um equívoco.
Ele me encarou, irritadiço, fazendo menção de falar — o que ia sujar meus ouvidos com aquelas baboseiras— mas, mamãe foi mais rápida.
— Aquietem os ânimos! Dalila, eu queria contar em algum lugar mais... — olhou para o corredor de um lado ao outro. — reservado.— olhou para o rei.— Mas, temos um rei muito ansioso por aqui. É verdade o que ele disse. Está noiva, querida. — O quê? A praga está afetando a mente dela. — Depois falaremos sobre esse episódio. Eu tenho de ir conversar com as que estavam aqui. Acalmá-las e ver o que queriam, você sabe. — falou a última frase para mim e saiu andando com toda sua graça.
