você se acha muito engraçado, né?

3.4K 461 199
                                    

Jimin e Jungkook sempre foram aquele tipo de casal que você sente nojo, mas também sente inveja. 

Apegados ao clichê de "você desliga!", eram um grude tão açucarado que chegava a piorar a gastrite de Kim Taehyung, ou então provocar o pobre chocólatra nomeado como Jung Hoseok. Era realmente raro ver um Jimin sem Jungkook, ou vice-versa, e não, não era sobre ciúmes, até porque sempre tiveram uma confiança mútua. Podemos chamar de… amor? Ah, julgue como quiser. 

Acontece que eram amantes de clichês, aqueles que você sente até preguiça de ler ou assistir. Era de praxe passarem a noite maratonando filmes e séries referentes à esse tema, agarradinhos no sofá amarelo do apertamento do loiro – palavras de Jungkook, já que o lugar era realmente pequeno –, entretanto, como todo clichê, existe aquele momento triste onde o casal se separa, e então vem toda a choradeira dos principais e o orgulho (o que sempre deixou um Jimin extremamente irritado, pois em sua concepção, amor e orgulho não combinam). Enfim, durante cinco anos de relacionamento, o ex-casal nunca teve uma briguinha. Tudo bem, houve aquela situação onde Jungkook mijou fora da privada e Park não olhou pra sua cara durante quinze minutos – brabo –, ou quando Jimin esqueceu a cor da sua escova de dente e usou a de Jungkook, que por sua vez, fez questão de comprar outra. 

Oras, beijar e esfregar o dente são coisas que se diferem.

No entanto, tirando essas desavenças cotidianas, eles nunca tiveram algo grande. Aqueles barracos dignos de cinema ou de virar meme, ou de jogar as roupas da janela, e sempre foram orgulhosos desse fato. Eram pacíficos, e talvez esse era o segredo para uma relação durar tanto. 

Bem, até Jungkook ter a brilhante ideia de pedir Park em casamento. Em público. 

Público. Pessoas. Multidão. 

Existem pessoas que acharam fofo, sonho de princesa ou príncipe, mas para o pobre loiro, foi um pesadelo. Entendia que seu bebê queria apenas seguir o clichê-clichê, e agradecia à qualquer ser existente por não estar no colégio (só a ideia dele cantando no meio do pátio arrepiava). Por fim, Park não achou romântico, mas sim assustador. Existiam tantos pares de olhos olhando-lhe com uma expectativa colossal, como se qualquer ação que desse a entender uma resposta negativa fosse positivo para fuzilar o garoto ali mesmo. Fora extraordinariamente pressionado por milhões de pessoas, enquanto os olhinhos cheios de expectativas de seu amado continuavam ali, e a caixinha vermelha estendida a si o fez correr.

Não dissera sim ou não, apenas correu como se sua vida dependesse disso, deixando um seu agora ex chorando suas pitangas. 

É, nem tudo saí como no clichê. 

•••

Jungkook fungou pela quinquagésima em menos de trinta segundos, apertando os olhinhos de jabuticaba, pois as lágrimas o impediam de enxergar. Continuava sentido pela falta de consideração de Jimin, pois o safado nem uma ligação prestou ao moreno. Seu terceiro pote de sorvete observava com pena toda a cena trágica do homem.

O nariz escorrendo, os olhos grandinhos e vermelhos enquanto a boca formava um biquinho.

Era, de certa forma, humilhante. Mas concordamos que todos nós precisamos sofrer um pouquinho, não é? Kim Taehyung, como um ótimo amigo, aconselhou o mais novo a chorar, mesmo que no fundo achasse, minimamente, bom o casal ter se separado por um tempo (o impedia de chorar na madrugada pela inveja).

Nunca redarguiu sobre ser mau. 

Mas Jungkook, cansado de sua própria choradeira, decidiu então ir assistir seu clichê. Ou quem sabe um filme de terror, para variar. A verdade é que nada o assustava mais do que sua realidade, era vergonhosa ao ponto de você parar, respirar, voltar cinco segundos e ver se aquilo realmente aconteceu. E ele fez, e, oh, aconteceu. Não há como lutar contra o monstro da vergonha alheia. 

A Netflix Não! Onde histórias criam vida. Descubra agora