Multiverse War

Começo do fim

Enquanto durmo, sonho com as poucas batalhas que participei na guerra passada, me debatia na cama enquanto dentro de minha cabeça flashes das trincheiras britânicas passavam juntamente com os cadáveres de companheiros mortos brutalmente.
Acordo aos gritos com um barulho semelhante a uma explosão mas que se provou ser apenas Cauan batendo na porta, me vesti rapidamente já que estava atrasado para ir trabalhar, desço as escadas e pego um dinheiro para comprar o que comer no caminho.
Enquanto íamos para a estação do bonde ouvimos ao longe: - EIIIII, PALERMAS ME ESPEREM.
Nos viramos e vemos aquela figura pequena correndo ao longe com uma maleta, era nosso pequeno grande amigo Renan nascimento, que ao se aproximar de nós esbraveja por não o esperar.
Nós 3 fomos conversando sobre como a guerra estava prejudicando a economia no Brasil, o bonde havia parado na nossa estação e nós estávamos 5 minutos atrasados mas para nosso supervisor Maxwell Schmidt isso era uma eternidade, enquanto trabalhávamos éramos obrigados a ouvir os longos sermões sobre pontualidade que Max fazia.
Terminando o expediente levamos uma advertência, por mais que eu sentisse que se Max pudesse ele nos demitia alí mesmo, notei que começou a chover e o bonde das 17:00 já havia passado e o próximo seria somente às 20:00, então discutimos para ver a melhor solução.
Decidimos pegar um táxi, fomos o caminho todo discutindo os detalhes do casamento e Renan contava suas infames piadas sobre um dia se casar com minha mãe, chegamos ao bairro das cerejeiras onde cada um tomou seu rumo, já estava escurecendo e o céu tinha uma tonalidade rosada que combinava com uma brisa suave.
Enquanto caminho em direção a minha casa vejo os 3 homens mais cruéis que viriam a cruzar meu caminho, eram os irmãos Schmidt: Max,Henry e Theo.
Eles estavam ameaçando covardemente Jerônimo para que o mesmo ficasse longe de Eva, eu vou ao auxílio de Jerônimo ao ver que eles pretendiam o espancar, vou correndo e me ponho na frente de Jerônimo antes que alguém o ferisse e digo com um tom rígido: - Deixem ele em paz e caiam fora.
- Olha só não é que os macacos têm senso de proteção ao mais fraco - diz Theo em um tom desprezível de deboche.
- Vai fazer o que contra nós 3, você é só um já que o pobre coitado alí tá se tremendo de medo - diz Henry apontando pra Jerônimo que está sem reação.
- Eu tenho autoridade pra levar todos vocês pra cadeia, mas eu só preciso de um pra abalar o frágil mundinho de vocês - digo com um forte tom de ameaça mudando completamente de semblante.
- E como vai fazer isso? - pergunta Max me encarando.
- Ser veterano de guerra tem suas vantagens, está disposto a arriscar sua liberdade pra saber se isso é verdade? - digo com um sorriso ameaçador
Todos ficam em silêncio e o clima pesa, não tinha como sustentar aquela mentira por tanto tempo mas também não podia arriscar a segurança de Jerônimo, Max continuava me encarando mas dessa vez com uma cara que eu nunca tinha visto.
- Vamos embora - diz Max com um tom que soou como uma explosão na minha cabeça.
- Mas ainda não acabamos com eles como vamos explicar isso pro pai? - diz Theo.
- Eu não vou me repetir, eu me viro com o velho agora vamos, você ainda me paga Alencar - disse Max enquanto ia embora.
Eu não estava acreditando no que acabara de acontecer, estava incrédulo com essa situação, Jerônimo que outrora estava no chão se levanta e me agradece pela ajuda, eu vou embora com mil pensamentos sobre o amanhã.
Chegando em casa me deparo com minha mãe completamente esgotada de tanto trabalhar, eu faço uma sopa de legumes para que ela pudesse comer e ir pra cama ter seu tão merecido descanso, enquanto minha mãe dorme eu estou a todo vapor escrevendo cartas de convite para alguns amigos próximos os chamando para o evento de amanhã.
Mas minha felicidade estava prestes a se esvair perante meus dedos e fragmentar minha alma em vários cacos do mais puro ódio e a partir dalí seria movido unicamente por um ódio incandescente e fumegante...