" Em um doce oceano... Náufraga almas em apuros, sonhos em desesperos... Promessas quebradas, laços rompidos... Lágrimas e mais lágrimas de lamúrias e agitações... O socorro tanto implorado... As súplicas em vão... Porém, o sangue que hoje derramo, será o veneno que provocará o seu fim."
-Uau, o quanto Carmen deve ter sofrido! -Pensa Leona.
Algumas lágrimas escorrem pela sua face.
Quando ia terminar de ler a carta, Leona foi interrompida por Mel e ela enxuga rapidamente as lágrimas.
-O que você tá lendo ai?-Pergunta Mel a Leona.
-Uma besteira minha.- Responde Leona, com um sorriso, guardando a carta em seu bolso.
-Ah, você quer brincar comigo?
-Agora não Mel, depois, tá bom?
-Ta bom. -Mel antes de ir embora, dá um beijo na bochecha de Leona.
Mel, era uma garotinha de cinco anos, fofinha, risonha e super pimentinha, vivia aprontando.
Leona, decide ir a delegacia de policia, saber como anda as investigações do caso de Carmen. Ao chegar lá, se depara com Abadom, seu pai. Abadom, estava conversando com o delegado, ela se aproximou um pouco mais, para ouvir o que estavam dizendo, sem deixar que eles a vissem. Assim que ela se aproximou o suficiente, ela se surpreendeu.
-Isso é inadmissível!- Fala Abadom.
-Fale baixo, aqui é meu local de trabalho e outra, eu não posso simplesmente sumir com as papeladas do caso de Carmen, assim do nada. O caso tá sendo investigado e muito menos, posso arquiva-lo agora. - O delegado Cabral responde.
-Não me interessa, da última vez você fez o mesmo serviço e deu certo, lembra?
-Bem...
-Pois bem, dê o seu jeito, já convenci minha mulher de que ela se matou. Quem mais poderia se interessar por aquela criatura, tão desprezível? Não está fazendo falta a ninguém, foi até bom, menos um gasto pra mim. Suma com os arquivos do caso dela, até o final dessa noite, tô pagando uma fortuna pra isso. Não quero mais saber da sua incompetência, se você não fizer isso hoje,já sabe o que vai lhe acontecer. Fui claro?
-Sim...
-Sim o que?
-Sim, senhor.
Quando Leona percebeu que a conversa estava prestes a se encerrar, ela teve que sair dali o mais rápido possível, foi nesse momento que, ela sentiu uma mão a puxando para dentro de uma sala. Leona acabou caindo por cima da pessoa que havia lhe salvado da enrascada, devido ao puxão. Depois que ela se levantou e se ajeitou, ela notou que estava em um local escuro.
-Quem é você?
-Fala baixo, eles ainda estão ai fora.- Fala uma voz masculina.
Abadom, ouviu a queda, o cochicho e uma porta batendo e, rapidamente, se aproximou do local. O rapaz, como tinha uma audição aguçada, ouviu os passos se aproximando e puxou Leona novamente, para trás de uma estante, junto com milhares de pilhas de papéis. Abadom abriu a porta da sala e nesse momento, um feixe de luz irradiou a sala escura e ela pode ver, por um instante, o rapaz que havia lhe salvado. Foi exatamente com esse instante que, ela notou o gato gostosão que estava ao seu lado.
Ao abrir a porta da sala, Abadom entra e tenta acender a lampada, ele nota que a luz estava queimada, então acende a lanterna do celular.
-Oi, o que o senhor deseja?- Pergunta o gato gostosão.
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Faces superficiais
General FictionLeona, uma garota presa ao seu passado. Crimes, supostamente, sem culpado. Vidas, ilusões e esperanças afundadas, nas profundezas do pélago.