01; Task

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Any Gabrielly

— Não é assim que se faz, Any ! — me encolhi contra meu corpo, assustada devido ao grito repentino.

O homem veio em minha direção, fazendo com que na mesma hora eu me abaixasse, assustada. Ele era tão alto que quando ficou em minha frente eu estava na altura de seus joelhos, perto dele eu era praticamente nada. Ele puxou o objeto que estava em minha mão sem nenhuma delicadeza, acertando um tapa rápido contra minhas bochechas. Senti a ardência na minha bochecha e na mesma hora senti uma enorme vontade de chorar.

Porque aquele homem era tão mal comigo?

— Se você abordar suas vítimas dessa maneira, você vai acabar morrendo e trazendo prejuízo pra mim — ele falou novamente, dessa vez com um tom de voz mais baixo — É isso o que você quer, pirralha? Quer morrer e de quebra matar sua família também? Por que é isso que vai acontecer se você não segurar a porra dessa arma com vontade!

Foi inevitável impedir que as lágrimas começassem a escorrer dos meus olhos. Acho que isso só deixou aquele homem mais irritado ainda. Senti uma de suas mãos grandes me segurando pelos braços e me levantando do chão com força, me fazendo arregalar os olhos e prender a respiração.

— Eu te fiz uma pergunta, caralho! Me responda!

— N-não, eu n-não quero morrer e nem m-matar a minha f-família

— Já que é assim, então segure essa arma que nem gente — balancei a cabeça várias vezes, indicando que eu faria assim como ele pediu.

Olhei para o chão e coloquei cada um de meus pés na marcação que havia no chão. Ergui a cabeça e encarei o boneco sem cara que estava na minha frente. Estava a alguns metros de distância de mim, eu acho. Não tive a oportunidade de concluir meu ensino fundamental 1, então talvez eu esteja errada.

Tive um sobressalto quando o homem ao meu lado jogou, novamente sem delicadeza, aquela pistola em cima de mim. Tentei equilibrar o objeto em minhas mãos, mas no processo acabei atirando em algum lugar aleatório do galpão em que estávamos. Segurei a arma com mais firmeza, depois de ver a feição irritada no rosto do mais velho. Suspirei e voltei a olhar para frente, erguendo meus braços, segurando a com meus dedos pequenos e trêmulos, e mirando em direção ao boneco de borracha.

Eu pensei, mirei, analisei onde atirar e respirei fundo novamente. Passados longos segundos de pensamentos, finalmente apertei no gatilho e a arma disparou.

Acertando o teto.

— Inacreditável — escutei o homem bufar, mas não me atrevi a olhar para ele. Eu estava com medo demais do que poderia acontecer

— D-desculpa

— Any Gabrielly, presta atenção e olha pra mim — ele se abaixou do meu lado e eu olhei para ele, um pouco receosa — Você está pensando demais e fazendo de menos. Suas mãos tremem, sua respiração está ofegante e suas pernas estão bambas. Acha mesmo que vai conseguir fazer alguma coisa desse jeito?

— D-desculpa — fechei os olhos com força ao receber outro tapa na cara

— Pare de pedir desculpas! — ele gritou e eu assenti — Quando for atirar em alguém, deve estar confiante. Não gagueje, não trema, não pense muito, não respire muito rápido. Apenas confie na sua arma. Não pense, só atire, decorou?

— Sim

— "Sim" o que?

— Sim, senhor Bailey — ele sorriu e se levantou.

Criminal Love [noany] HIATUSOnde histórias criam vida. Descubra agora