Chuva de vida - Capítulo único

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Agradecimentos

Meus sinceros "obrigadas" à minha professora de redação, em um curto trabalho que exigia a criação de um conto individual e original com a temática "ficção científica", o qual o maior desafio era utilizar apenas 15 a 30 linhas; foi aí que, fiz um rascunho correndo e acabei por achar uma estória fascinante.

Uma homenagem aos meus queridos amigos, que me acompanharam desde o começo e me apoiam a seguir o sonho da escrita.

Não posso me esquecer de agradecer a você, isso aí; você mesmo, obrigada por estar lendo isto. Afinal, um escritor não é nada sem seus leitores.

Sem mais delongas, vamos a nossa aventura

Laís, uma floricultora de respeito; se prepara para o Dia dos Namorados, uma data comemorativa onde casais geralmente se presenteiam; um dos presentes mais comuns de acordo com a tradição é o famoso buquê de flores. Ela normalmente ficaria ansiosa com a véspera da data; porém, algo a preocupa, uma notícia aterrorizante.

Há uns três meses descobriram uma fonte de energia surreal, a energia elétrica a partir dos ruídos sonoros; ou seja, utilizava principalmente o barulho como combustível energético; e não se engane, era muito barulho, muito mesmo.

O problema de toda essa história era a vida, a vida animal e botânica; insetos dos mais diversos foram ameaçados, incluindo os polinizadores. Abelhas, borboletas, vespas entre outros não suportaram a poluição sonora, já que o sistema auditivo desse grupo sempre se mostrou comprometido e sensível.

O que isso queria dizer? A morte em massa desse grupo. Laís já havia notado que as borboletas da sua "carruagem" de flores nunca mais apareceram, mas, ver a notícia; ali, oficialmente exposta, foi traumático.

"Menos de 10 mil insetos são catalogados, com 37 espécies extintas"

A manchete chamativa declarava o início dos tempos de terror, Laís se segurou ao máximo para não lacrimejar; sem sucesso. Ela via as pessoas passarem tranquilamente, sem se questionarem sobre nada, sem se preocuparem com nada; ela sentiu inveja.

Os meses foram se passando, frequentemente ouvia frases ecoarem nas calçadas, todas iguais. 

"O mundo já está acabando mesmo, não faz diferença"

Ah, como ela se sentia machucada.

Aos poucos, o mundo aderia cada vez mais a fonte; de início eram as Sete Maravilhas, internet para todos, a redução da pobreza, e o maior conforto coletivo eram apenas alguns exemplos; mas as consequências resolveram chegar adiantadas. 

Em questão de poucos dias, as árvores já deixavam de produzir seus respectivos frutos; — graças à falta de polinizadores, claro — . Se recordava nitidamente de certa vez onde disseram-na:

"Não te preocupes, é só uma fase; por enquanto iremos comer apenas carne"

Entretanto, o consumo de carne também estava comprometido, pois com a falta de vegetais e frutos; os bichos iam morrendo também.

Chegara a tal ponto que não pôde ficar parada, assistindo a humanidade decair; pegou sua preciosa renda que ganhou no feriado, recomprou as próprias flores e aglomerou todas, todas mesmo.

"Abelhas! Abelhas! Elas vieram!"

Borboletas sobrevoavam alegremente em torno do grande campo florido, uma cena espetacular, uma maré de cores desfrutando do delicioso aroma; o céu em uma festa biológica, quase decretando uma "bandeira da paz" feita pela mãe natureza.

Agora, no presente; Laís se via abaixo de uma chuva de vida.




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