Uma festa que traz o cor: PARTE 2

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- Nem pense em fazer algo com ele, seria estupidez – Disse uma voz chamando a atenção do apagador. Ele virou os olhos antes vidrados no criador baixinho, corado e desmaiado em suas mãos para trás, vendo seu único amigo de braços cruzados olhando a cena com cautela.

 – Eu não iria mata-lo, você me disse para não machucar ninguém, acha que não sei manter uma promessa, Marvul?

- Com ele desmaiado em você duvido que tenha pensado apenas em mata-lo – Disse o guardião dos sentimentos antes de usar sua magia dourada para levantar e carregar o corpo desacordado para longe de seu amigo.

– Consegui sentir sua confusão e interesse por ele desde a varanda até o momento que começou a segui-lo. O que quer que você esteja pensando lembre que eu tenho um tratado de paz e uma festa em minhas mãos, amigo.

- Se você fizer algo para qualquer um aqui, principalmente para o melhor amigo do meu irmão, eu garantirei que você nunca mais sinta algo minimamente positivo – Marvul disse ameaçadoramente com seu olho brilhando em dourado. Eraser não disse nada, apenas observou o criador nocauteado flutuando ao lado do guardião – ...Para onde você vai leva-lo?

- Para o quarto dele do outro lado da mansão (nem sei por que ele estava aqui....) – Respondeu o guardião enquanto andava, despreocupado com o destruidor encarando o mesmo enquanto o seguia.

...

- É esse o quarto do anãozinho dos códigos? – Disse o Destruidor ao olhar o quarto e tocar nas coisas como uma criança curiosa voltando ao seu humor crítico e infantil natural enquanto o bêbado era colocado na cama pelo anfitrião – É surpreendentemente horrível para um artista.

- É um quarto de hospedes padrão da mansão. Você, por exemplo, não dormiria aqui – Ele diz antes de se virar para o amigo rude antes de deixar seus olhos brilharem em um dourado malicioso, perverso.

– Eu poderia oferecer o nosso confortável calabouço, ele é lar de grandes emoções, com certeza.

- Dispenso sua seção de "tortura" especial, prefiro manter meu crânio na cabeça, e não na sua virilha – Disse o destruidor neutro, caminhando em direção a Boots enquanto o guardião ria.

 – Acho que é hora de irmos então, se você não aceita a minha oferta outros aceitarão – Marvul diz indo até a porta e o puxando junto (contra sua vontade) para longe do esqueleto adormecido com magia dourada, antes do destruidor poder retrucar o guardião o mandou um olhar sinistro – Não achou mesmo que eu deixaria você sozinho com ele, achou?

- Qual é! Eu não vou machuca-lo, apenas estou curioso para conversar com ele antes que a festa acabe, ok? Deixe eu ficar, por favoooooooorrr – Racy diz fazendo uma carinha de cachorro abandonado para o amigo, que resmunga e olha ao redor.

– Ok, mas cuidado, se meu irmão te ver aqui ele pode se tornar seu pior pesadelo - - Seu irmão? O príncipe baixinho que gosta de ler? – Eraser falou zombando – Ele é mais forte do que parece, seu idiota. Não se esqueça sobre o que eu disse antes da festa, não machuque, mate, tortu- O destruidor interrompe - Eu sei! Você passou 30 minutos me falando disso! Vai me soltar agora?

O destruidor cai no chão com um baque, olhando doloroso e raivoso pra seu amigo com ar risonho. Marvul então sai e fecha a porta, dizendo para o amigo não demorar e ter cuidado.

Eraser olhou para a forma adormecida de seu arqui-inimigo, deitado de lado acima dos lençóis, suando corado e roncando leve, suas digi-marcas azuis no crânio iluminando o quarto escuro.

Sim, ele sorriu, ele teria muito cuidado.




...

Ele estava dormindo, provavelmente sonhando, imóvel fora pela respiração pesada, e apesar de não estar fazendo nada além disso, o interesse de Eraser nele era obvio.

Eraser apenas o observava sem piscar, o criador era tão curioso, diferente de tudo e todos que o destruidor já avia encontrado, talvez por isso ele fosse tão especial. 

Quer dizer, ele era gentil, inocente, humilde e esforçado com todos ao seu redor, menos com ele, algo que ele tinha que admitir que lhe dava um certo orgulho. O controlado e bonzinho Reboots se tornava uma verdadeira fera com sua presença, saber que ele era o único que provocava essa reação no menor era... Inexplicavelmente satisfatório.

Mas quanto a ele ser diferente... Ninguém conseguia lhe entreter, motivar ou apenas o interessar como Reboots, nem seu "melhor amigo" nem qualquer outra pessoa com o qual ele se relacionou, e isso o tirava do sério

Ele não sabia o que era e nem de onde vinha essa... Essa coisa que tanto chamava sua atenção no pequeno, mas ele odiava, porque não conseguia se controlar. Quando destruía se animava só de pensar em batalhar com o menor, ficava ansioso ao vê-lo, e, por incrível que pareça, ficava absurdamente feliz em ver seu efeito na vida do outro, mesmo sendo negativo.

Ele se sentia louco, mais que o normal. Está se tornando cada vez mais frequente, profundo, como uma doença ou vicio incontrolável. Algo que o atormentava dia e noite. E isso o fez decidir que faria de tudo para que o sentimento não pretendido sumisse.

Até mesmo uma trégua.

Se sentindo instantaneamente enjoado com o pensamento, ele vira para o lado e vomita tinta no chão.

Acontece que para fazer essa coisa parar, ele teria que abdicar de algumas coisas, no caso, de alguns sentimentos. Todas as vezes que o mesmo vai se divertir ou em busca de algum sentimento novo para absorver o menor aparece e eles brigam, e de alguma forma o sentimento que ele acaba ganhando, junto com a interação com o menor faz com que sua obsessão coisa por Reboots aumente. Para se livrar do vício, tinha que se livrar da droga.

Ele avia planejado matar Reboots, mas A Paz acabou estragando seus planos. Marvul avia se reconciliado com o mini polvo e como o melhor amigo dele é o criador, Marvul disse que para preservar sua trégua e boa relação com o irmão Eraser não poderia mata-lo, principalmente hoje. Normalmente ele apenas ignoraria, afinal, ele não se importa de verdade com o outro, o problema era que Marvul era sua fonte de felicidade mais estável e duradora com o menor sendo um bom lutador e o Multiverso contra ele.

Por tanto, essa era sua única opção.

Ele precisava fazer uma trégua e se afastar imediatamente!

Mas quando o mesmo tentou se aproximar de Reboots na festa, usando seu obvio charme e irritação para provocar o pequeno, ele acabou levando um fora, tá, talvez eu tenha sido muito chato, mas ia melhorar, ele que saiu antes de ouvir a proposta!

Sem querer acordar o criador de seu sono pacifico e adorável. Ele então senta na cama ao lado de Reboots e o observa calmamente. 

No quarto mas distante da ala leste a música da festa ainda podia ser ouvida, estava razoavelmente escuro, a luz da lua e as próprias do bug iluminando o lugar ventilado por duas janelas de ambos lados da cama. A brisa fresca noturna, as cortinas se movendo levemente ao vento, era tudo tão relaxante.

Ele só percebeu que estava deitado e caindo no sono quando Reboots se mexeu em meio as cobertas, se encolhendo em frio. Culpando sua maldita paixão doença ele cobre ambos e puxa seu inimigo fofo para perto, o envolvendo gentilmente em um abraço. 

Ele quase parou de respirar ao ver o baixinho se aninhando nele e pressionando seu rosto em seu peito, o menor o estava abraçando e esfregando levemente, ele sentia seu rosto corar em realização. O mesmo ignorou o como as borrachas rosa e amarela liberaram algumas partículas, ele definitivamente pode morrer feliz agora. Em poucos minutos, sem nem mesmo desfazer a conchinha, ele adormeceu.

Error e Ink one-shots!Onde histórias criam vida. Descubra agora