A honra de uma filha

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Os igbos têm um ditado: "As pessoas vêm e as pessoas vão". Em meados da

década de 50, Nnaife sabia que, embora ainda não tivesse chegado sua hora de

finalmente partir para junto de seu Criador, já era mais que hora de se mudar

para mais perto dele. Havia inúmeras gerações que o local do repouso final dos

Owulum era em seu canto de Ibuza, Idum-ohene, e ele alimentara a esperança de

um dia voltar para lá; não consultara o resto da família, pois, no que lhe dizia respeito, a

família era ele. Estava na expectativa de que Oshia terminasse os estudos e assumisse a

manutenção da família; nesse momento, Nnaife não seria mais obrigado a trabalhar e levaria

uma vida de indolência e tranquilidade, bebendo vinho de palma com os amigos...

Quando Oshia obteve o nível um no certificado de conclusão de curso de sua escola

Cambridge, sentiu que era uma grande conquista. Embora Nnaife não entendesse muito bem

o significado de um desempenho assim brilhante, rejubilou-se com o filho, e Nnu Ego ficou

feliz demais para se expressar em palavras.

"Me ofereceram um bom emprego no Instituto Técnico", disse Oshia. "Terei que fazer um

pouco de pesquisa científica. Sempre me interessei por ciência. Imagine só, pai!".

Nnaife não sabia por onde começar a imaginar, mas riu cortesmente. Festejou o sucesso do

filho com vinho de palma e ogogoro, e convidou Ubani, Nwakusor e todos os velhos amigos

e colegas de farda, chegando a permitir que o antigo senhorio iorubá fosse cumprimentá-lo.

"Bem, não demora e você vai poder se aposentar e entregar a Oshia a responsabilidade de

tomar conta da educação dos irmãos", exclamou Nwakusor, de olhos reluzentes devido ao

vinho. "As meninas daqui a pouco se casam, suponho. Sinceramente, Nnaife, aquela noiva

relutante de vinte e cinco anos atrás realmente lhe deu motivos de orgulho!".

"A vida com uma filha de Agbadi não foi fácil, posso lhe garantir, meu caro amigo. Nem

todo homem teria conseguido conviver com ela. Mas ela me deu filhos notáveis. Adim vai ter

o mesmo sucesso do irmão", gabou-se Nnaife.

Era uma ocasião de alegria e esperança para os Owulum e seus amigos. Todos

concordavam que valia a pena fazer o esforço de educar os filhos num lugar difícil como

Lagos.

"Mas as coisas estão mudando depressa", disse Ubani, que ainda vivia com brancos, no

pátio da ferrovia. Era considerado um homem mais bem informado que os amigos da oficina.

"Dizem que num futuro não muito distante estaremos governando a nós mesmos, fazendo

nossas próprias leis".

Nnu Ego, ouvindo de passagem o que ele dizia, perguntou aos homens: "Então teremos um

governador distrital negro num lugar como Ibuza?".

"Claro, mãe, é isso que nós estamos dizendo".

As alegrias da maternidadeOnde histórias criam vida. Descubra agora