Capítulo 9

16 2 7
                                    

Capítulo Final

PARTE 1/2

"Quem... é você?". Ao piscar os olhos e fazer uma lágrima pular, Baekhyun dá um passo para trás. Olha para a enfermeira que corresponde o olhar de modo preocupado e cauteloso, mas logo desvia e pede para Baekhyun acompanha-la. Ele apenas quer permanecer ali parado olhando para os olhos arregalados do menino que voltou a vida, porém é arrastado pelo bom senso e acompanha a mulher. O doutor Kim esclarece alguns fatos. Permanecer em coma por tanto tempo traz consequências, às vezes, permanente. Chanyeol perdeu a memória.

(...)

Chanyeol chega ao apartamento luxuoso e minimalista do primo Chen. Havia um quarto separado já pronto para recebê-lo. Guarda-roupa organizado com camisas largas e pouca estampa. Alguns blazers e até um terno. Vários e vários tênis... todos de marca. Gaveta com relógios. Então é assim que é um relógio caro? No enorme espelho que ocupava uma das paredes Chanyeol se encara. Se aproxima da sua imagem e observa cada detalhe. Toma um susto, Chen abre a porta de uma vez. O primo quer saber se está tudo bem mesmo. Chanyeol apenas assente com a cabeça. Estava melhor do que os últimos cinco dias no hospital. Depois do banho e do jantar se deitou na cama confortável. Se cobriu e permaneceu como estava a noite inteira... calado. Ele se vira de lado e sente a garganta apertar. Um sentimento intenso de solidão se atira contra seu peito. Medo. Tristeza. Confusão. Conseguia se lembrar da sua infância, de alguns momentos da adolescência... mas tudo nos últimos anos era vago. A sensação é de que tinha acordado no corpo de outra pessoa. Parecia um reality show em que ele era o protagonista sendo enganado. O Show de Truman, lembrou do filme. Mas não era possível, era sua nova realidade. Soube por Chen do incidente. A mãe que faleceu... lembrava de seu rosto. O assassino que agora aguardava um julgamento em liberdade. Soube que era um pintor e se recordava de desenhar quando tinha quatorze anos. Soube que tinha uma galeria famosa que fazia tour pelos museus do mundo. Viu os vídeos no Youtube de pessoas emocionadas que torciam por sua recuperação. Se levanta. Ao ir no banheiro inundar o rosto de água fria para sobrepor o molhado das lágrimas, respirou fundo duas vezes e forçou um sorriso de lábios. Embora tenha passado pelo inferno, no fim, estava vivo e teria de ser grato... Mesmo não sabendo, Chanyeol já estava agindo como ele mesmo quando decidiu se esforçar para viver essa nova fase.

(...)

Ao ir na galeria fixa de Seul, Chanyeol ficou fascinado. O lugar era em desing de labirinto. Notou que até desenhos esboçados estavam expostos, todos em molduras de vidro e com uma iluminação sobre os corredores que fazia, realmente, parecer uma obra. Grande. Com certeza, o investimento ali tinha sido grande. Disfarçado com boné e máscara, o artista caminhava sobre o sucesso. Mesmo com dúvidas se conseguiria voltar a pintar, estar naquele lugar o fazia se sentir em paz. Ao subir no galpão que ficava no segundo andar, encontrou os materiais que utilizava para trabalhar. Chen, que mais cedo tinha deixado ele aproveitar a tarde nesse espaço, sobe para chama-lo, estava noite e o lugar deveria ser fechado. O primo que Chanyeol dizia se recordar – vagamente – termina de subir as escadas. Chen encara o rapaz que estava absorto olhando para uma tela.

Quem é ele? De verdade? — Chanyeol continua encarando o quadro que um dia tinha pintado. — É alguém importante, não é Chen?

— Ele... é seu colega. Já disse...

Ele chorou quando me viu no hospital.

Chen não sabia o que falar. O quadro retrato de Byun já dizia muito. Desde que todas as obras de Chanyeol se resumiam a paisagens urbanas e os únicos retratos eram de artistas clássicos já não vivos... Negar que aquilo não havia significado seria difícil. Não dava para cumprir o que Byun havia pedido.

Renascença (chanbaek)Onde histórias criam vida. Descubra agora