4- Fim?

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Após dirigir durante 30 minutos encontro o lugar perfeito, estaciono o carro um pouco afastado do estabelecimento.

Me olho no espelho retrovisor e encaro a menina de tristes olhos castanhos claros, os mesmos olhos o qual minha mãe tanto amava, ela sempre falava que eu deveria me esforçar para continuar sempre com os olhos felizes.

Sorrio ao recordar dessa memória com a minha mãe, que infelizmente não são muitas. Por ter perdido meus pais muito novinha não lembro de tantas coisas como eu gostaria. Mas lembro da voz suave da minha mãe, do meu pai me ensinando a andar de bicicleta, das histórias que eles me contavam antes de dormir, histórias que eram acompanhadas de muito carinhos e beijos na testa.

Balanço levemente a cabeça, na tentativa de dissipar esses pensamentos. Foco no meu objetivo principal, limpo e enxugo meu rosto da melhor forma possível, tentando consertar o rímel borrado. Não que tenha ajudado em muita coisa, está evidente que chorei muito, mas que seja.

Saiu do carro, e sinto as gotas de chuvas caindo pelo meu corpo. Ando um pouco até chegar no estabelecimento, que mesmo chovendo continua aberto e com várias pessoas. Penso um pouco e entro.

Ao entrar no bar sinto alguns olhares em mim, de alguns homens, e talvez até de algumas mulheres, não dou muita importância, as pessoas ao meu redor sempre falam que sou bonita,  pelo visto não sou bonita o suficiente para meu noivo não me trair.

Sento em um banco no balção. Percebo um olhar desejoso do Barman em cima de mim, ele até que é bem bonito. Queria ser aquele tipo de pessoa que dorme com qualquer um, sem se envolver.

Quando ele se aproxima com um sorriso galanteador eu apenas peço dois copos de whisky. Sim, whisky, quero esquecer meu dia o mais rápido possível, e se a bebida for me ajudar nada mais importa.

..................

Tem uma hora que eu entrei no bar, não tenho mais ideia de quantos copos de bebidas eu já tomei, mas sinto que não foi o suficiente, até porque ainda não estou em coma, solto uma gargalhada com esse comentário da minha cabeça, ou será que eu falei em voz alta? Não tenho ideia.

Pego algum dinheiro no bolso, e coloco no balção, talvez tenha até mais do que eu deveria pagar, mas tudo bem, a bebida merece, ela me fez esquecer o que aconteceu, na verdade, qual meu nome?

Levanto tropeçando nos meus próprios pés, e solto algumas gargalhadas com a minha incompetência em andar em linha reta. Vou indo até a porta, até que me deparo com um homem lindo vindo até mim e parando na minha frente, ou eu pelo menos acho que é bonito, minha visão me bêbada não ajuda muito.

_Quer uma carona pra casa coisinha linda? - fala o homem com o alito forte de álcool, seu estado não está tão diferente do meu, rio com isso.

_Voxe quê que eu vá com voxe? Naaam - rio pelo seu comentário, mas solto uma gargalhada mais alta quando escuto minha voz de bêbada.

Empurro um pouco ele para o lado e vou em direção a saída, olho ao redor e procuro meu carro.

Espera... Eu vim de carro? Pego uma chave no bolso do vestido que estou usando e vou apertando o botão enquanto passo na frente de uns carros, até escutar um barulho.

_My little Baby!! - Dou um beijinho no carro e entro nele, demoro um pouco para lembrar como ele funciona. Tento colocar o cinto mas acabo desistindo, muito chato. Dou a partida e vou dirigindo pelas ruas.

As ruas estão vazias, apenas eu e a tempestade.

Acho que meus pais estariam com vergonha de mim agora. Provavelmente estão. Mas eles não estão comigo quando mais preciso então não importa.

Depois de um tempo na estrada, não consigo enxergar as coisas muito bem, sinto apenas uma vontade avassaladora de fechar os olhos. Estou tão cansada, de tudo.

Parece que eu nunca posso ser feliz por completo. Meus pais se foram cedo demais. E me deixaram!

E quando achei que poderia construir minha própria família...

Sinto coisas molhadas no meu rosto e percebo que voltei a chorar. Dessa vezes é um choro por tudo.

Eu só queria ser feliz.

Mas agora só quero que tudo acabe. Eu não aguento mais. Não quero mais lembrar do meu sofrimento.

-NÃO QUERO MAIS LEMBRAR! - berro para a estrada e para a tempestade que ficou incrivelmente mais forte. Grito para os relâmpagos que claream essa noite escura- NÃO QUERO!

Esculto barulho de buzinas de carro. Mas não consigo enxerga-los.  Chego em uma ponte, está tudo escuro mesmo com algumas lâmpadas, lâmpadas essas que começam a piscar, parece natal, solto uma gargalhada.

Olho para frente e vejo uma luz bem forte na calçada, e uma mulher, na verdade a mulher é a luz forte, consigo vê longos cabelos negros, um vestido esvoaçante na cor branço. 

Ela sorrir docimente para mim e acena, retribuo o sorriso e asseno para ela também, mas no mesmo momento vejo uma luz forte invadindo todo o carro, olho para frente e só cconsigo ver um caminhão bem pertinho de mim, sorrio e penso, "pelo menos acabou". Fecho meus olhos e logo em seguida sinto a colisão.

Porém em seguida tenho uma estranha sensação de estar flutuando, como se alguem estivesse carregando o meu corpo.

A última coisa que consigo escutar é um sussurro doce no meu ouvido. "Encontre o que anseia e voltarás"

E tudo escurece.

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·Oi amores, estão gostando? Me contem. Sou meio insegura rs
·Sorry pelo capítulo pequeno.
·Desculpa pelos erros.
·Obrigada por lerem❤

My Duque (Pausado)Onde histórias criam vida. Descubra agora