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Ariana

Eu acordo com o despertador e percebo que estou quase atrasada.

Mas eu não me sinto nada bem, fraqueza e náuseas são fracas mas ainda estão aqui.

Eu me visto, e desço, passo na cafeteria da Universidade, e pego um Frappuccino e me dirijo à sala de aula.

Ainda não tem ninguém, faltam meia hora pra aula começar eu só sento em qualquer lugar e o professor me encara.

-Você está bem?-sr. Reginald me pergunta.

-Tudo bem, só preciso de café. -eu digo bebendo meu café gelado.

Meia hora depois quando todos já estão em sala de aula, o professor começa a aula.

Minha cabeça dói como se eu tivesse bebido muito no dia anterior.

-Na aula de hoje vamos fazer em conjunto com a melhor professor dessa universidade, diga-se de passagem, minha esposa, Sra. Reginald.-ele diz e ela entra.

-Oi, quem não me conhece, meu nome é Margareth Reginald, eu dou aula de culinária. Nós quase sempre fazemos aulas conjuntas, meus alunos já estão avisados que teremos vocês na nossa sala hoje.-ela diz.

Todos levantam de seus lugares para se dirigir até a sala de frente pra nossa.

Eu não.

O professor caminha até a minha cadeira.

-Tudo bem mesmo? Você está meio pálida, por quê não vai beber uma água? Esperamos você para a aula começar.-ele diz e eu vou ao banheiro.

Eu bebo um pouco de água e volto para a sala me sentindo um pouco melhor. 

Chego na porta da sala e a primeira pessoa que vejo é Matt, todos estão sentados em dupla e ele sozinho, e percebo a falta de sorte que me encontro.

-Desculpa a demora.-eu digo.

-Tudo bem, está melhor querida?-Sra. Reginald pergunta e eu concordo com a cabeça.

-Pode se sentar ao lado do senhor Morrison.

-Professora eu não me importo de fazer sozinho.-ele diz. 

Isso me dói mais que qualquer injeção ou cólica.

-A atividade é em dupla, a não ser que queira ficar sem sua nota.-Ela diz e se vira pra mim.

-Senhorita Mortensen, pode se sentar para começarmos?-ela pergunta e eu caminho para me sentar na cadeira ao lado de Matt.

A minha frente tem uma tela.

-Hoje vocês vão pensar sobre a infância. Para os alunos de artes plásticas, uma pintura sobre uma lembrança boa ou ruim da infância. Para os alunos de culinária uma receita que remete à infância.-O professor diz.

-Professora, e qual a intenção das duplas?-uma pessoa pergunta.

-Apenas porque queremos ver como se saem com distrações.

Eu começo com o esboço do parquinho onde Violet e eu nos conhecemos.

Depois de quase uma hora desenhando e preparando as tintas eu me sento para começar a pintar.

-Senhorita Mortensen? Seu nariz.-ele diz e eu coloco a não vendo que sai sangue dele.

-Ariana? Tudo bem?-Matt me pergunta. A essa altura toda sala me observa.

-Eu estou bem gente, com licença.-eu levanto e pego meu celular na bolsa enquanto caminho pelos corredores da Universidade.

Depois de dois toques meu pai atende.

-Pai, eu tô passando mal, não sei se consigo dirigir, tem como você vir me buscar ou pedir para Hunter vir?-digo me referindo ao seu motorista.

-Calma querida, eu estou perto da sua faculdade, já estou a caminho.

Paro no topo das escadas da saída principal da UCLA.

Eu sinto minhas pernas tremendo de fraqueza.

-Ariana, você está se sentindo muito mal?-Matt me pergunta e eu não me viro para vê-lo.

-Não parecia se importar ontem a noite, e muito menos uma hora atrás quando mal me olhou.-eu digo observando se meu pai já vem.

-Eu me preocupo sim, claro que me preocupo.-ele diz enquanto eu desço as escadas e meu pai sai do carro.

-O quê aconteceu Ariana?

-Meu nariz sangrou, e eu não me sinto nada bem, podemos ir para o hospital?-eu pergunto.

-Claro querida, mas precisa me dizer pra qual hospital quer ir.-ele diz.

-Pai, eu…-me sinto completamente desfalecida. E tudo escuro ao meu redor. Caio nos braços do meu pai e tudo se vai. Não sinto mais nada.

Eu acordo com a claridade do quarto.

Meu pai está sentado na cadeira com os olhos fechados.

-Pai…-minha voz sai fraca.

Ele levanta e caminha até mim.

-Querida, você ficou desacordada por dois dias.-ele diz.

-O quê aconteceu?-eu pergunto.

-Você desmaiou na universidade,  e eu te trouxe pra cá. Os médicos fizeram uma cirurgia às pressas, disseram que tinha o início de um tumor de câncer no seu colo de útero. Traquelectomia radical com dissecção dos linfonodos pélvicos. Agora você está bem e em recuperação, tenho que chamar a enfermeira.

É muita coisa para absorver.

Meu pai sai do quarto e Hannah entra.

-Eu estava entrando quando seu pai saiu. Que bom que você acordou.-ela diz deitando na cama de hospital ao meu lado. 

-Meu pai falou o que eu tive que fazer mas eu não entendi nada.-eu digo.

-Eu estudei o que tava acontecendo com você durante as duas noites que eu dormi aqui com você. O que aconteceu foi que pra você continuar fértil, eles tiveram que cortar uma parte que tinha um início de um tumor na parede do seu útero.-ela diz.

-Eu não sabia que seria assim, eu não pensava que eu teria o mesmo problema que a minha mãe. E se eu tiver filhas e elas tiverem esse mesmo problema?-eu pergunto.

-A gente não pode prever, pode sim acontecer mas as chances não são altas.-ela diz.

-Matt está lá fora, oi Ariana.-Brianna entra no quarto.

-Porque ele está aqui?-Hannah pergunta.

-Por que ele pode fingir que não, mas ele se importa. Mas eu não disse nada sobre o que aconteceu por que é escolha da Ariana contar ou não.-Brianna diz e me olha.

-Ele pode entrar se quiser.-eu digo.

Elas duas saem e depois de cinco minutos ele entra no quarto.

Damn Girl (COMPLETO)Onde histórias criam vida. Descubra agora