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era para ser apenas um final de semana qualquer na casa de Chris. não esperava nada mais do que garrafas vazias de cerveja sobre a mesa e pacotes de chips espalhados pelo corredor. tudo era sempre tão comum e divertido que minhas ideias não fantasiaram algum tipo bonito de coisa brilhante. mas lá estava você, vestindo uma camisa legal e jeans, correndo os dedos pelos cabelos platinados de forma suave e despreocupada. meus olhos não conseguiam deixar você, nem por um segundo, e foi ali, naquele infinito instante, o começo de tudo.
o som alto não impediu você de se aproximar, nem o tilintar das garrafas no cômodo ao lado. você era mágico, era real, tão bonito quanto dias de sol. eu sabia o que se espreitava nas batidas do meu coração jovem e a todo vapor, e acho que você também. talvez as trocas de sorriso de uma ponta a outra do sofá foi o motivo de minhas mãos parecerem tão escorregadias. meu corpo reagia a você da forma mais adolescente possível, mas eu não podia controla-lo. a cada passo até você era como caminhar em direção o sol.
você é feito de estrelas e pingos de ouro cintilando nas bochechas, constelações eternizadas em sua pele numa explosão de luz. nos desdobramos em conversas longas, debruçados no parapeito da sacada ou deitados no chão da sala. eu queria saber mais sobre você. eu não sabia que era possível se apaixonar tão rápido, mas você me permitiu provar do gosto do amor por segundos inteiros quando me beijou debaixo daquela infinidade de pontinhos brilhantes no céu.
me apaixonei pelo seu par velho de all-star e pelos broches costurados em sua blusa bonita. me apaixonei pelo seu jeans surrado e pelo brilho do seu cabelo. me apaixonei pelo papel adocicado do chiclete que dividimos depois de comer batata frita agarrados no sofá da sala. me apaixonei por você, Felix, em cada detalhe, em cada traço, verso e estrofe dessa poesia de amor que você é.
