P. V Jay Park
Esquecê-la era a prioridade, mas sua voz não se calava em minha mente, apesar volume mais alto dos fones. Nem mesmo o exagerado levantamento de peso, que me exigia total concentração e força a afastava de meus pensamentos. Até que se posiciona na esteira ao lado da minha, uma das várias transas casuais que tenho. Talvez o gemido de prazer desta garota substitua o de dor de S/n de meu consciente.
Em um dos vestiários a garota me segue, com a mesma intensão. Já nú no chuveiro, começo a apalpar suas próteses que por algum motivo me fez comparar com a macies dos naturais que tanto toquei no último fim de semana.
Por mais que tentasse “marcar território” por cima das marcas que a estraga prazeres me deixou, suas unhas não surtiam efeito, pois não eram cumpridas e afiadas como as dela. Nunca permiti que marcassem meu corpo, mas estava disposto a qualquer coisa para tirá-la de minha mente.
No momento principal, o cair da água em minhas costas me traz lembrança do banho que tive junto de S/n em seu banheiro minúsculo. Fazendo com que eu falhasse em iniciar o ato.
- Calma Jay... – Diz a garota, e faço um pequeno esforço para lembrar seu nome, mas logo desisto. – Isso acontece. Você deve estar tenso... deixa eu tirar sua tensão. – Dita se ajoelhando e me abocanhando. Os sons exagerados nunca haviam me incomodado antes, mas ter me esforçado para conquistar os de S/n , fez com que eu ficasse pouco mais crítico, me saturando com os gemidos altos e falsos que ouvia naquele momento.
- Não faça barulho! – Dito sem reação. A mesma resolve se empenhar na atuação. Suas expressões não me chamavam atenção e pareciam meio estranhas. – Estou atrasado... – Digo afastando-a e tomando um banho rápido no chuveiro ao lado. – Outra hora você termina. – Me visto enquanto acumulo ódio por S/n. Sinto a garota que me acompanhava exclamar algo, que acabo não prestando atenção, então concordo para sair mais rápido em direção ao ensaio.
∞
Durante o caminho ao ensaio, Gray pega uma carona comigo.
- Faz tempo que não nos vemos... – Diz ao adentrar o carro e afirmo com a cabeça. – Já se recuperou?
- Como assim? - Pergunto distraído.
- Você não estava doente? - Ele ri. – Ou só mentiu para ficar longe de mim?
- Não faria isso... eu estava com febre mesmo. – Entro em seu riso.
- Onde você ficou? – Questiona desconfiado e faço expressão de falso desentendimento. – Você não atendeu minhas ligações então fui até sua casa... esperei muito até perceber que você iria passar a noite fora.
- Estava com minha mãe. – Minto e Gray aparentemente acredita.
E, em instantes meu celular toca e atendo pelo fone bluetooth.Ligação on
- Jay? - Dita uma voz suave e feminina.
- Quem é? – Pergunto ao não reconhecer.
- Não se lembra de mim? – Diz com malícia, me instigando.
- Acho que você precisa falar pessoalmente em meu ouvido para me lembrar... – A provoco com perversão, pois estava disposto a mais uma tentativa de substituir S/n.
- Não vai dar... – Seu tom de voz muda para informalidade. – Só liguei para pedir novamente se possível liberar S/N mais cedo, pois hoje será o encontro a cegas que te falei. – Naquele momento petrifico ao ouvir aquele dito nome. – Para se lembrar quem é, da próxima vez salve meu contato... Me chamo Bo-ra, lembra? – Essa garota ama me testar, para que cada vez que eu caísse em suas armadilhas, me auto afirmasse o homem errado para sua amiga.
VOCÊ ESTÁ LENDO
Olhando a Vida nos Olhos
RomanceQuando se está cansada de apenas sobreviver e resolve "olhar a vida nos olhos", a ansiosa S/n, se arrisca em uma nova forma de viver sua vida. Sem rumo ou um plano, por amor a dança e em busca de autoconhecimento; o destino faz com que ela esbarre...