Mais uma vez me encontrava dentro da sala medica. Dessa vez tinha mais enfermeiras no local. Todas elas passavam e nos encaravam.
—Se dividam. O doutor precisa atender vocês individualmente. – A enfermeira que nos guiou disse. Os três depois de hesitar um pouco se dividem, cada um indo para uma das pequenas cabines dividas por cortinas. – Por aqui. – Ela diz dando passagem para que eu entrassem em uma das cabines.
Assim que entro, outra enfermeira com um símbolo diferentes das outras entra.
—Bom dia. – A moça de cabelos grisalhos e pele lisa diz.
—Bom dia.
—Nara, não?
—Sim.
—Prazer sou a doutora Eko. – Ela diz enquanto mexia nas gavetas da pequena escrivaninha de ferro. – Preciso fazer uns exames em você antes de o Doutor Fityller vim. – Assinto mesmo com ela estando de costas. – Não tem medo de agulha né? – Ela diz virando com uma seringa e encaixando a agulha.
—Uma agulha não da tanto medo que uma metralhadora.
—Claro que não. – Ela diz sorrindo consigo mesma. Ela estica meu braço esquerdo e passa um algodão com um liquido geladinho, em seguida afunda a ponta da agulha no ponto necessário drenando a quantidade de sangue necessária. – Pressione. – Ela diz entregando um algodão quando termina de encher três potinhos e tirar a agulha. Em seguida coloca em meu braço um aparelho medidor de pressão. – Você foi muito bem na Arena. Verdade que é 99%? – Ela pergunta enquanto retirava o aparelho.
—Sim, sou uma pessoa 99% distópica. – Falo sem animo.
—Deveria se orgulhar sabia?
—Ter orgulho de ser tão diferente das outras pessoas?
—Sim, por que não? – Ela fala dando de ombros. – Você foi presenteada com coisas que poucas pessoas conseguem fazer, isso é um prestigio, deveria ter orgulho disso. – Não respondo nada. Ela pega uma lanterna pequena e coloca a luz incomoda na frente dos meus olhos. – Quando me disseram que uma garota de 16 anos era 99%, não acreditei, precisava ver com meus próprios olhos.
—Por que? Por que pareço uma criança?
—Não, é justamente por você não parecer com uma. – Ela diz desligando a lanterna. – O Doutor já vem, não saia dai.
Ela passa pela cortina, suspiro pensativa. Não demorou muito e o Doutor que me examinou quando cheguei aparece, agora sabia que ele era conhecido como Doutor Fityller.
—Nara. – Ele diz cumprimentando, ele vira de costas e puxa pela cortina um aparelho que o reconheço imediatamente. – Teremos que fazer um outro teste de sobrevivência. – Enrugo a testa. – Pelo aparelho. – Ele acrescenta.
Fazendo tudo o que ele ordenava, me deito no fino colchão e prendo o cabelo em um rabo de cavalo. Os fios são conectados a minha cabeça logo em seguida, o sons dos botões quando eram pressionados me causavam arrepios e tremores pelo corpo.
—Fique tranquila Nara. Relaxe e feche os olhos. – Concordo e suspiro forçando a fechar os olhos, nesse instante foi inevitável que as imagens em minha cabeça parassem.
O momento em que sai de perto de Ana, a sala de treinamento escura apenas com os sons dos meus socos no saco de pancadas, Christian do outro lado do refeitório me observando pela primeira vez, me lembro de observar todos aquele Helicópteros e os instrutores a nossa espera para depois nos jogarmos com paraquedas na Arena, lembrar da sensação de estar caído fez meus coração se acelerar. Lembrei em seguida das primeiras pessoas que matei, de correr pelo mato no escuro, de ver e sentir o cheiro forte do gás, de ter encontrado com Christian e me sentir segura ao te-lo por perto. De quando enfrentei um cara sem estar armada. Tudo isso me vez perder o controle e entrar em uma onda de pânico.
Era como se ainda estivesse lá, todo o cheiro a sensação, a dor de cair diversas vezes, os sons de tiros estavam imensos, pude sentir minha testa enrugar e uma lagrima escapar dos olhos escorrendo pela lateral do meu rosto quando lembro da ultima vez em que tinha visto Maia e Melly, de me despedir. A raiva me invade ao relembrar todas as palavras que gritei para a câmera, automaticamente fecho os punhos ainda estando com os olhos fechados. Sinto como que a mão de Christian estivesse segurando a minha e andávamos lentamente para o elevador branco mais uma vez.
Um aperto no meu ombro me faz levantar e abrir os olhos ofegante e assustada.
—Esta bem? – Doutor Fityller pergunta.
—Estou...Estou sim. – Falo entre suspiros tentado recuperar o folego que parecia ter prendido a maior parte do tempo. – O que você fez comigo? – Pergunto enquanto ele tirava todos os fios.
—Eu não fiz nada. – Ela fala ficando de costas. – O aparelho ativa as memorias e sentimentos de momentos que você sentiu com medo, insegura, agindo para sobreviver, ele procura e acha tudo o que você pensou ou sentiu nos momentos mais importantes da Arena.
—No primeiro que fiz não foi assim.
—Por que naquela época você ainda não tinha despertado o seu lado distópico. – Passo as mãos nos cabelos e pelo o pescoço tentado relaxar um pouco. Ele ficou a frente do aparelho, logo em seguida sons de folhas surgem. Ele as examina por um instantes, arruma os óculos e vem até mim. – Acho que vai gostar desse resultado senhorita Nara. – Ele diz olhando para os papeis e logo em seguida me entregando.
Os pego com as mãos gélidas, as folhas que logo reconheço me causando arrepios, linhas que continham elevações altas de varias cores, sem demora direciono o olhar para o final da folha onde sabia que tinha os resultados. Prendo a respiração quando o leio.
RESULTADO: 100% Distópico.
***
Uouu!!
Será que isso é bom ou ruim??
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Free Fire A Garena
Ciencia Ficción(Completo) -A verdade por trás da Vitoria.- O Desafio da Garena começou com 60 pessoas, de acordo com as regras existiria apenas 1 sobrevivente. Nara, seria o nome desse único sobrevivente porém, desafiando seus superiores levou consigo três outro...