CAPÍTULO DEZESSEIS

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                                Ariel Lewis:

            Depois de um banho demorado eu me sentei na varanda ao lado de vovô, vendo as pessoas começarem a se preparar para ir embora, seguirem os seus planos para aquela noite ou apenas voltando para as suas famílias depois de um dia cansativo de trabalho, a brisa suave batia nos meus cabelos deixando-me muito confortável, o pôr do sol parecia ainda mais bonito naquele final de tarde.

_ Soube que foi cavalgar. – Comentou vovô fazendo com que eu concordasse. _ Deveria ter levado Andrew, ele precisa sair mais, não aguento mais o ver enfurnado naquele quarto, mas, parece que ele não escuta ninguém.

_ Também não gosto de vê-lo daquela maneira vovô. – Confessei em um suspiro e cruzando as minhas mãos no colo. _ Mas, ele parece não querer escutar ninguém e você sabe que se eu colocar as minhas vontades na frente do que ele quer, nós iremos acabar brigando e mamãe está cansada de tantas brigas e você sabe como ela fica quando está irritada e acho que nós não deveríamos a tirar o sério. Porém, prometo que irei tentar fazer com que Andrew entenda que ele não pode jogar a sua vida fora deste jeito por conta de uma mulher que não merecia tanto sofrimento ou desespero da sua parte.

_ Acho que deveria seguir os seus próprios conselhos minha menina. – Disse ele sorrindo e me deixando confusa com o caminho que aquela conversa estava tomando. _ Você não voltou para casa porque estava com saudades de todos, mas, porque queria fugir do mundo que criou em Washington e não vê-lo desmoronar, pois, sabia que isso iria acontecer se continuasse a se forçar daquela maneira, porém, eu estou feliz que resolveu voltar para casa, acho que há questões que você precisa resolver por aqui, questões que vão lhe seguir por toda a sua vida se você não conseguir se livrar delas de uma vez por todas e você sabe do que eu estou falando.

_ Vovô eu não irei discutir com o senhor por causa de Benjamin Chermont. – Avisei levantando-me e ouvindo-o bufar por ter sido contrariado, todos falavam que eu era muito parecida com ele nesse quesito e isso poderia ser verdade, mas, aquele era um assunto que eu ainda não estava preparada para discutir com alguém. _ Esse assunto está enterrado no meu passado no meio de muita lama e eu não quero ter que relembrar dele a cada cinco minutos, pois, eu acho que é isso que as pessoas pensam sempre que me veem, eu não sou mais aquela garotinha que fugiu de Charlotte com medo da humilhação. Eu me tronei uma mulher muito melhor por causa disso e não tenho questão nenhuma para discutir com Benjamin, estou de bem com o meu passado e isso não irá mudar. Irei ver se tia Chris precisa de ajudar na cozinha, afinal ela é a única que não toca no nome Chermont a cada duas palavras que troca comigo.

            Claro que aquilo era uma mentira, já que minha tia nunca precisava de ajuda, eu queria apenas fugir daquela conversa que me parecia bem desfavorável para o meu lado, me isolei na sala de música, me lembrando das noites que eu passei ali ouvindo vovô cantar e encantar a todos ou apenas me escondendo de meus irmãos quando eles estavam furiosos comigo, eles sempre se esqueciam daquela sala e o único lugar que eu parecia ter um pouco de paz.

_ Mamãe está chamando-a para o jantar. – Avisou Austin parando na porta e cruzando os seus braços enquanto encarava os meus movimentos com cuidado, ele estava procurando as palavras certas para usar naquele momento. _ Sabe, os boatos que correm pela cidade é que você mostrou as garras para o xerife e que elas são afiadas e por isso os dois estão em pé de guerra, espero que isso seja apenas uma fofoca de pessoas maldosas, já que eu acho que Charlotte não tem estruturas para conseguir sobreviver a uma guerra entre você e Benjamin, principalmente com o histórico de vocês, sempre alguém acaba saindo magoado dessa relação e espero que não seja você novamente irmã.

_ Eu mostro as minhas garras apenas para quem merece e posso garantir que elas são muito afiadas e eu adoro crava-las nas pessoas certas. – Afirmei passando por ele e apertando o seu ombro enquanto sorria, sabia que as pessoas já deveriam estar sabendo sobre a nossa conversa, nada ficava embaixo dos panos naquela cidade. _ E não se preocupe, eu não pretendo criar uma guerra sendo que eu estou de partida em poucas semanas, eu estava apenas fazendo o meu trabalho e ajudando a um inocente que está sendo perseguido pelo xerife, mas, isso parece que ninguém comentou, não se preocupe irmão, não pretendo deixar com que ninguém me magoe, principalmente Benjamin Chermont, já que tudo que eu quero deste homem é distância.

            Austin não pareceu convido com a minha explicação, mas, não falou nada, apenas me seguiu até a sala de jantar onde todos já estavam reunidos apenas esperando pela nossa chegada. O jantar foi tranquilo, ajudei a Lana a arrumar a cozinha naquela noite e ela pode me contar sobre como as coisas estavam na cidade depois da minha passadinha na delegacia. Deixei com que todos estivessem dormindo para me sentar na varanda e encarar as estrelas, elas sempre tiveram o poder de me acalmar, eu as adorava, mamãe sempre disse que eu tinha puxado aquilo de Steve, mas, eu preferia acreditar que ela estava mentindo, afinal, eu não queria me parecer em nada com o meu progenitor.

_ O céu está sempre estrelado em Charllote. - Comentou Andrew ao sentar-se ao meu lado e me encarar com aqueles olhos azuis tão límpidos. _ Sua insônia está lhe deixando mau humorada, por mais que as estrelas sejam lindas, deveria pelo menos deitar na sua cama e dormir.

_ Você deveria seguir os seus próprios conselhos e não estar infernizando o meu momento de paz. - Falei deitando a minha cabeça no seu ombro e suspirando. _ A vida realmente foi cruel conosco primeiro A, eu abandonada no altar e você abandonado por aquela piranha que fugiu com outro. A vida deve gostar de brincar com essa família, parece que nenhum de nós tem sorte no amor. Austin enche a boca pra falar que é um playboy e tem todas as mulheres nos seus pés, porém, eu tenho certeza que alguém quebrou o seu coração e ele é desse jeito. August é um corno assumido, eu realmente não sei o que ele vê em Mirian para continuar ao lado dela. Nós somos as piadas dessa cidade.

_ Você bebeu? - Perguntou ele me encarando.

_ Nem uma gota de álcool, por mais que a minha vida parece melhor quando eu estou embriagada. - Respondi fechando os meus olhos. _ Minha vida está acabada A, nunca mais irei conseguir uma grande causa pra advogar, todos esses anos de trabalho exaustivo jogados no lixo por conta de um filho da puta que queria acabar com a minha carreira, como se todos naquela cidade fossem santos. Eu devo ter sido uma pessoa muito ruim na outra encarnação pra estar pagando por todos os meus pecados. Eu sou uma pessoa péssima, não sou A.

_ Não minha menina, você é uma pessoa maravilhosa que o mundo castigou de maneira cruel. - Disse ele afagando os meus cabelos e fazendo com que eu suspirasse. _ Venha, vamos pra cama, está ficando frio e nós melancólicos demais, daqui a pouco começará a chorar e recordar de Chermont e por mais que eu lhe ame isso é demais pra mim.

_ Vai me colocar para dormir como fazia quando eu era criança e tinha pesadelos? - Perguntei levantando-me e encarando-o com a sobrancelha erguida. _ Não sairia daqui até que tenha me prometido fazer isso.

_ Suba. - Mandou-o batendo nas suas costas e fazendo com que eu pulasse no seu cavalinho, aquilo era realmente nostálgico. _ Você engordou garota, deveria fazer uma dieta.

            Bati nas suas costas gargalhando enquanto ele rodopiava pela sala, por isso ele era o meu A preferido.

ARIEL - Livro 1 - FAMÍLIA LEWISOnde histórias criam vida. Descubra agora