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Anneliese

- E quantas pessoas você já matou? - Apenas congelei.

- Uma, só uma.

- Por quê? - E eu só vi a minha visão apagar, ficar tonta e cair dura no chão.

FLASH BACK

- Anne você deveri - a ligação cai, e vejo o sinal de internet cair também, que grande merda.
Me levanto indo até a sala, e me deparo com minha mãe colocando vários enlatados dentro de sacos, a porta da sala bate sem parar enquanto meu pai levanta o sofá encontrando... Armas?
Ele as coloca imediatamente dentro de uma mala, seguindo pro quarto.
Tudo se passa tão rápido, eu não estava entendendo nada, íamos viajar?
- Arruma suas coisas filha! Pega aquele facão que eu deixo na lavanderia e algumas facas que estão na gaveta, rápido! - Eu não sabia para quê, mas obedeci, coloquei algumas roupas dentro da minha mochila e fui até a lavanderia, procurando o facão.
Meu coração vai a mil e eu levo um susto quando vejo mãos na janela do pequeno quarto, junto de alguns barulhos. O que está acontecendo?
Saio as pressas de lá de dentro, e vejo meus pais com mochilas e coisas nas mãos.
- O QUE TÁ ACONTECENDO? - eu começo a chorar, estou tão sensível quanto tudo, eu estava conversando com Jhon e então parece que do lado de fora tem um bando de loucos pela cidade.
- Se acalma Anneliese. É o seguinte meu amor... - meu pai me senta no sofá e fica ao meu lado, o mesmo mostrava estar com medo, e tremia, mas não desistiu em momento algum. - eu sei que parece algum tipo de brincadeira minha pequena boneca, mas... Os mortos voltaram a vida.
- Deus está aqui? - foi a única coisa que se passou pela minha cabeça.
- Eu não sei amor, mas tem coisas lá fora... Coisas horríveis, são como zumbis, e eles podem nos transformar neles, por isso temos que ser fortes.
- Mas essas coisas não existem. - Eu falei, me tremendo por quê sabia que era verdade.
- Não eram pra existir filha, mas agora existem, por isso temos que lutar, e ser corajosos.
Todas aquelas palavras foram demais pra mim, eu senti como se meu mundo tivesse desabado, e eu não sabia como engolir tudo aquilo, parecia uma história de quadrinhos um filme da HBO.
Imediatamente ouvimos a porta ser arrombada, e meu pai me carregou, corremos para for de casa, eu vi uma coisa, ela era pálida, dava pra ver seus órgãos e ossos, e estava andando muito devagar, haviam outros, mas antes que eu olhasse minha mãe gritou.
- FECHA OS OLHOS AMOR, FECHA OS OLHOS. - e então eu fechei.
Ouvia barulho de tiros, eram tão altos que eu achei que iria ficar surda, lágrimas caiam pelo meu rosto, eu tenho apenas 12 anos, não era pra estar acontecendo essas coisas.
Só abri meus olhos quando meu pai me colocou dentro do carro, minha mãe entrou comigo e me abraçou, me senti segura novamente.
- Cadê o papai? - Perguntei ao olhar em volta e não vê-lo.
- Ele tá bem filhinha, me promete uma coisa? - acenti - não vai olhar pra trás, tá bom? nem pra nenhum vídro, somente pro teto - foi quando ouvi meu pai gritar, o carro balançar - NÃO VAI OLHAR PRA TRÁS! - minha mãe gritou chorando, e eu chorei ainda mais, mas não olhei.
- TE AMO - foi as últimas palavras que meu pai falou, e então minha mãe acelerou o carro.

Enquanto ela dirigia, vi seu braço sangrar, e um machucado muito grande estar lá, ela estava pálida e muito ruim.
- O que aconteceu mãe? - tentei triscar mas ela não deixou.
- Pode me fazer outra promessa filha? - Acenti novamente.
- Se algo acontecer comigo... - eu engoli seco - Vai atrás do seu tio, tá bom? E vai ficar com ele até o fim.
- Eu prometo mãe. - minha mãe me olha e ri, e então começa a vomitar, parando o carro.
Sai do carro observando em volta, já vai anoitecer e aconteceram tantas coisas, eu não sei como reagir, não sei se penso, não sei se choro, passa pela minha cabeça até em me matar... Perdi meu pai, muitas pessoas, minha mãe está mal, eu não faço idéia de como procurar o meu tio, e nem consigo pensar na hipótese de perder a minha mãe, eu não vou conseguir sobreviver sem ela.
- Vamos acampar aqui boneca, vem... - ela andava lento, segurou na minha mão e nos levou até uma pequena cabana que havia por ali, se deitou em um sofá e eu fiquei a observando, não sabia o que fazer pra ajuda-la. - durma no outro quarto, e tranque a porta, não abra por nada se ouvir um barulho parecido com o que ouviu no carro, saia pela janela, e não me preocure. Fique sempre com uma arma no seu bolso, e nunca tire de lá por nada, lembre-se sempre de três coisas pequena Ann. Nunca, nunca confie em ninguém nesse mundo apartir de hoje. Nunca mate alguém inocente, e... Sobreviva de alguma forma.
Ela abriu minha mão e me deu uma arma, era pesada e eu nem sabia como segura-la.
- Vai precisar ser muito forte Ann, e você é a garota mais forte que eu ja conheci - a olhei sem entender nada - atire. - ela disse depois de destravar a arma e posicionar na cabeça dela.
- NÃO, NÃO, não vou fazer isso mamãe... - Comecei a chorar, eu não pudia fazer aquilo.
- Por favor filha. - neguei com a cabeça, ela piscou e segurou com força minha mão.
- Eu te amo. - E atirou.

FLASH BACK OFF

Outlaws ㅡ Carl GrimesOnde histórias criam vida. Descubra agora