Capítulo 54

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  * Dois meses depois*

Beatrice estava deitada na cama durante o final de tarde. As amigas foram para a cidade comprar algumas coisas para um churrasco caprichado.

  Ela ouve o barulho da porta da cozinha ser empurrada devagar, o ranger e o silêncio seguido, a deixa alerta. Para uma mãe de crianças pequenas, o silêncio sempre é um mal sinal.

    Beatrice se levanta com dificuldade, sentindo os pés inchados e dor em suas costas. Ela arrasta os pés a procura de algo.

A porta está aberta, tudo está quieto de mais, Ísis e Jennie ficaram, era para ter no mínimo risadinhas.

  Beatrice pensa no pior, ela saí apressada para fora e olha ao redor.

- Jennie! Ísis! - Ela grita.

O choro de Jhon a faz apressar o passo e ela vê o porão aberto. Suas pernas tremem apenas por ver o cômodo, mas ela se força.

Ela desce as escadas com receio e cuidado, dentro do cômodo com forte cheiro de poeira e mofo ela vê as filhas revirando um antigo baú e Jhon ao redor esperniando pois queria o que Jennie tinha nas mãos.

    Beatrice suspira aliviada e senta ja que suas pernas bambas e o peso a mais do bebê a deixam fraca.

- O que estão fazendo? - Beatrice pergunta e as garotas assustam.

- A gente achou umas coisas. - Ísis diz trazendo um vestido antigo em suas mãos. - De quem é essas roupas?

- De uma amiga que morava aqui. O nome dela era Vera e...

    Beatrice prende a respiração quando a dor se aloja forte. Ela sente o líquido morno escorrer por suas pernas e olha assustada.

- Mamãe fez xixi na roupa. - Ísis ri inocente e Beatrice geme de dor.

  O telefone ficou no quarto. Ela não consegue caminhar pela imensa dor. As crianças não podem ajuda-la.

- Meninas...- Beatrice sussurra e ambas se aproximam. - Vocês lembram da ultima vez que desobedeceram a mamãe?- As garotas concordaram. - Eu preciso que uma de vocês, a que corra mais rápido, leve uma mensagem para o papai.

- Que mensagem, mamãe? - Jennie pergunta e Beatrice respira fundo tentando se acalmar.

- "A mamãe precisa de ajuda!", eu sei que é perigoso deixar você ir sozinha, mas eu fiz uma trilha que leva direto para a base. Ela ainda está lá, então você deve seguir por ela e não pare, não desvie, tem que ter foco. Sua missão é chegar o mais rápido na base e falar com o papai ou com o seu tio que achar primeiro. - Beatrice diz calma e Jennie concorda e corre. - Que os seus te protejam, meu coração está com você...

- O que eu faço, mamãe? - Ísis pergunta curiosa.

- Minha pequena, pegue Jhon, feche as portas da casa e brinque com ele. Não faça nada de perigoso, e lembre de todas as lições da mamãe. - Beatrice sussurra a garotinha concorda obstinada a cumprir a missão que lhe foi dada. - Ísis, a mamãe tem muito orgulho de você. Eu te amo, se ouvir gritos, é só a mamãe tentando matar um rato.

- Mata ele, mãe. - Ísis diz e pega nas mãos de Jhon e o leva para dentro de casa.

  Beatrice ouve a porta ser fechada, e começa a se preparar para colocar seu filho no mundo. Aguentando as contratações cada vez mais frequentes, e a dor insuportável. Ela se sente fraca, mas não vai deixar de dar seu melhor.

    Jennie corre pela trilha, ela está ofegante, mas como é criança não se sente afetada pois já corre o dia inteiro. Ela já pode ver a base, a noite começa cair.

   No pátio da base ela olha para todos os lados e vê Sam passando pensativo.

- Tio Sam. - Jennie chama e Sam a olha intrigado.

- O que esta fazendo sozinha aqui? - Sam pergunta preocupado. - Você está ofegante...

- A mamãe... ela...precisa de ajuda...

Sam agarra Jennie e a joga ao lado de seu corpo. Ele corre até o gabinete de Jackie e abre a porta abruptamente.

- O que aconteceu? - Jackie pergunta sério assustado com o estrondo da porta.

- Beatrice precisa de ajuda. Ela mandou um pombo correiro. - Sam aponta para Jennie e Jackie se levanta apressado e saí correndo.

- O que está acontecendo? - Ray pergunta os observando correr afobados.

- Beatrice! - Sam grita.

    Todo Aurora 12 se reúne as pressas e corre pela trilha sem olhar para trás. Apollo carrega nas costas uma bolsa que Beatrice havia deixado preparada e o avisado que precisaria dela no parto.

  Eles correm o mais rápido que podem, e eu menos de dez minutos estão de frente para  a fazenda.

Jackie ouve os gritos dolorosos de Beatrice e sente um calafrio percorrer por sua espinha.

- Leve Jennie para dentro. Tentem falar com as garotas para voltarem depressa. - Jackie ordena apressado.

Ele corre para dentro do velho porão, e vê Beatrice escorada na parede, sentada no chão em cima de roupas velhas.

- A bolsa estourou. Vai nascer... - Beatrice diz entre os dentes.

Jackie concorda e corre para fora.

- Cobertores, água morna, a bolsa que ela preparou. - Jackie diz afobado.

   Logo Luck saí pela porta com cobertores macios em suas mãos, Sam trás  a água morna e Apollo entrega a bolsa.

  O resto dos garotos cuida das crianças, angustiados pelo momento que se aproxima, os médicos diziam nos dois últimos meses, que Beatrice provavelmente não teria forças para o parto.

   Os gritos abafados e dolorosos fazem as crianças assustar.

     Jackie se ajeita de frente para a esposa desconcertado. Quando pensou que estaria mais presente naquela gestação, não pensou que teria que fazer o parto do próprio filho.

  - Força! - Jackie diz estendo a mão para Beatrice. Ela agarra e faz força e depois respira com força. - Não é hora de desistir. Quero você e esse bebê vivos, amor.

Beatrice rosna apertando a mão de Jackie.

  Alice e Mônica aparecem afobadas e se jogam ao lado de Jackie.

- Deixe com a gente agora... - Mônica sussurra.

- Eu não vou sair daqui! - Jackie rosna vendo o rosto pálido de Beatrice e sua respiração ofegante.

- Pois bem, papai. Vá para o lado e dê o todo seu apoio e carinho a sua esposa, porque pelo visto será um longo e doloroso parto. - Alice sussurra preocupada amarrando os cabelos.

Mônica  expreme uma compressa molhada com água morna e concorda com as palavras de Alice.

  Jackie se afasta e fica ao lado de Beatrice, a fazendo escorar em seu corpo para ficar mais confortável.

    Ele beija a cabeça de Beatrice, ela não tem tempo para reagir, pois já tem que fazer força que lhe resta, colocando tudo de si para trazer o pequeno ao mundo.

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Nosso baby está vindo.

Aguenta coração...

Boa leitura!

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