𝙤𝙣 𝙢𝙮 𝙬𝙖𝙮 𝙩𝙤 𝙩𝙝𝙚 𝙗𝙖𝙧

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NAILEA's point of view.
Manhattan, New York City, NY.

NÃO SABIA dizer exatamente quando, mas definitivamente sabia como

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NÃO SABIA dizer exatamente quando, mas definitivamente sabia como.

Depois do que pareceram 12 shots de tequila, eu me encontrava levemente alterada.

Tudo subitamente começou a parecer muito hilário. Minha risada corria solta e eu podia ouvir o quanto minha voz saia embolada da garganta, além do que, o filtro de palavras que evitava as pessoas de dizerem as primeiras coisas estúpidas que vinham à mente, em mim definitivamente não estava funcionando.

Tudo bem, talvez muito alterada.

"Nathan, Jesse!" – me dependurei nos ombros do casal. "Eu amo essa música! Dancem comigo?" – ao longe podia ouvir a batida característica da salsa inundando o ambiente. La bomba, um dos hits mais famosos do porto-riquenho Ricky Martin. Não pude evitar em lembrar-me de mami e em como ela costumava se referir ao cantor: un pedazo de mal camino. Ri sozinha com a lembrança, o que só fez com que os dois homens me olhassem mais confusos. "Vamos" – comecei a puxa-los para a pista de dança. Podia sentir meu corpo vibrar em ansiedade. Era estranho pensar em como uma coisa que eu havia aprendido antes mesmo de começar a falar podia ser tão pouco presente em minha vida atual. Eu sentia falta de dançar e queria mais que tudo recuperar o tempo perdido, isso se Nathan não tivesse outros planos...

O maior se desvencilhou de meu aperto e prendeu os pés ao chão. "Desculpa mon chérie, mas você sabe como eu sou com danças: tenho dois pés esquerdos!" – devo ter feito o maior bico do mundo por que o olhar carregado de apreensão de Nathan, logo foi substituído por culpa, ainda sim, ele não mexeu um músculo. Mas eu não seria derrotada tão facilmente. Virei meu rosto, direcionando o olhar a Jesse dessa vez.

"Jess?" – entrelacei nossas mãos carinhosamente, fazendo questão que seu apelido soasse do modo mais fofo possível.

"Nem se atreva a me olhar assim Nailea!" – ele exasperou obrigando-me a esboçar uma feição falsamente desentendida, ainda sim... "Eu também não tenho a menor vocação para danças latinas" – nada. Que carajo!

Bufei em frustração e girei em meus calcanhares iniciando uma rota em direção ao bar, mas não antes de ouvir Nathan gritar por cima dos rompantes de trompete que davam percussão à música:

"Vá até à mesa, tenho certeza que alguém aceitará dançar com você!"

O bar poderia esperar.

Sai em disparada somente para encontrar uma mesa vazia e deprimente. Ninguém. Nem uma alma viva! A única coisa que se fazia presente eram as bolsas e jaquetas deixadas ali no início da noite. Onde todos estariam afinal? Pensando bem, eu não os via há algum tempo. Fiquei tão envolta em todo o universo novo e ao mesmo tempo tão familiar que me cercara que acabei nem percebendo o momento em que todos resolveram desaparecer...

𝐈 𝐃𝐎(𝐧𝐨𝐭) || 𝐯𝐢𝐧𝐧𝐢𝐞 𝐡𝐚𝐜𝐤𝐞𝐫Onde histórias criam vida. Descubra agora