O destino os separou por engano, e passou um bom tempo tentando reparar seu erro formando reencontros para aqueles corações apaixonados, porem teimosos.
Até ali, no meio de uma comemoração corporativa, onde perceberam que fugir não era mais uma opç...
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Ele estava ainda mais lindo.
Seus cabelos estavam maiores e escuros, parecia mais forte e até mais alto enquanto caminhava em direção ao quiosque. De longe, o observei sem culpa, seu sorriso ainda era largo e tão expressivo que acabei sentindo o momento exato em que meu coração avisou estar querendo fugir do peito.
Já fazia tanto tempo desde a última vez que nos vimos, mas não posso mentir sobre como consegui gravar cada traço de seu rosto desde então. Sabia de cor cada expressão e cada olhar, pois havia memorizado todas as vezes em que nos olhávamos por longos segundos e como me permitia mergulhar na imensidão que Jaebeom costumava conter em seus olhos escuros.
Me distancio da aglomeração de pessoas indo para o meio da praia. Meu vestido balançava conforme a brisa do mar vinha de encontro ao meu corpo e aproveitei todo o espaço que tive para respirar fundo.
Tanto tempo se passou desde que terminamos, mas a vida ainda parecia gostar de ocasionar encontros inusitados; como na fila da padaria em que acenamos brevemente, na livraria que antes iámos juntos, mas que acabou se tornando meu lugar favorito para alimentar a falta que sentia de ouvir sua risada baixinha e os beijos que trocávamos entre uma fileira e outra de livros.
Até ele aparecer por lá e eu deixar de ir.
Porém entre todas as vezes em que nossos caminhos se cruzaram, ali no meio de uma festa corporativa; seria o último lugar em que acreditaria ser tomada por sua presença.
Observo a forma como o mar se recolhe até que as ondas formadas se quebrem trazendo tudo para a areia novamente. O sol já havia ido embora, mas o alaranjado ainda coloria todo o céu da forma mais melancólica que poderia acontecer.
Eu precisava ir embora antes que ele me visse.
Porque talvez um segundo de sua voz e sorriso atraente me fizesse perceber que todo o discurso de superação que montei e insisti durante semanas para minhas amigas, fosse na verdade uma mentira bonita para um sentimento ainda existente. E eu sabia que a verdade era mais dolorosa quando assumida em voz alta.
Então olhei uma última vez para a paisagem que aquele fim de tarde me proporcionara, e virando-me para ir embora acabei sendo bombardeada por mais uma brincadeira totalmente sem graça do destino.
Jaebeom caminhava com suas mãos nos bolsos de seus shorts leve. Seus cabelos bagunçavam-se com a brisa colidindo sobre seu rosto e conforme se aproximava ainda mais, meu coração apertava-se no peito alertando o momento certo para fugir. Mas ele já estava próximo demais, sorrindo abertamente fazendo meu corpo inteiro se arrepiar.
—Engraçado como conseguiria te reconhecer mesmo com quilômetros de distância.— Parou ao meu lado, olhando nos olhos sem se importar se aquilo poderia me desmanchar inteira ali mesmo.
—E você trabalha com tecnologia desde...?
Ele ri
—Não trabalho— Olhou para o mar— Mas compus e cantei a música para o comercial de computadores.
