❝ 𝐁𝐋𝐀𝐂𝐊 𝐁𝐄𝐀𝐒𝐓 ❞ 𝐋,𝐒 { 𝓐.𝓑.𝓞 }

°. 𝑬𝒙𝒑𝒖𝒍𝒔𝒐.°

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__Diga alguma coisa, Alec, por favor. __A voz de Louis saiu quebrada. Ele olhava suplicante para o namorado, enquanto o alfa o encarava sem expressão. Até que, de repente, uma carranca se formou em seu rosto.

__Você acha que eu sou burro? - ele sorriu, erguendo uma sobrancelha. O alfa de estatura mediana deu um passo para trás e colocou uma das mãos no rosto, esfregando os olhos, irritado. __Eu sei que você é uma puta, Louis. Aposto que já deu para qualquer um. Não é mesmo? E agora quer que eu assuma um bastardo...

Ele apontou e abriu os braços, indignado.

__Pois saiba que você não conseguirá arrancar nenhum mísero franco da minha família, dizendo que tem um filho meu na barriga . __ Alec disse entre dentes. Louis tinha lágrimas nos olhos, mas elas eram de pura raiva e ódio.

__ O único bastardo aqui é você! Eu devia me deitar com outro mesmo, já que nem para satisfazer alguém você serve. Seu bastardo inútil. Se gaba que é bom de cama, mas isso não passa de papo furado, já que o seu pênis é do tamanho do meu dedo mindinho. __ Louis sorriu maldoso, se orgulhando de suas palavras, ao ouvir as risadas dos feirantes e mercadores ao seu redor. __Enfie cada franco no seu rabo! Não preciso das suas moedas para criar meu filho.

Louis cuspiu no chão, aos pés do agora ex-namorado.

__Ômega insolente! Como ousa afrontar um alfa? Ponha-se no seu lugar. Você devia rastejar aos meus pés, pedindo para que eu crie esse bastardo. Me diga, como vai sustentar uma criança? Você não passa de um morto de fome! __ Alec gritou enfurecido, com a voz de alfa. O alfa tinha as veias do pescoço dilatadas, como prova de sua irritação.

__Pois esse morto de fome não preciso de um alfa inútil como você. E também não importa como eu vou criá-lo, estou feliz apenas por fazer isso longe de você.

Um ômega comum estaria em lágrimas, desesperado por ter a vida arruinada por conta de uma criança fora do casamento, e aquilo, aos olhos da igreja, era motivo de extrema vergonha. Mas não para Louis, um ômega lúpus, com toda certeza não se importava com o que a igreja dizia ou o que o bastardo genitor de seu filhote falava. Sua vontade mesmo é arrancar a cabeça de Alec para fora de seu corpo.

O ômega não esperou para receber alguma resposta de Alec. Ele saiu da pequena feira em passos largos e pisando firme no chão úmido, com o nariz empinado, é claro. Ele ainda podia ouvir os rosnados do ex, mas não ligou muito, aquilo apenas o estressava ainda mais. Louis nunca teve uma vida fácil, foi posto em um orfanato quando ainda era uma criança de seis anos, lá ele viveu com as freiras até ser adotado pela família Plessy, Matthew e Perrie Plessy para ser mais exato.

Sua "mãe" adotiva o tratava como um criado e seu "pai" o olhava com outros olhos, vamos assim dizer. Aquilo era nojento e Louis sempre dava um jeito de se esquivar dos toques do homem. E por falar em sua família perfeita, eles o jogaram na forca quando descobrissem sobre seu bebê.

O ômega caminhava pensativo. A vila era pequena e rodeada por uma imensa floresta congelada em um inverno que nunca se dissipava, aquilo era lindo na opinião do ômega e ele amava andar pela neve fofa. As pessoas da vila sempre comentaram que a floresta sempre se manteve congelada por conta de uma maldição, que no meio dela havia um reino congelado no tempo, e que seu rei era uma horrenda fera que vagava na neve da floresta devorando homens desavisados.

Claro que as pessoas inventam qualquer coisa para fofocar e colocar medo em alguém, por isso é sempre bom desconfiar que os rumores são meras mentiras.

Seus pés pararam subitamente e ele então percebeu que estava em frente a sua humilde casa. O teto de vigas e palha de feno, as paredes e porta de madeira velha e desgastada. Ele suspirou e então entrou. O sol lá fora já estava indo embora e a noite logo chegaria.

__Louis! Que bom que chegou. Vá alimentar o cavalo e venha colocar a mesa para o jantar, seja rápido! Eu estou morrendo de fome . __Matthew falou alto e o ômega revirou os olhos. Mal entrou em casa para se aquecer e já teria que sair.

Ele não ousou discutir. Foi até a baia pequena, onde o enorme cavalo alazão estava e sorriu ao vê-lo deitado no feno.

__Olá, Major. Está mais frio hoje, não é mesmo? Você está aquecido? Com esse monte de pelos não deve sentir tanto frio. Eu estou congelando! . __Louis sempre teve uma ligação forte com o cavalo e, já que não tinha nenhum amigo para conversar, passava horas tagarelando e escovando os pelos do cavalo. E às vezes até parecia que o animal o compreendia, já que relinchava em sua direção balançando sua enorme cabeça para cima e para baixo.

Ao terminar ele se despediu do animal e entrou em casa, pôs os pratos de barro na mesa e se sentou, com a mente martelando sobre dizer ou não seus pais sobre a gravidez, mas de qualquer forma não daria para esconder por muito tempo. Seu pai foi o segundo a se sentar na mesa e sua mãe veio logo depois servindo a sopa de repolho rala e aguada. Eles ficaram em silêncio até o fim do jantar e quando sua mãe estava para recolher seu prato ele falou.

__Tenho algo a dizer. __sua voz, infelizmente, saiu danificada e ele quase engasgou com o ar de seus pulmões.

__Pois então diga logo, não tenho tempo para as suas tolices. Quero que esquente a água para eu me banhar! __ seu pai falou grosso. Ele olhou para a mãe que o observava e então raspou a garganta antes de falar.

__Eu vou ter um filho . __as palavras dançaram no ar enquanto os mais velhos ficaram estáticos e só acordaram do choque quando o prato que antes estava na mão de Perrie foi ao chão.

__SEU ÔMEGA ESTÚPIDO! COMO OUSA DESONRAR ESSA FAMÍLIA! __Matthew gritou apontando o dedo para o rosto pálido de Louis. __EU NÃO VOU CRIAR MAIS UM BASTARDO!

__Acho bom você sair dessa casa e nunca mais voltar, você me ouviu Louis? Vá e esqueça que um dia teve família.__Perrie segurou o peito do marido para o mesmo não avançar sobre Louis. O ômega se levantou assustado e correu para fora de casa.

E foi então que ele escutou o pai gritar.

__O QUÊ VOCÊ FEZ, PERRIE! PODERÍAMOS PELO MENOS VENDÊ-LO COMO ESCRAVO!__ele rosnou enfurecido. __COMO ACHA QUE VAMOS REEMBOLSAR O QUE GASTAMOS COM AQUELE ÔMEGA MISERÁVEL.

E então ele correu o mais rápido que pôde até a baia de Major. Louis saltou facilmente em cima do animal e bateu os calcanhares em suas costelas. O cavalo prontamente começou a correr e ganhar ainda mais velocidade a cada segundo. Então, sem perceber, eles adentraram na linda e silenciosa floresta congelada.