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É sábado de manhã, eu e Corbyn estamos andando sobre o pier de Santa Mônica, onde ele insistiu em me trazer para fugirmos um pouco da rotina. O céu está limpo e a luz do sol deixa o cabelo loiro do meu namorado ainda mais dourado.

— Você vai deixar o cabelo crescer de novo? — O cantor me pergunta, ao passo em que segura a minha mão e caminha ao meu lado.

— Acho que não, mas ainda não decidi. — Dou de ombros. O meu cabelo já está um pouco abaixo da minha clavícula, então deve ser por isso que ele perguntou. — Você acha que devo cortar de novo?

— Eu acho, mas você fica bonita de qualquer jeito.

— Não seja tão fofo. — Empurro o garoto devagar, em seguida sorrio, tímida.

— Eu não fiz nada. — Corbyn ri, depois aponta para frente, onde fica o fim do pier. — Vai pra lá, quero tirar uma foto sua pra colocar de plano de fundo do meu celular. — Solto uma gargalhada ao ouvir e obedeço, mas ao invés de fazer poses fofas, mostro a língua e ajo como uma maluca, o que atrai a atenção de alguns turistas que passam pelo local.

Meu namorado ri como uma criança, enquanto tira várias fotos e quando acho suficiente, corro de volta para perto dele e tento ver as imagens no aparelho celular, mas a luz forte do dia torna isso meio difícil.

— Você tirou muitas. — Comento, ao passo em que deslizo meu dedo pela tela negra.

— Uma pra tela de bloqueio, uma pra tela inicial e o resto pra eu olhar quando sentir a sua falta. — O garoto fala, sem desviar seus mirantes do objeto e eu o encaro, com a maior expressão de boba apaixonada do mundo.

Desde que comecei a namorar com Corbyn me sinto mais feliz e faço tudo com um sorriso no rosto. Se eu soubesse que me sentiria tão bem assim, teria confessado a ele os meus sentimentos no exato momento em que descobri os dele por mim. Entretanto, a vida é como é e se não dá para recuperar o tempo perdido, que aproveitemos o que nos resta.

Passeamos um pouco mais e até tomamos um sorvete. Tiro fotos, dessa vez no meu celular, do loiro e corremos na areia depois, mas após parar para tomar fôlego, sinto uma pontada forte na boca do estômago e me inclino para frente.

— Desistiu? — O cantor se aproxima e toca as minhas costas, mas logo percebe que não estou bem e sua feição de desdobra em preocupação. — O que foi? Tá passando mal? — Apenas assinto e o garoto me ajuda a ir até um banquinho, onde me sento e ele ao meu lado.

— Acho que tô doente. — Encaro o chão, ao que sinto que posso vomitar a qualquer momento.

— Você deveria ter me dito, a gente poderia ter ficado na sua casa. — Detecto preocupação na voz dele, por isso o lanço um sorriso fraco, em uma tentativa, aparentemente falha, de tranquilizá-lo.

— Eu gostei de ter vindo, mas será que podemos ir embora agora?

Corbyn me leva com cuidado para o carro dele e passa alguns segundos me olhando quando entramos, até pergunta se quero ir para o hospital mas recuso.

Durante toda a ida de volta para casa, fico de olhos fechados e tento não vomitar no carro dele, pois mesmo que ele esteja preocupado comigo, isso seria um pouco demais.

— Eu vou ficar com você. — Ele diz, ao parar o carro em frente a minha residência.

— Eu pretendo dormir durante as próximas horas, então é melhor você ir pra casa. — Falo com cuidado, para não parecer que estou querendo me livrar dele. O loiro suspira e assente, em seguida me dá um selinho casto nós lábios.

— Se precisar de qualquer coisa, me liga. — Suas sobrancelhas estão unidas em preocupação. — Tá bom? — Assinto e saio do carro.

Ao adentrar minha moradia, vejo Abby sentada na sala e ela sorri para mim, ao passo em que para de folhear uma Vogue. Sento ao lado da garota, após me arrastar para dentro.

— O que você tem? — Minha amiga pergunta. Pelo visto não é muito difícil de perceber que eu estou á beira da morte.

— Tô doente. — Suspiro e me jogo para trás.

— Defina "doente".

— Faz alguns dias que me sinto muito enjoada do nada e que meus seios doem muito. — Viro meu rosto para ela e encontro uma expressão intrigada em sua bela face. — O que foi?

— Você já menstruou esse mês?

— Ainda não, tá atrasada alguns dias. — Dito isso, Abigail se remexe desconfortável no sofá e desvia seu olhar do meu. — Tá legal, o que você quer dizer?

— Ah, Kai... — Minha homemate coça a nuca. — Você já pensou em fazer um teste de gravidez? — Meus olhos se arregalam tanto que tenho certeza de que dão a impressão de que vão saltar para fora das orbes.

— Você tá louca? — Me levanto. — Eu não tô grávida.

— É que você tá sentindo tudo isso e sua menstruação tá atrasada. — Abby tenta argumentar, mas eu não dou ouvidos e solto uma risada nervosa.

— Não, isso é impossível. — Cruzo os braços, extremamente séria. — A gente usou preservativo todas as vezes.

— Pode ter furado.

— Não furou! — Praticamente grito e, só nesse momento, noto que Hailey entrou na sala e está me encarando.

— Eu não ouvi nada. — A morena diz e sai correndo para a cozinha.

Me sento novamente, ao que bufo e miro os meus dedos. Abby fica parada como uma pedra, o que só me deixa apreensiva.

Eu não posso estar grávida.

— Kai, eu vou ligar pra farmácia e pedir dois testes, só por garantia. — Minha amiga toca o meu ombro.

— Vai dar negativo. — Digo, mais para convencer a mim mesma do que para convencer a garota.

— Pode ser infecção estomacal. — Ela tenta amenizar a situação.

— Deve ser. — Assinto. — A Syd vive colocando uns ingredientes aleatórios na comida, algo não me caiu bem. — Suspiro.

A verdade é que a simples idéia de estar carregando um bebê me apavora. Isso estragaria tudo, então só me resta torcer para que seja um baita alarme falso.

a partir de hoje as atts vão ser aos domingos, ok?

xoxo

𝒄𝒍𝒊𝒄𝒉𝒆 ↺ corbyn bessonOnde histórias criam vida. Descubra agora