Autoafirmação

Capítulo Único

         Sirius e James estavam chegando no salão principal pra tomar o café da manhã. Peter estava na enfermaria depois de ter comido um doce estragado que achara no chão do dormitório, e Remus... Bem, não sabiam direito onde Remus estava, mas o garoto era responsável, nem se preocupavam com isso.

Quando se sentaram na mesa foram perceber os cochichos que tomavam conta do salão. Isso não era surpresa, as paredes de Hogwarts pareciam ter ouvidos devido à facilidade com que uma fofoca se espalhava naquele lugar. A questão era que, pelo que era provavelmente a primeira vez, nem um dos dois sabiam o assunto que estava sendo comentado.

James olhou pra Sirius como quem questionava se o amigo sabia de algo, o que foi prontamente negado pelo outro.

— Ei, Mary! – chamou o de cabelos longos pela colega de casa— Macdonald! – a garota finalmente ouviu — O que tá rolando?

— Vocês não ficaram sabendo? – pergunta e vê os dois negarem. — Uou, isso é surpreendente. Achei que fossem os primeiros a saber, vindo de quem veio. – a garota demonstra surpresa e divertimento no olhar?

— Qual é, da pra falar logo? – Potter agitava as mãos no ar, ansioso.

— Estão falando de... – aproximou-se dos garotos e olhou pros lados para ter certeza de que ninguém escutava — Amos Diggory. Parece que por relatos de experiência própria – fez aspas com os dedos — ele faz o melhor sexo de Hogwarts.

Os garotos que a acompanhavam explodiram em risadas. Aquilo era mesmo sério? Estavam fazendo todo aquele furdunço por uma foda? 

— E por que isso ficou tão interessante, Mary? – perguntou o Black, contendo a risada.

— A questão foi de onde dizem que começou o boato, Six. – disse a garota, que obteve dois acenos de cabeça mandando-a continuar em resposta. — Estão falando sério? Não repararam em nada diferente hoje?

— Não? – os dois responderam em uníssono.

— Talvez devessem perguntar ao Remus onde ele está passando a noite. – devolveu Mary. — Agora eu preciso ir. Dorcas tá me esperando na biblioteca. – terminou enquanto se levantava da mesa da Grifinória.

— Espera, o que o Moony tem a ver com isso?? – Sirius continuava confuso. O que a garota queria dizer com isso? — Mary espera a... – e foi quando sua ficha caiu.

Não podia ser. 

Definitivamente deveria ter entendido errado, aquilo não fazia o menor sentido. Era Remus. Remus Lupin era quieto e na dele, ele não saia transando e contando sobre suas aventuras pra qualquer um. 

Tinha tudo pra ser mentira, mas James tinha que estragar seu raciocínio.

— Pads... – chamou a atenção do melhor amigo — Não quero insinuar nada, mas onde o Remus dormiu na noite passada?

Foi a gota d'água. Sirius levantou com um pulo e voou para fora do salão, escutando o chamado do amigo se afastando conforme ele corria.

A porta do dormitório foi escancarada com força. Deu de cara com Remus Lupin no conforto de sua cama, como se não tivesse um castelo todo aos murmúrios por conta de um boato com o próprio nome nele.

Lupin ergueu os olhos com uma expressão assustada, que sumiu quando viu o de cabelos negros na porta.

— Ei Pads, as coisas são mágicas mas a porta ainda pode quebrar! – falou com um sorriso divertido, que morreu aos poucos quando viu a carranca na cara do amigo.