— Ai que dor de cabeça! —Ellen resmungou, começando a acordar, piscou algumas vezes, e no mesmo instante, um travesseiro foi parar bem na cabeça dela, jogado por mim. — Ahhh! — gemeu, e puxou o lençol para cima dela.
— Que vontade de te matar! — reclamei, me aproximando dela.
— Me desculpa, eu não sabia que ia ficar... — Ela parou de falar, tirando o lençol do rosto.
— Bêbada? Não era nem para você beber! — disse irritada. — Quase que deixava o seu carro lá, com certeza hoje você encontraria dois! E olha que você bem que merecia... — resmunguei, me sentando na cama, ao lado dela.
— Me perdoe maninha, eu não estava muito legal ontem, aquela nossa conversa me deixou um pouco nervosa, e quando eu não consegui beijar nenhum carinha eu fiquei mais nervosa ainda... — Ela confessou, brincando com uma mexa de seu cabelo com os dedos, fiquei a olhando com um olhar desconfiado.
— Ah! Não acredito que você está assim, porque se deu conta que está apaixonada... — falei, e sorri. Ela desviou o olhar envergonhada, e logo confirmei que era isso mesmo. — AHHHH! Eu sabia... isso não é motivo de você ficar mal!
— Para mim é, não gosto de me apegar as pessoas, você sabe o quanto perdê-las dói! —Ela disse, e já imaginei que ela estava falando da nossa mãe.
— Você não precisa perdê-lo, pelo contrário, agora que você sabe o que sente, pode muito bem ter uma relação mais séria com ele! —falei, ela suspirou e ficou olhando para cima.
— Tá certo, mas como conseguimos chegar em casa com meu carro? Não me diga que conseguiu dirigir? — perguntou, e eu me virei para olhá-la.
— Não, Giles nos trouxe! —falei, ela ficou boquiaberta, sentou-se e me olhou com um olhar incrédulo.
— Então, minha bebedeira ajudou você se aproximar dele... — Ela disse, e sorriu.
— É, mas eu acho que eu não deveria ter feito isso, eu já me arrependi, vou tentar deixar essa história para lá! —disse, desviando o olhar, e ficando de costas para ela.
— Não me diga que você traiu o Martín com ele? — Ela perguntou e rapidamente voltei a olhá-la.
—Não, claro que não! — respondi rapidamente. — Só que ele é bem atrevido e ele, bem, ele me deixa sem graça...
— Eu já estou louca para conhecê-lo... —disse, e eu abanei a cabeça.
— Mas não vai, eu já disse, vou deixar essa história para lá! — falei, cruzando os braços.
—Eu duvido muito que você vai conseguir!
***
Senti como se Ellen tivesse jogado uma praga para cima de mim, porque dito e feito, eu não conseguia esquecer o que aconteceu. Depois que voltei para casa, comecei a ficar preocupada, com medo dele aparecer na casa de Ellen me procurando.
Claro eu contei todas as mentiras que falei para ele para ela, para caso isso acontecesse ela não acabasse me desmentindo, agora eu não podia também desgrudar do meu celular, com medo dele mandar alguma mensagem ou me ligar, e Martín ver.
Tá certo, estava me sentindo como se fosse uma esposa infiel, embora, eu não tivesse ficado com Giles, eu me sentia mal. Havia mentido, dito que era solteira. De qualquer forma, mesmo que eu não tivesse cometido o ato em si, eu sentia como se tivesse o traído de verdade.
— Está tudo bem? — Martín perguntou, me fazendo acordar dos meus pensamentos e olhar para ele rapidamente.
Era segunda-feira, eu estava sentada no sofá, daqui alguns minutos daria o horário de buscar Kevin, mas eu não estava com vontade de sair, e já tinha pedido para Martín ir sozinho.
VOCÊ ESTÁ LENDO
Perigosa Obsessão
RomanceCatherine achava que tinha a vida que sempre desejou: Um casamento feliz, um filho adorável e uma carreira da qual lhe satisfazia, era terapeuta, e embora sua irmã falasse que sua vida era chata, Catherine não acreditava nisso, gostava de rotinas, d...