{epilogue} my end and my beginning

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- Rápido, Yeonjun. Todo mundo tá esperando a gente.

- Não dá. Eu não consigo fazer o nó nessa gravata. - ele se aproximou, todo emburrado. - Me ajuda?

Eu sorri, já com as mãos no tecido em seu pescoço.

- Parece uma criança. - eu disse. - Pronto? Podemos ir?

- Calma - ele segurou na minha cintura e me beijou, sem pressa - Agora sim, podemos ir.

- Você tá muito romântico esses dias.

- É todo esse clima. Acho que me afetou.

Guardei minha carteira no bolso do paletó e entreguei a de Yeonjun, ele sempre esquecia. Dei um beijinho em Rain e me posicionei de frente para a porta, ao lado de Yeonjun.

- Pronto? - ele perguntou.

Eu entrelacei nossos dedos e respirei fundo.

- Pronto.

Juntos, abrimos a porta e fomos recebidos com chuvas de flashes e câmeras, como de costume. Era assim sempre que saíamos de casa, mas aquele dia a quantidade de repórteres triplicava, obviamente. Yeonjun me guiava entre a multidão de microfones até o carro e abriu a porta do passageiro para que eu entrasse. Quando Yeonjun fechou a porta do carro, já sentado do meu lado, atrás do volante, eu pude respirar.

Eu não conseguiria explicar o quanto a carreira de Yeonjun havia decolado desde o documentário até aquele momento. Dois anos haviam se passado e muita coisa havia mudado. Os prêmios, os charts, os fãs, tudo se multiplicou em números incontáveis.

Yeonjun recebeu proposta de várias empresas, mas negou todas. Ao invés de assinar outro contrato e se prender à ordens e determinações impostas por outras pessoas, ele abriu a própria empresa, com a ajuda de HueningKai, que era o produtor musical, Taehyun, que foi contratado como responsável pela divulgação e acessoria, e eu, o CEO da empresa e empresário de Yeonjun. Descobri que amo o jornalismo, sim, mas amava ainda mais criar estratégias de carreira e lidar com esse tipo de coisa.

Desde então, tudo fluiu muito bem.

Em relação à nós dois, não mudou muita coisa. Cerca de um ano depois de aceitar seu pedido de namoro, Yeonjun comprou uma casa na área nobre de Seul, onde nós dois morávamos, juntos. Nós três, claro, Rain estava lá também.

Ja sobre a intolerância do país, isso sim, havia mudado e muito. Depois de vários pronunciamentos e de nunca recuar, a nossa relação acabou sendo o ponto principal para a aceitação da Coréia do Sul em relação à homossexualidade num geral. Ainda existia o preconceito, claro, estávamos longe de erradicar por completo, mas as pessoas já conseguiam viver em paz. Prova disso era o grande acontecimento daquele dia.

- Taehyun vai matar a gente - eu disse, vendo as várias ligações perdidas no meu celular - A gente tá muito atrasado.

- Já vamos chegar. Beomgyu tá me lotando de mensagens também. Não se preocupe, não é tão longe.

Ele esticou sua mão direita e apoiou na minha coxa. Deixei minha mão por cima da sua, como de costume.

Poucos minutos depois, Yeonjun estacionou o carro na frente do salão de eventos e fomos atacados, mais uma vez, por flashes, câmeras, microfones...

- Me desculpem, estamos atrasados - Yeonjun disse, desviando de todos e entrando no salão.

- Ok, eu vou encontrar Taehyun, você vai encontrar seu amigo. - eu disse, ajeitando sua gravata e seu paletó - Não esquece do ensaio, ok? É só fazer tudo igual e vai ser lindo.

24/7 • yeonbinOnde histórias criam vida. Descubra agora