Capítulo 32 - Capítulo Especial: Spencer Hadock. Parte 2

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Boa noite amores e amoras, esse capítulo contém cenas fortes e pode ter alguns gatilhos mentais, então só lei se você se sentir bem psicologicamente para isso. Boa leitura!


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Soluço sentia uma dor enorme em seu peito, toda vez que se movimentava a dor aumentava mais, ele sentia dificuldade para respirar, era como se seu corpo tivesse esquecido como fazer tal ato. Ele estava deitado em sua cama, ele tinha saído do quarto apenas para ir ao funeral, após isso se trancou sem querer fazer mais nada, ele não saía, não falava com ninguém, não tomava banho, não se alimentava e quase não dormia.

Os empregados e Verônica tentavam obrigá-lo a comer, mas sempre que conseguiam, Soluço vomitava tudo alguns minutos depois, Verônica decidiu então transformar o quarto dele em um quarto de hospital, ele se alimentava através de sonda, uma enfermeira dava banho nele e o vestia, e um psicólogo tinha sessões com ele duas vezes na semana. Tinha se passado quase um mês desde o falecimento de Stoico e Valka, e Soluço não apresentava nenhuma melhora.

Ele tinha pesadelos constantes, e começou a ter pensamentos suicidas, ele se sentia culpado pelo que tinha acontecido com seus pais e a única solução que ele via para acabar com a dor que ele sentia era tirar sua própria vida, mas essa tarefa era difícil, já que ele era monitorado 24 horas por dia.

Em uma manhã de sábado, Soluço saiu do quarto, não porque queria, mas porque foi obrigado, os empregados iriam limpar o local e ele não poderia ficar lá. Ele não gostava de ficar em nenhum dos cômodos, tudo lhe lembrava seus pais, ele encostou em uma das paredes no corredor rezando aos deuses que a limpeza de seu quarto acabasse logo. Após alguns minutos ele decidiu se sentar em um canto atrás de um vaso de planta, ele ouviu passos se aproximando e vozes conhecidas.

- Ele precisa reagir – era a voz de Robert – desse jeito ele vai acabar morrendo.

- Nem fala uma coisas dessas Rob – era a voz da Ve, mas desde quando ela o chamava de Rob? Pelas vozes os dois estavam perto da entrada do escritório, mas aparentemente nenhum dos dois tinha visto Soluço no canto.

- Você já pensou em interná-lo? Se ele for para uma clínica especializada podem cuidar dele melhor – Robert soava preocupado, mas Soluço sentia que era tudo fingimento.

- Talvez você tenha razão – ótimo, sua irmã queria se livrar dele – eu só queria que ele ficasse bom, já é tão difícil lidar com todos os negócios, com a perda do papai e da mamãe e agora eu ainda tenho que me preocupar com a saúde dele, eu estou sobrecarregada.

Verônica parecia cansada, para ela admitir que estava sobrecarregada é porque as coisas não estavam nada bem. Soluço esperou eles entrarem no escritório para sair de seu esconderijo, já não bastava o que ele tinha causado aos pais, ele também estava causando problemas para a irmã, mais uma vez o sentimento de culpa o tomou, foi quando ele decidiu parar de ser um peso para Verônica, ele iria sair de casa, ele só precisava de um plano.

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Soluço estava em um quarto de uma pousada simples, ele tinha conseguido sair de casa, mas não tinha sido fácil, ele precisou fingir que tinha tomado vários calmantes, precisou "atacar" a enfermeira quando foi acudi-lo e amarrá-la dentro de seu closet, precisou pegar um dos sedativos que a enfermeira tinha e aplica-lo em um dos seguranças, teve que vestir as roupas do segurança, que ficaram bem largas nele e depois conseguiu sair da casa se desviando das câmeras, tinha sido bem cansativo, mas ele havia conseguido e isso era o que importava.

Barriga de AluguelOnde histórias criam vida. Descubra agora