1 Mês depois – Semana do Natal
É muito engraçada a diferença que um mês pode fazer, se usado da maneira correta. Seja ela com um corte de cabelo, um novo emprego ou, no meu caso, a diferença que uma pessoa faz pelo simples fato de estar ali.
Eu venho lutando muito contra meus pensamentos e emoções, e fico feliz em dizer que essa batalha eu estou vencendo. Em um mês o Bryan se transformou em uma das pessoas mais importantes pra mim, o meu melhor amigo. Sem ele aqui, com toda certeza eu já teria mandado tudo a merda e voltado para o Brasil.— Alô? - Falei ao atender o celular -
— Se quiser visitar sua família no natal, é melhor estar na faculdade em meia hora. - Bryan falou, me fazendo pular da cama -
— Eu tinha esquecido dessa droga de reunião! Já já eu tô aí!
Desliguei o celular, tomei um banho rápido, me vesti, peguei minha bolsa e saí de casa. Não consegui chamar um táxi então fui andando até encontrar um por aí, não tenho tempo de ficar esperando.
Inconsequentemente eu atravessei a rua muito rápido, e é claro que não resultou em boa coisa... Um barulho alto ecoou no meu ouvido, e uma dor horrível atingiu meu corpo.— Moça, moça, tudo bem? - Ouvi uma voz distante, até não ouvir mais nada... -
...
— Você sabe mesmo como se despedir de uma cidade em grande estilo. - Bryan falou assim que eu abri os olhos -
— Parece que um caminhão passou por cima de mim.
— Na verdade foi um carro. - Ele riu - Mas, sério... Você tá bem?
— Tô.
Dei uma analisada no meu corpo. Um gesso no meu pulso, minha perna ralada e posso sentir um curativo na minha cabeça.
— Sorte que ligaram pra mim. Eu resolvi esperar você acordar e decidir se quer falar com os seus pais.
— Não... Obrigada por não ter ligado. Meu pai estaria aqui em quinze minutos por uma coisa boba.
A enfermeira trouxe meu almoço e eu comi enquanto Bryan me conta como foi a reunião. Alguns minutos depois a médica entra no quarto, e o Bryan conseguiu uma médica brasileira, já que ela quer conversar comigo...
— Alice Albuquerque Lima. - Ela leu a minha ficha. Preciso pedir o divórcio logo. -
Uma torção no pulso, ferimentos simples na perna e uma leve pancada na cabeça. Você vai ficar bem, só vai ter que usar o gesso por umas duas semanas. - A doutora leu a próxima folha da ficha e me olhou, um pouco mais séria -— Tudo bem?
— Seu namorado? - Olhou para o Bryan -
— Não. Sou amigo dela.
— Não está a muito tempo em Londres, não é? - Ela parou do lado da minha cama -
— Não. Um mês, na verdade. Sou universitária.
— Você está grávida, Alice... De um mês e alguns dias.
Senti todo o meu corpo ficar dormente. Bryan me olha sem reação e a médica provavelmente espera uma resposta minha.
— Eu não senti enjôos e a minha menstruação não está atrasada.
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PERDIÇÃO
Romance• É necessário ler o livro SEDUÇÃO (concluído) para que entendam a história desse! Do que adianta uma vida perfeita sem um pouco de loucura? Do que adianta viver na loucura, sem encontrar a pessoa que torna a vida perfeita? Dez anos depois, agora é...