C A P Í T U L O 32

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1 Mês depois – Semana do Natal

  É muito engraçada a diferença que um mês pode fazer, se usado da maneira correta. Seja ela com um corte de cabelo, um novo emprego ou, no meu caso, a diferença que uma pessoa faz pelo simples fato de estar ali.
  Eu venho lutando muito contra meus pensamentos e emoções, e fico feliz em dizer que essa batalha eu estou vencendo. Em um mês o Bryan se transformou em uma das pessoas mais importantes pra mim, o meu melhor amigo. Sem ele aqui, com toda certeza eu já teria mandado tudo a merda e voltado para o Brasil.

— Alô? - Falei ao atender o celular -

— Se quiser visitar sua família no natal, é melhor estar na faculdade em meia hora. - Bryan falou, me fazendo pular da cama -

— Eu tinha esquecido dessa droga de reunião! Já já eu tô aí!

  Desliguei o celular, tomei um banho rápido, me vesti, peguei minha bolsa e saí de casa. Não consegui chamar um táxi então fui andando até encontrar um por aí, não tenho tempo de ficar esperando.
Inconsequentemente eu atravessei a rua muito rápido, e é claro que não resultou em boa coisa... Um barulho alto ecoou no meu ouvido, e uma dor horrível atingiu meu corpo.

— Moça, moça, tudo bem? - Ouvi uma voz distante, até não ouvir mais nada... -

...

— Você sabe mesmo como se despedir de uma cidade em grande estilo. - Bryan falou assim que eu abri os olhos -

— Parece que um caminhão passou por cima de mim.

— Na verdade foi um carro. - Ele riu - Mas, sério... Você tá bem?

— Tô.

Dei uma analisada no meu corpo. Um gesso no meu pulso, minha perna ralada e posso sentir um curativo na minha cabeça.

— Sorte que ligaram pra mim. Eu resolvi esperar você acordar e decidir se quer falar com os seus pais.

— Não... Obrigada por não ter ligado. Meu pai estaria aqui em quinze minutos por uma coisa boba.

A enfermeira trouxe meu almoço e eu comi enquanto Bryan me conta como foi a reunião. Alguns minutos depois a médica entra no quarto, e o Bryan conseguiu uma médica brasileira, já que ela quer conversar comigo...

— Alice Albuquerque Lima. - Ela leu a minha ficha. Preciso pedir o divórcio logo. -
Uma torção no pulso, ferimentos simples na perna e uma leve pancada na cabeça. Você vai ficar bem, só vai ter que usar o gesso por umas duas semanas. - A doutora leu a próxima folha da ficha e me olhou, um pouco mais séria -

— Tudo bem?

— Seu namorado? - Olhou para o Bryan -

— Não. Sou amigo dela.

— Não está a muito tempo em Londres, não é? - Ela parou do lado da minha cama -

— Não. Um mês, na verdade. Sou universitária.

— Você está grávida, Alice... De um mês e alguns dias.

Senti todo o meu corpo ficar dormente. Bryan me olha sem reação e a médica provavelmente espera uma resposta minha.

— Eu não senti enjôos e a minha menstruação não está atrasada.

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