Queridas leitoras,
Eu tenho pensado em fazer uma carta desse tipo já tem um tempo. Ver tantas pessoas se rebaixando ou sendo rebaixadas muitas vezes para manter o mínimo de autoestima que a outra pessoa tem. Mas isso não pode ser chamado de amor próprio.
A quarentena é um tempo que muitas pessoas estão para surtar. Mas não penso que seja pela obrigação de ficar em casa, não ter aglomeração. Claro que isso também. Mas principalmente por conviver tanto tempo consigo mesmo, ver os próprios defeitos e qualidades mais claramente. Mas a questão é que, sendo influenciados por vários tipos de redes sociais, onde as pessoas mostram somente aquilo de bom que acontece em suas vidas, a gente surta. Nós passamos por um grau de comparação tão grande e isso é horrível para um ser humano.
Quis abordar vocês, leitoras, porque lendo eu já me comparei muito. Querer viver um romance semelhante ao que eu estava lendo, mas sentir que isso nunca aconteceria comigo. Por quê? As personagens, principalmente femininas, são perfeitas na maioria das vezes. A descrição nos dá uma mulher sempre dentro do padrão de beleza que a sociedade impõe, mesmo com todas as diversidades incluídas. E isso reforça que a beleza que cada um de nós tem não vale. As nossas qualidades são descartadas porque alguém com a mente pequena não consegue identificá-las como qualidades. E, muitas vezes, esse alguém somos nós.
Uma vez eu ouvi que a tristeza é dada quando estamos em dois estados de sabotador: a autocrítica/crítica e a comparação. Aborda as críticas ao próximo e nós mesmos, como na comparação também inclui os dois lados da moeda.
Amar a si mesmo é um processo pelo qual a pessoa deve começar mudando a própria mente. Resinificar os momentos ruins e aprender que somos afetados pelo mal da sociedade. Não é um processo fácil, você precisa estar realmente disposto a passar por isso. Mudando seu jeito de falar (NUNCA diga que você não é capaz, não é bonita ou não é suficiente), de pensar e de agir.
Também é preciso saber que você não pode depender de ninguém para ser feliz. As pessoas vêm e vão o tempo todo.
Entender que alegria é diferente de felicidade faz parte da evolução. Não penso que o conceito de felicidade é parcial, cada um tem o seu. Claro que cada um tem seu jeito de se divertir e passar o tempo e isso formam momentos de alegria. Mas a felicidade está relacionada a uma vida abundante. Cadê aquela expectativa que tínhamos quando crianças? E por que você não tem o direito de vivê-la? Você merece sim ser feliz, apesar de todos os problemas ocorrentes na sua vida. Mude seu jeito de pensar :)
Mas vale lembrar que nem sempre as coisas vão acontecer do jeito que a gente quer, do jeito que a gente espera. É difícil não julgar as pessoas. É difícil não criticar a si. Mas o que faz a diferença não é não fazer nenhuma dessas coisas, é tentar de novo. É continuar tentando. É cair na real e aprender com o próprio erro. É entender que ninguém é perfeito e tá tudo bem errar. Tá tudo bem não atingir as expectativas do outro (é do outro mesmo, ele que atinja as próprias expectativas). Tá tudo bem em não estar bem. Tá tudo bem em precisar de ajuda. Tá tudo bem.
Eu quero espalhar esses pensamentos porque, para mim, não vai adiantar eu viver felizinha da vida sendo que tem gente que precisa tanto quanto eu. Todos nós temos o direito de ser feliz, no sentido prolongado da palavra.
Eu espero que eu tenha ajudado uma pessoa que seja. Eu espero que você, que está lendo, pense um pouco sobre isso. E eu espero que todxs vocês sejam felizes e tenham uma vida abundante. Você é capaz, só precisa fazer por onde.
Com muito amor e carinho, Anna Clara.
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Love Yourself
Non-FictionCarta-aberta às pessoas que estão passando por problemas de autoestima. Principalmente ao ver personagens tão perfeitos nos livros.