cat nap

1. a p r a i a

          A avenida estava deserta, mas Wonho esperava Hyungwon chegar. Iriam comer algo na casa do mais novo. Wonho odiava essa mania do Hyungwon de simplesmente fazê-lo esperar por uma hora ao invés de deixá-lo ir sozinho para o local de encontro. 

estou vendo você, gatinho.
— H.

           Ótimo, 1h depois ele resolve dar sinal de vida, Wonho pensou alto.

          Já era possível ver o carro preto de Hyungwon aproximando-se, rapidamente o motorista fez uma manobra e o encostou próximo a calçada. O mais novo abriu a porta e lá estava ele, vestindo seu casaco preto e usando suas luvas de couro na cor mogno. Sua loção pairava no ar; a fragrância composta por tabaco e cedro espalhava-se por todo o carro. O motorista? Não se sabia ao certo como ele nunca… na verdade surgiam dúvidas de que nunca tenha sequer notado aquela energia de Hyungwon.

— Você não pode simplesmente me esperar no apartamento? - Wonho perguntou, estressado. Já estava ficando frio e era solitário esperá-lo ali, estava com um pouco de medo também…

          Hyungwon pôs sua mão sobre a de seu parceiro e sorriu de forma irônica; mordiscou seus lábios e passou seus dedos sobre os seus fios pretos e reluzentes. 
            Ele tinha aquela… aquela energia que é capaz de estagnar, enfeitiçar… suas pernas são longas, seu corpo é atlético e seus olhos são tão escuros quanto o céu noturno, sempre usava um perfume que parecia exalar mais poder do que já tinha. Ah, sem falar sobre suas vestimentas; Hyungwon sempre utilizava luvas de couro,  o deixava mais preponderante. 

— Wonho, você sabe o quão longe é o lugar onde iremos. Aliás não deixaria que algo acontecesse a você. - o mais novo sussurrou próximo aos ouvidos de Wonho que sentiu calafrios com a ação do mesmo; Hyungwon exercia esse poder sobre Wonho.

Wonho respirou fundo, não podia perder as estribeiras com o mais novo. Calma, calma Wonho. 

— Você jura que chegaria a tempo antes de alguém me estraçalhar na rua? Nunca, isso é papo furado, não adianta tentar me driblar com esse seu papinho meia tigela, okay? - Wonho estava bravo, mas mais do que bravo, ele estava prestes a beijar a nuca exposta de Hyungwon; se não fosse pela aproximação repentina do maior de forma rápida. 

— Por que você não me mostra esse seu rabo, hein Wonho? - huh, ele já estava em seu mood, Hyungwon poderia rasgar suas roupas e prender Wonho em seus braços, mas aparentemente estava tentando… controlar-se temporariamente. 

— Não vou mostrar a porra do meu rabo para você, porque estou puto e com frio. Não consigo nem olhar na tua cara sem sentir vontade de te descer o soco. - ow, Wonho poderia segurar um pouco toda a sua ira, mas sentiu que não iria engolir todas aquelas palavras por mais de uma hora; sentado ao lado de Hyungwon, sentindo a presença dominante do mesmo o cercando e o apertando com uma corda repleta de espinhos, era isso o que Wonho sentia quando o silêncio pairava sobre os dois. 

          Wonho nunca havia levantado a voz para Hyungwon, não é como se o mesmo fosse alguém que o comandasse, mas na maioria das vezes, Wonho costumava obedecer as ordens de Hyungwon, acompanhá-lo e exercer um papel que lhe foi dado. 

— Não irei fazê-lo esperar, não mais. Você pode me perdoar? - Hyungwon nunca curvaria sua cabeça para Wonho, não, ele não deixaria o mais velho se safar; quer dizer, suas palavras custavam caro, não costumavam sair por um preço baixo. Ele estipulava o quanto poderia valer cada sílaba. — Apenas, fique o resto da noite comigo… seja o meu refúgio Wonho. - Sim custavam caro, mas Wonho não esperava uma liquidação de última hora. Dessa vez, tudo saiu por uma pechincha para o mais velho.