Capítulo 28 - Labirinto

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Harry olhou para Sirius com lágrimas nos olhos, ele não acreditava que eles acabaram de se reencontrar e já estavam se despedindo novamente. Mesmo com dificuldade de comunicação eles conseguiram bolar um bom plano e Harry se agarrava a isso para não desanimar. Sirius explicou a ele como passar pelo labirinto e chegar até o local onde ficava a passagem do véu, e Harry contou com detalhes sobre cada lugar que passou alertando Sirius dos perigos e armadilhas que deveria evitar. Na noite seguinte iniciaria a lua cheia, então Sirius teria 7 dias para chegar até Aelo, e torcer para que ele concordasse em levar Sirius com ele pelo rio até a floresta. Harry esperaria por ele lá.
Os dois sabiam que não era o melhor plano, e que muitas coisas poderiam dar errado no caminho. Harry queria muito poder ir junto com ele mas não podia arriscar o pouco tempo que tinham quebrando a regra que recebeu no início da jornada. Ele conseguiu, achou Sirius e agora teria que confiar que no final os dois conseguiriam sair e se encontrar novamente.

- Tome cuidado no caminho, encontre o cão e se conseguir achar o Draco faça ele voltar com você. - disse Harry pela milésima vez.

Sirius confirmou com a cabeça, virou os olhos e em seguida sorriu. Harry olhou para ele tentando registrar aquele momento. Ele não estava pronto para dizer adeus ainda. Sirius percebeu a tristeza nos olhos de Harry e o abraçou forte. Sem soltar o padrinho, Harry falou:

- Nós vamos conseguir! Eu estarei te esperando e você vai adorar nossa casa! Ela é perto da floresta, tem um campo de quadribol nós seremos muito felizes lá. As crianças vão amar te conhecer e você vai ver que Gina é tão maravilhosa quanto te contei... - Harry desandou a falar enquanto Sirius dava tapinhas nas suas costas.

Ele soltou Harry de seu abraço, soltou um suspiro e acenou um adeus com a mão. Pegou o graveto e escreveu no chão:

Te vejo em breve Harry.

Antes que Harry pudesse tentar adiar a despedida novamente Sirius se transformou no grande cão preto e correu em direção ao desfiladeiro da montanha. Quando Harry chegou até a ponta pôde ver ele já quase o chão, descendo com dificuldade mas felizmente ainda inteiro.

- Até logo Sirius! - gritou Harry.

O grande cão negro virou a cabeça para Harry e olhou para ele por alguns segundos antes de correr floresta adentro.
Agora que Harry estava sozinho ele não tinha outra escolha além de enfrentar o labirinto. Harry andou rapidamente até a entrada do labirinto , tentando passar na cabeça todos os detalhes que Sirius tinha desenhado para ele. Seguir ao norte até chegar no meio do labirinto onde estaria o redemoinho que o levaria para o alto até a passagem do véu. Ele só deveria tomar cuidado com os caminhos que se fechavam e abriam e as criaturas perigosas que habitavam o labirinto.
Harry chegou na entrada do enorme labirinto e entrou. A altura das paredes verdes e folhosas era pelo menos 3 vezes o tamanho de Harry. Alguns corredores eram largos e outros bem estreitos. Lá dentro só se podia ouvir o som do vento batendo nas folhas. Ele tentou o máximo que pode andar para o norte mas volta e meia as passagens se fechavam antes que Harry as alcançasse obrigando - o a seguir por um caminho mais longo. A noite chegou e a lua brilhou no céu iluminando o chão do labirinto. A lua nunca estivera tão brilhante naquele lugar e isso significa que o tempo de Harry estava se esgotando. Ele ouviu o som de uma grande ventania e isso indicava que seu objetivo estava próximo. Harry andou mais alguns metros, virou uma esquina e depois outra e pode ver de longe o meio do labirinto onde ele deveria estar. No final daquele corredor havia um espaço aberto, como uma sala, com uma grande pedra quadrada rodeada por outras pedras menores. Sobre a pedra um redemoinho de vento levava algumas folhas e pedaços de gravetos em um movimento circular leve e delicado como uma dança. E na entrada desse local, fechando sua passagem como um guarda havia um enorme cão de três cabeças. Mas não, ele não se parecia com fofo. Realmente agora Harry sabia que Hagrid que tinha razão de chamá-lo assim. Perto desse cão o fofo era só um filhote. Ele era mais alto, sua pelagem era grossa e branca o que contrastava com seus olhos grandes e vermelhos e terrivelmente assustadores.
Mesmo a distância o cão viu e farejou Harry. Ele se pôs de pé e focou os três pares de olhos nele. Harry instintivamente deu um passo para trás e só então percebeu que a passagem por onde ele tinha vindo tinha se fechado. Não lhe restava outra alternativa além de seguir em frente. Ele passou as mãos nas vestes, não tinha nada ali com o que ele poderia se defender. Ele teria que pensar em algo, e rápido! Os olhos vermelhos do cão seguiam cada movimento que Harry dava. Aguardando, paciente. Ele tinha consciência que estava no poder e sabia que Harry não tinha para onde fugir.

Harry Potter e o véu da morte - FanficOnde histórias criam vida. Descubra agora