Malditas borboletas - solangelo

capítulo único: AAA, arrepios em pleno verão!!!

Olá, eu sou Nico di Angelo, vocês devem ter uma noção de quem eu sou: o filho de Hades sofrido, antissocial, sombrio e sem valor para a sociedade, essas coisas. É, acho que nunca me resumi tão bem. Enfim, os deuses do amor não vão com a minha cara, definitivamente! Primeiro: eu sou gay, e isso já dificulta a vida amorosa que eu nem tenho. Segundo: eu só me apaixono por quem não deveria, ou seja, pessoas cheias de vida, amadas por todos, bonitas, merecedoras de coisas boas, etc. Terceiro: eu não sei nem me amar, que dirá outra pessoa!
Enfim, mudando de assunto: fazem três meses que a guerra com Gaia acabou, ou seja, faz um tempo que eu saí da enfermaria, achando que ia "me livrar” do Will e buum, ele vira meu médico oficial. Merda. E ele estabeleceu uma rotina para mim: 07:15 eu sou derrubado da cama por Will, vou tomar um café da manhã saudável meio sem gosto, mas melhor que não comer nada, tomo um banho de sol, como se fosse uma cobra, faço exercícios leves, (tá, essa parte eu burlo, eu prefiro focar bastante na esgrima - e até um levantamento de peso eu faço), 12:00 obviamente, hora do almoço, com meu médico e seus irmãos, porque preciso "socializar”, faço algum programa estúpido com Will (que convenceu Quíron de que eu preciso aprender sobre a cultura jovem atual, e pra isso é necessário um televisor, internet e celular), depois ele me arrasta ou para uma caminhada cheia de piadas e brincadeiras idiotas, ou para ajudar na enfermaria, depois, jantar, e por fim, sou obrigado a cantar em italiano para o bando de mini-sóis (vulgo filhos de Apolo), que, sem qualquer sentido, alegam que se apegaram a mim.
Hoje, acordei mais cedo, 06:45, falta meia hora para mini-sol sênior vir me derrubar da cama, e eu não estou mais com sono. Decido levantar da cama, vou para o banheiro do chalé (que é até que grande por sinal) fazer minhas higiênes matinais. Retiro minha camisa de pijama e encaro meu reflexo no espelho, e dou uma leve risada do meu cabelo. Não porque ele está amassado, mas sim porque ele está diferente por um episódio até que engraçado que houve na enfermaria.

Will e eu tivemos uma pequena discussão, pois ele reclamou que meu cabelo estava muito comprido, e isso me deixava 'tedioso’, e eu falei que não estava nem aí.

W:- cuidado di Angelo, sempre que eu quero, eu consigo, e eu quero cortar seu cabelo!

N:- boa sorte então!

W:- obrigado, fantasminha!

Revirei meus olhos com um de seus inúmeros apelidos idiotas para mim, sem dar muita importância a aquela discussão. Como eu fui besta. No dia seguinte, acordei e senti falta de algo... A brisa vinda da janela aberta batia na minha nuca. Então me lembrei das palavras dele, fui correndo para o mini banheiro da enfermaria e me olhei no espelho, arregalei os olhos. Meu cabelo havia sido cortado em um estilo moderno, com as laterais curtas, quase rentes, a parte de cima mais comprida, mas não tanto quanto antes, deixando uma franja levemente ondulada, com cachinhos visíveis nas pontas, destacando meus olhos.

W:- olá lorde das trevas, gostou do corte?

N:- eu não acredito que você cortou meu cabelo enquanto eu dormia!!!

W:- ninguém mandou ter um sono tão pesado, darkboy!

Só quando um pouco de silêncio pairou que eu notei uma caixinha nas mãos de Will.

W:- sabe, enquanto fazia minha obra de arte no seu cabelo, notei que você tem furinhos nas orelhas, e pensei que não seria nada mal você usar uns brincos!

N:- tenho escolha?

W:- não! Agora coloca!

Coloquei os brincos a contragosto, eram somente argolinhas prateadas, 6 delas, duas em cada lóbulo, e outras duas na parte de cima da orelha direita.