Amnésia - Jihope/Hopemin

Capítulo 5 - I'm Sorry

                     Jung Hoseok

Assinei o último documento e o coloquei na pilha junto com os outros, eu já tinha acabado o serviço do dia e, como estava sem sono, eu pensei em adiantar o de amanhã.

Eu estava em minha sala na Jung Consolidated, já era tarde e provavelmente passava das onze da noite. Mas, desde que Jimin fizera as suas malas e me deixará há três anos, eu vivia para o trabalho. Eu tentei lutar por ele, eu tentei explicar o que realmente havia acontecido, mas ele nem quis me ouvir. Apenas pegou suas malas e partiu, me deixando completamente arrasado. O olhar no rosto dele de pura mágoa e raiva quando ele me disse adeus, me destruiu de um jeito que jamais imaginei ser possível.

Eu acho que amei aquele garoto desde a primeira vez que o vi, na sala de T.I. mordendo uma caneta vermelha. Tinha algo de inocente na forma como ele falou comigo tão atrapalhado, mas ao mesmo tempo tão fascinante. Eu vi me indo à sala dele com as desculpas mais esdrúxulas, chegando ao absurdo de derramar café no meu notebook apenas para que ele o consertasse, apenas para vê-lo se desconcentrar na minha frente. Não demorou muito para que eu o convidasse para sair, e depois disso, tudo entre nós seguiu um caminho perfeito.

Foi um começo lindo. Um relacionamento maravilhoso. E um término horrível.

Pouco tempo após Jimin me deixar, eu descobri que estava ele morando em Seul e trabalhando para o metido do Lee Taemin. Ele estava recomeçando a vida, me esquecendo, enquanto, eu estava aqui, ainda sentindo sua falta em cada parte do meu dia, em cada canto do nosso apartamento.

Me vi obrigado a continuar a vida sem ele. Por isso me tornei mais ativo na J.C., assumi o cargo de CEO que minha mãe tanto insistia. Mesmo sabendo que aquele trabalho não era pra mim, mas, pelo menos, assim eu mantinha a minha mente ocupada. Essa era a minha vida depois de Jimin, trabalho, trabalho e mais trabalho.

A ausência dele na minha vida, havia me tornado em um homem mais amargurado e descrente. Eu conheci o amor, eu sabia o quão incrível ele poderia ser ao ser vívido, mas quando o tive arrancado de mim, eu descobri o quanto amar podia machucar.

De certa forma, eu me acostumei a dor da ausência.

Até a noite em que recebi a ligação do hospital.

Ver Jimin numa cama de hospital me quebrou por dentro. Tão pálido, indefeso, machucado, sem que eu pudesse fazer nada para o ajudar . Eu me senti inútil. Por mais que os médicos me dissessem que ele estava se recuperando bem e que inclusive já tinha até acordado e conversado com eles, eu precisava ver com os meus próprios olhos. Eu precisava ouvir a voz dele, eu precisava ver as suas bochechas corarem, para ter certeza que ele ficaria bem.

Eu estava sentado no sofá ao canto do quarto, eu queria ficar mais próximo dele, segurar a mão dele, tocar aquelas madeixas douradas, mas eu estava aterrorizado com a reação dele quando me visse ali. Ele me expulsaria? Fingiria que eu não existia? Me mandaria ir embora da sua vida como fez há três anos.

Mas nada no mundo me preparou para o momento em que ele abriu os olhos e me chamou de amor. Aquilo doeu, ouvi-lo dizer aquelas palavras, me lembrou de que eu não o tinha mais. Me aproximei devagar, hesitante, ainda preocupado que a qualquer momento ele pudesse surtar com a minha presença ali. Mas não, ele agia como se estivesse feliz em me ver, como se me quisesse mais perto dele e aquilo fez o meu coração se encher com a esperança à qual eu nunca me permitir sentir antes.

Foi quando ele começou a me questionar sobre a aliança dele que eu percebi que algo estava errado. E quando a Dra. Hyeri confirmou as minhas suspeitas, eu fiquei sem saber o que fazer.

Aquele era o Jimin de três anos atrás, o Jimin que me amava, que acreditava que éramos um casal feliz. Eu não conseguiria contar a verdade. Eu não me atreveria machucá-lo à esse ponto, eu não poderia dizer a ele que não estávamos mais juntos. Eu não suportaria causar essa dor para ele. Não podia ser a razão do sofrimento dele outra vez.