Endless † Frerard

Perversão

se você compreendeu o tipo de paradoxo o qual o gerard ta envolvido, você sabe que é barra pesada. acho meio inútil, mas disclaimer: incesto. não pratique, é errado e coisa de gente doida, beijos.

como boa fã de dark, queria pôr uma sina bem pesada no personagem, o tipo de coisa que aterrorize ele até o fim dos tempos, é literalmente um dos piores paradoxos que existem no sentido moral (talvez os mais imorais de vocês achem até morbidamente engraçado).

• 🌪 •

Gerard não era mais Gerard, ele era aquele segredo sórdido e as toneladas de pensamentos repetitivos e estranhos acerca de sua mais nova fatalidade; Kyle era ele, segundo Frank. O que significava que Artémis além de sua esposa era sua... mãe e Mikey além de seu irmão era seu... pai. Significava que ele era tio dele mesmo e que toda a sua existência era um lapso insano de perversão.

Ludibriado a acreditar que era filho de si mesmo por quase dois anos para então ser levado embora de sua versão paternal mais velha por uma mulher desvairada e seu verdadeiro amor... obrigado a aceitar aquele novo homem em sua vida, da mesma forma que aceitamos manchas de idade em nossa pele, empurrando a realidade com a barriga até sermos forçados a confrontarmos o reflexo impiedoso de um espelho.

Verdades eram difíceis de engolir, verdades como aquela então...

"Gerard, você está bem?" Frank cortou sua linha de pensamento, ao que eles desciam mais uma vez da bicicleta, na mesma floresta a qual haviam pousado anteriormente.

"Tô." Mentiu, retirando o casaco de forma apressada e agoniada, para estende-lo em direção ao dono.

"Você não me parece bem." Frank constatou, apanhando o casaco, para recoloca-lo em seu devido lugar.

"Quero ir para casa." Afirmou, cerrando as mãos em punhos, numa tentativa malsucedida de conter o tremor que tomava conta de seu corpo.

"Está bem, mas tem que ser rápido." Ele disse, fazendo um barulhinho irritante com a língua, puxando do bolso o maldito relógio que havia dado início à todo aquele mar de pesadelos pedregosos.

"Como assim?" Gerard arqueou as sobrancelhas, desentendido.

"Você não vai mais poder ficar lá. Não é onde você deveria estar." Ele deu por fato, como se estivesse falando um 'bom dia'. Uma frase solta e esporádica, que irradiou uma tremenda de uma irritação em Gerard.

"Não posso fazer isso, deixar tudo para trás, se é o que está insinuando." Protestou, assistindo atento os dedos do homem se moverem sobre as rodas do relógio. "Tenho um trabalho e uma casa para cuidar, um divórcio para assinar..."

"Você realmente prefere essa vida mundana á descobrir o macrocosmo?" Frank riu, negando para si mesmo. "Não acredito em você, só está em choque... demorando para processar a sua nova realidade, acontece com os melhores de nós." Ele disse, dando de ombros, como se entendesse da dor que Way experimentava naquele mesmo instante. "Pode ser realmente doloroso, dependendo do paradoxo."

Paradoxo.

Gerard engoliu em seco e observou as árvores ao seu redor.

Pensou em Clara e em Max, seus pais, que aparentemente não eram tão seus pais assim, mas seus avós. Eles o haviam criado, de fato, sob uma raiz protetora e amável. Jamais o excluíram, o trataram diferente, ou o colocaram em segundo plano. Sempre foi um filho de verdade, sempre se sentiu como um filho de verdade. Mas não era. Havia sido deixado na porta deles como um filhote de cachorro. E a compreensão daquele fato era cruel, rasgando cada um de seus órgãos até infligir a mesma dor em seu coração partido.