Cap. II - A estrela

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Aqui e ali havia um salpicar de luzes avermelhadas, deixando um rastro de fogo e esfarelando-se no ar. Às vezes somente por alguns segundos, outros num piscar de olhos.

Os meteoritos variavam em tamanho e luminosidade. Mas vinham às dezenas, impossibilitando uma contagem. Ao longe se ouvia algum "uhuuu!" quando um dos grandes se aproximava pouco mais perto dos prédios, iluminando os terraços.

Simão deixa o copo na cadeira ao lado e saca o celular na tentativa de registrar alguma coisa, mas logo se dá conta de que tudo acontecia rápido de mais para uma foto. E ao tentar o vídeo, notou que a resolução da câmera não permitiria uma captura decente. Apagou a tela e resolveu apreciar a olho nu, afinal, valia a pena.

Depois de alguns minutos, distraído, apreciando a o acontecimento, chamou-lhe a atenção uma luz diferente. Primeiro porque tardava muito em se apagar. E, além disso, ela tinha um brilho rosado, não era o tradicional vermelho fogo que estava acostumado.

Aproximou-se ainda mais da mureta, apertando o quadril contra ela e projetando seu tórax para fora, com intuito de entender melhor o que era aquilo. Mas, sentiu-se mareado e um leve calafrio correu-lhe pela espinha.

Simão conhecia muito bem as estrelas cadentes e nunca tinha visto nada parecido, não via razões para pensar que fosse outra coisa, a despeito do tempo que durara e da cor, ela tinha todos os outros aspectos em coerência. Ela tinha durado uns quinze segundos e ele sabia que isso era um tempo gigante para uma estrela cadente.

Aprumou-se para melhorar da vertigem, talvez a proteína não lhe tivesse feito muito bem ao estômago. E observou a chuva mais um pouco, a fim de encontrar outra estrela semelhante àquela. Esperou alguns minutos e nada acontecia.

Abriu a rede social e começou a ler as postagens que seus amigos faziam. Era meia noite. Mas, alguns ainda estavam conectados. Havia fotos com borrões ao longe ─ por isso desistira de fotografar a chuva ─, taças de vinho com legenda #chuvademeteoros, mas nada sobre aquela estrela em especial. Então, ele decide perguntar se alguém mais a teria visto.

─ Gente, alguém viu a estrela cadente cor-de-rosa? ─ postou no feed e esperou alguém responder.

O fenômeno se abrandava. Agora, somente algumas poucas estrelas miúdas esparsavam-se no escuro da noite. Não havia muito mais para ver.

Como ninguém respondia, Simão conferiu o relógio. Meia-noite e cinco.

Hora de dormir.

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Obrigado e até o próximo capítulo! 

Proteja-me do que eu queroOnde histórias criam vida. Descubra agora