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Chin-sun estava se adaptando à vida de mãe solo, mas a presença constante de lembranças do ex-cônjuge tornava tudo ainda mais desafiador. Em um impulso, ela decidiu que talvez a vida fosse mais promissora em sua cidade natal. Lá, havia várias coisas que a faziam feliz: sua melhor amiga de longa data, que por obra do destino se tornaria sua nova vizinha. Era um bairro tranquilo, com uma excelente escola para seu filho, de recentes nove anos completos, frequentar e crescer.

- Jin, querido, vamos, temos que ir - Chin grita da sala. Ela estava tão ansiosa para mudar e se estabelecer que levou meses para preparar tudo, planejando uma casa onde uma criança pudesse crescer feliz mesmo sem a presença do pai.

- Calma, mamãe. - O garoto desce as escadas com sua mochila e sua pelúcia favorita, RJ, que o acompanha desde o nascimento. Toda criança tem seu brinquedo predileto, e RJ era o dele. - Como estou? - pergunta ele, girando em busca de aprovação para sua roupa.

- Está maravilhoso, meu amor, mas precisamos ir; Min Jee e Namjoon estão à nossa espera. - Min Jee, esse nome trazia lembranças de uma infância doce e alegre, e poderia passar horas rememorando as memórias com ela no colégio. Estava verdadeiramente empolgada para reencontrá-la.

- Vou sentir falta de casa. - Eles já estavam no carro, com a viagem prestes a começar.

- Eu também vou sentir saudades, mas agora teremos uma casa nova, um novo trabalho e uma nova escola. - ela diz, ajustando o retrovisor. A saudade assustava tanto quanto ao seu filho, mas se mantinha firme para transmitir a ele que tudo ficaria bem.

- Mas mãe, eu não tenho nenhum amigo lá.

- Não se preocupe, Jin, teremos a tia Min e o Nam. - No último ano, Min Jee foi o suporte para Chin Sun, e ela espera que Namjoon, o filho de sua amiga, seja o mesmo para Jin.

A viagem seguiu tranquila, porém, se não fosse pela necessidade de manter o foco no trânsito, sua mente certamente a teria consumido. A dor pela perda do amor de sua vida e pai de seu filho ainda era muito presente e delicada.

Um ano atrás, após uma doença cardíaca, Ji-hoon faleceu tragicamente, deixando um vazio profundo em sua família. Tudo aconteceu rapidamente: no início do ano, descobriu-se a doença, e com o tempo, tudo apenas piorou. O que mais surpreendia e preocupava Chin era a reação de seu filho diante de tudo aquilo. Afinal, ele era apenas uma criança, evitando falar sobre seu pai.

...

- Chegamos! - Ambos entram no condomínio e na frente de sua nova casa Min Jee e Namjoon esperavam com um grande sorriso.

- Chin! - exclama a mulher, correndo para abraçar sua velha amiga. - Que saudades! Como foi a viagem? - Ver sua amiga de perto trazia paz a Chin-sun; ela tinha bons pressentimentos sobre tudo o que estava por vir.

- Eu também estava com saudades Min! A viagem foi tranquila; Jin dormiu o tempo todo. - Ela abraça sua amiga fortemente.

- Jin, como você cresceu! Está tão bonito, assim como sua mãe. - A mulher se agacha até a altura do garotinho, ciente de que isso o deixaria mais confortável.

- Obrigado... - O menino, escondido atrás das pernas de sua mãe, estava animado, mas tímido.

- Jin, este é Namjoon. Ele tem quase a sua idade.- Seria o primeiro contato dos dois, suas mãe estavam nervosas para que os dois se dessem bem. O garoto chega mais perto de Jin e abre um sorriso de covinhas, incentivando-o a se aproximar também.

- Oi, gostei do seu ursinho. Também tenho um, é um coala. - Foi notável o interesse genuíno da criança ao ouvir essa frase.

- A gente pode brincar juntos, se você quiser. - Sua timidez foi sumindo aos poucos.

Gosto de você faz um tempoOnde histórias criam vida. Descubra agora