ㅤㅤcapítulo 1.

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ESSA NÃO ERA A VIDA QUE Mylaela imaginou que teria

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ESSA NÃO ERA A VIDA QUE Mylaela imaginou que teria. Uma túnica cor-de-areia cobria seu corpo, presa por um grosso cinto de couro e coberta por um manto marrom, enquanto seus pés deslizavam pelos corredores percorrendo todo o recinto atrás de sua oponente; ela vivia como uma Jedi, ela era uma Jedi. Era tudo o que ela sempre sonhou, tudo o que aprendeu a almejar, e mesmo assim ela não sentia empatia por sua tarefa árdua de todo dia. Ela sonhou com resgates bem sucedidos e paz, tudo o que conseguiu foi batalhas quase todo dia e droides bobos atirando para todos os lados. Como era de se esperar, deveria estar um pouquinho feliz por ter um adversário de carne e ossos após meses correndo atrás de máquinas.

A algum tempo a guerra havia se iniciado, saltando de sistema em sistema como ervas-daninhas e contaminando o sistema político de cada um dos planetas neutros ao mesmo tempo em que ameaçava a tranquilidade dos que eram assumidamente parte da república. A descoberta de um exército clone, que veio tão de repente, serviu de consolo para os Jedi que agora tinham suas funções e seu código ignorados, passando a comandar a guerra sob a alcunhas e títulos militares. 

Mas Jedi não são políticos, tão pouco soldados, Mylaela se lembrava toda vez que era recrutada para alguma missão. Onde estava a linha do código que dizia que eles eram pacificadores, com a utilização dos seus sabres apenas em último caso?

Ela sabia que, em Ryloth, Mestre Windu, Kenobi e o jovem Skywalker tentavam libertar o povo Twi'lek que vinha sendo aprisionado por Separatistas e em outros lugares da galáxia outros incríveis cavaleiros e clones lutavam pela liberdade. 

Todos eles, lutando por algo; seja para salvar suas vidas, sua estabilidade ou as pessoas que amavam. Não como ela, que lutava pelo bem-estar da Ordem, mantendo sua boa reputação e profissionalismo apenas para não desapontar os líderes do Conselho. Em uma guerra que nem ao menos era sua. 

— Demorou, mestra — Apollo murmurou em tom de zombaria ao vê-la chegar. — Achei que seria morto pela bruxa careca antes que você chegasse.

— Poupe-me de seus gracejos. Eu disse para não segui-la, e você como sempre não me escuta — ela respondeu correndo os olhos pela sala e fazendo ele revirar os olhos. — Onde?

Antes que ele pudesse tomar a iniciativa de responder a pergunta, Asajj saltou de algum canto acima de sua cabeça e surgiu diante dela. A jovem mulher desembainhou o sabre de luz em uma ação rápida e o agitou no ar, preparada para a defesa caso a sua inimiga atacasse. A luz amarela iluminando seu rosto obstinado.

Ainda mais rápida que sua defesa, foi a investida de Ventress. Por sorte, ou não, eram dois contra uma. Mas Asajj tinha o vigor de dez clones e as mesmas habilidades de um Mestre Jedi, seriam precisos mais do que uma Cavaleira e um Padawan para isso. A trancinha de Apollo sacudiu detrás da orelha dele enquanto se esforçava para atacar a mulher. Diferente do rapaz, Mylaela se defendia dos golpes dela quase vencida pelo cansaço.

A pálida Dathomiriana não mostrava nenhuma alteração no humor e no fôlego, com seus dois sabres escarlate ela defendia e atacava ao mesmo tempo. O sorriso escarnoso que ela exibia acompanhara os dois durante seu combate.

— Isso é o melhor que podem? Estou decepcionada — Asajj riu. — Estava esperando um pouco mais de emoção.

— Não há emoção, há...

— Quieto, — Mylaela repreendeu seu aprendiz, ele estava desviando a atenção. 

Um dos sabres de Ventress silvou ao lado da cabeça de Mourtheé a medida em que ela se abaixava para não ser decapitada. Os três estavam em uma dança agitada, violenta e fatal onde o desfecho era completamente imprevisível.

Uma porção de luzes bruxuleantes se agitaram na visão dos dois Jedi, como faíscas de fogo ao vento, muito admirava que elas não os atingissem. Se dirigiam para a assassina, no entanto, ricochetearam com os movimentos bem elaborados das mãos dela.

Clones. Eles sempre chegavam na melhor hora, para o bem ou para o mal. Muitos homens disparando enquanto dois Jedi a atingiam com suas lâminas e, mesmo assim, a guarda dela não baixava. Como ela conseguia, eles não sabiam. Mylaela agradeceria imensamente a presença deles, se ela não complicasse ainda mais as coisas. Lidar com alguém que sabia usar um sabre não era o mesmo que lidar com alguém com blasters

Com saltos acrobáticos ela desapareceu diante dos olhos de todos. Um irritado Apollo tentou segui-la outra vez, mas já era tarde. Mylaela o puxou pelo braço, na tentativa de fazê-lo desistir. Asajj era boa demais para ela que não tinha tanta habilidade em combate e para seu Padawan que mal sabia se controlar. E, depois, ela sempre retornaria para confrontar os Jedi, teriam bilhares de outras oportunidades; e ela esperava esperançosamente que essas oportunidades não fossem dela, nem de Apollo.

— Não vale a pena — ela se virou para os Clones e meneou a cabeça, os saudando e parabenizando pelo trabalho que estava cumprido, ou quase. — Nós temos que voltar para a Capital. Agora.

Correndo pelos, agora abandonados, corredores da base separatista os homens seguiram a moça. Fragmentos de fios e máquinas destruídas se amontoavam pelo chão, quase impedindo-os de fugir. A cada dois passos os pés deles se esbarravam em alguma peça danificada.


. *     ✦ .  ⁺   . . *     ✦ . 

As portas estavam trancadas. Provavelmente Asajj havia fechado-as antes de se retirar. Os dedos ágeis dos clones deslizavam pelos botões da cabine de controle, procurando um deles que desse a autorização necessária para chegar ao lado de fora. Se tivessem levado consigo uma unidade R, provavelmente, já estariam de volta à Coruscant há algum tempo.

Apollo pôs a palma da mão em uma dos leitores biométricos pela milésima vez e a voz robótica respondeu também pela milésima vez que o acesso havia sido negado. Lentamente ele se virou para sua Mestra que tentava abrir uma passagem na parede metálica, o que se tornou um pouco difícil pela espessura dela. O olhar sugestivo de seu aprendiz e os beeps do comunicador a fizeram parar o que estava fazendo. 

"General? Nós temos um problema".

— O que aconteceu, Emmett? 

"Encontramos uma bomba em um dos galpões do cruzador. Ativada."

Mylaela fechou os olhos em decepção enquanto Apollo dava pequenos socos frustrados na mesa. Por baixo dos capacetes, os semblantes dos clones não estavam mais felizes que os dos dois Jedi. A mulher ativou o sabre outra vez e o transpassou na parede, vendo toda a estrutura metálica derreter lentamente ao toque da lâmina cintilante.

— Paciência, nós estamos preparados para o que der e vier. Apenas saia da nave e espere a nossa chegada, — garantiu. — Apollo, vai ou não me ajudar?

Em meio à tropeços ele lançou-se ao lado da moça e auxiliou com seu próprio sabre a criar uma abertura entre o interior e o exterior da antiga base separatista, alta o bastante para os soldados da República passarem facilmente.


VERBOTEN. ❪obi-wan kenobi❫Onde histórias criam vida. Descubra agora