Os Originais

Cap 8: Tangerinas não são laranjas

-Onde está Arthur ?-Amélia perguntou impaciente sentada na mesa.
O dia nem sequer havia começado direito e já tinha um homem desaparecido.
-Desde que há um mês atrás ele fez aquele bolo pra você acabou por pegar gosto pela culinária e decidiu praticar mais disso.-Catarina respondeu sorridente,mas infelizmente com fome porque a comida ainda não tinha sido posta. A tão aguardada espera foi saciada,o homem de quem falavam entrou com tudo na sala em que as refeições eram feitas,colocou os pratos na pequena estante perto de uma janela que possibilitava uma vista perfeita para as casas de Banuk.

   Arthur limpou um pouco a farinha que marcava seu avental cor salmão e separou os pratos de cada um. O bolinho de Erza era no formato de seu colar,um machado com duas lâminas,o de Matt era sua espada que ligava o rapaz a sua originalidade,de Caty era no formato de nuvens,que o cozinheiro do dia ainda não sabia o motivo do interesse dela em partículas de gelo ou água,por fim o de Amélia,bolinhos no formato de corações.O homem sentou-se e aguardou os seus "clientes" experimentarem e ficou muito satisfeito por obter um resultado positivo de todos eles,Arthur praticou bastante durante o mês desde que Catarina o tinha ajudado,queria conseguir por conta própria fazer o que ele chamava de "obras culinárias".
- Erza,eu já expliquei diversas vezes que essa forma para descascar laranjas é estranha.-A mulher de cabelos castanhos disse ao fitar a menina usar uma faca para tirar a parte superior e inferior da laranja e o resto da casca provavelmente arrancaria com os dedos.
-Você e Arthur tem esse péssimo hábito. Isso suja a casa toda com as gotas que escapam da fruta.-Amélia continuava seu pequeno discurso,apesar de desacreditar que a garota realmente mudaria esse costume.
-Laranja dela,regras dela.-Matt disse enquanto saboreava seu bolinho.
-Pega isso.-Catarina estendeu um pequeno pote onde Erza poderia comer sem deixar cair o líquido da fruta e evitar deixar Amélia irritada.

     Geralmente quando mães brigam com seus filhos existe toda a irritação inicial que depois de um tempo diminui até o ponto de não sentir tanta emoção ao lembrar da bronca. Com Erza e Amélia não foi diferente,apesar de não terem relações sanguíneas,mesmo que inicialmente a mulher tenha visto e ignorado a garota quase morrer para levar ao quarto uma caixa pesada com as coisas necessárias pra cuidar de Kalkan. Um tempo passou e as duas voltaram a se falar normalmente,sobre qualquer assunto banal ou para Amélia lhe chamar atenção por outras coisas,como o jeito atípico de se comer uma laranja.
-Jovens,vocês terão uma aula com a Emi hoje. Algo relacionado ao significado de fato das originalidades. Então é melhor prestarem atenção,aquela mulher pode ser perversa quando quer.-Arthur dizia enquanto comia seu bolinho em forma de um simples bolinho.
-Acredite,eu sei disso.-Matt respondeu com uma expressão de alguém que se lembrava de algo definitivamente não muito agradável.
-Aposto que se lembrou quando ela não te conhecia e achou que você tinha machucado Floyd de propósito em um dos treinos na Arena.-Catarina sorriu ao mencionar esse fatídico dia.

    Erza,Matt ,Catarina e Kalkan esperavam por Floyd do lado de fora da oficina,pelo menos faziam isso até escutarem um estrondo forte vindo de dentro do local. Eles entraram rapidamente,mesmo com a fumaça inibindo a visão,ainda conseguiram enxergar dois corpos jogados no chão,correram preocupados em direção a eles. Estavam ansiosos e aflitos até escutarem risos,quando se aproximaram viram Emi tentando brigar com Floyd pelo erro cometido na aplicação do óleo na máquina,mas os dois não conseguiam conter as risadas. Matt e Catarina ajudaram o loiro a se levantar,enquanto Erza tentava auxiliar a mulher.
-O aprendizado de hoje é o acerto de amanhã.-Emi disse simples e pegou um pano para limpar as manchas de tinta causadas pela máquina,depois jogou para que Floyd fizesse o mesmo.
-O que trás vocês a está humilde oficina ?-O loiro indagou.
-A sua mãe tem uma aula na Arena hoje,achamos que poderíamos ir logo com vocês.-Matt disse,só que a expressão de Emi se fez confusa
-Aula?Eu não tenho....Ah,lembrei.-A mulher ficou um pouco constrangida por ter se esquecido desse pequeno detalhe.
-O Arthur não lhe avisou?-Catarina queria saber.
- Eu não costumo prestar muito atenção no que aquele homem de dois metros costuma falar.-A mulher com traços asiáticos disse.
-Se nos apressarmos podemos chegar no horário e desfazer a impressão de que a própria preceptora esqueceu que tinha uma aula hoje.-Erza propôs com Kalkan do seu lado.