Um casamento quase perfeito - IMAGINE NCT

01. É um prazer conhecê-lo, cunhado!

Era final da noite, John ainda não havia chegado. Certamente estava com alguns de seus "amigos" bebendo ou talvez comendo alguma garota.

Eu odiava a ideia de ser uma bela corna na qual não tinha como tirar esse título. Casar com o Seo na época foi como ganhar na loteria, porém eu só não sabia que esse casamento seria uma tortura.

Meus pais estavam falindo e então me casei com ele, nada adiantou já que eles acabaram morrendo em um acidente de carro. Trágico.

Tive que criar meus próprios planos, esses que o meu maridinho ao menos imagina o que são. Porém continuar com Seo era obrigatório e necessário.

Fechei o notebook encerrando os trabalhos de hoje e resolvi ir na banheira. Assim que tudo ficou pronto me permiti relaxar.

Ouvi o chamado de Yuta, um serviçal da casa e que também posso chamar de amigo. 

— Senhorita, trouxe seu jantar já que não a vi na mesa. — Yuta sempre foi um fofo comigo e eu realmente gosto desse garoto que sempre cuida e se preocupa comigo, bem mais que o meu "marido exemplar".  Além de ser um gato é lógico.

— Obrigada Yuta, acabei me empolgando com algumas coisas e me esqueci das horas. — Sorri para o garoto enquanto saia da banheira, indo para o quarto.

— Às vezes fico curioso com o que tanto mexe naquele notebook. — Seu olhar seguiu para o aparelho. — Você não desgruda dele, então é provável que seja algo muito secreto! 

Eu ri com sua curiosidade, quem sabe um dia eu conte para ele o que tanto faço. Nakamoto sorriu em resposta ao perceber que eu não falaria nada, deixou a bandeja em cima da cama e saiu.

Ao fechar a porta a mesma é aberta novamente mostrando agora o homem alto de terno, meu querido marido.

— Aquele pirralho acabou de sair daqui e você estava apenas de toalha?! — Sua cara era irritada, não entendi o motivo do "ciúme" repentino.

— Calma docinho, esse corpinho é todo seu! — Pisquei para o homem que revirou os olhos.

— Apenas lembre-se que não pode trair seu marido, principalmente se for com o empregado, não quero ser taxado de corno na minha própria casa!" - Ele estava alterado e o perfume feminino era sentido de longe, eu não ligava para suas traições apenas me questionava até quando iria viver nessa situação. — E outra, é seu dever estar presente na mesa em todas as refeições. Você ao menos trabalha, faça pelo menos isso, ok?

Assim saiu em direção ao banheiro e eu resolvi ir até o jardim da casa esfriar a cabeça. Quem aquele cara pensa que é? Se bobear eu trabalho mais que ele! Novamente pensava em trocar o dia pela noite para evitar Seo.

No jardim, eu não estava sozinha. Os pais de John estavam ali discutindo, evitando um tom mais alto.

— Como pode pensar na ideia da volta daquele moleque?! Foi por culpa dele que nós quase falimos! — O patriarca indagou chocado.

— Pare de pensar apenas em dinheiro! Ele também é meu filho, anos se passaram e ele não é mais um garotinho mimado! — Minha sogra contrapôs calando o marido. — Ele vai voltar para essa casa e ponto final.

Me escondi nos arbustos para que eles saíssem sem notar minha presença. A existência de um outro filho nunca foi citada nessa mansão, muito menos vi fotos com algum outro integrante menor a não ser John.
Com algumas perguntas em mente, resolvi ir dormir mesmo a contragosto. Seria o melhor agora para essa mente bagunçada.

[...]

O dia amanhaceu ensolado, calmo e com um clima bom. O contrário do que acontecia no andar de baixo. Aqui mesmo no quarto conseguia ouvir o escândalo de John, então para me distanciar do mal humor matinal dessa família, fui novamente para o jardim.

O jardim é o meu lugar predileto dessa casa, onde consigo me acalmar e fazer meu trabalho direito, sem interrupções.

Por curiosidade, pesquisei sobre o segundo filho dos Seo. E de fato ele existia, Jeong Jaehyun. O mesmo tem o antigo sobrenome da Senhora Seo antes de casar, ou seja, esse filho provávelmente ela teve sozinha. Fiquei entretida procurando suas informações e vendo suas fotos, que na maioria eram antigas, de alguns anos atrás.

— Isso é a prova de que o tempo apenas melhora as pessoas. — Sou surpreendida quando uma voz grave muita próxima atinge meus ouvidos. Ao me virar, sinto minhas pernas tremerem. A minha frente estava um dos homens mais bonitos que havia visto, o famoso molha calcinhas. Seu sorriso ladino contrastava em seu rosto e adimirar aquele homem foi algo automático.

— Não sabia que minha volta para essa casa seria tão... — Ele faz uma pausa em sua fala para me olhar da cabeça aos pés mantendo aquele maldito sorriso. — Agradável!

Agradável seria se eu pudesse beijar aquele cara e tirar peça por peça daquele terno extravagante que por estar sem camisa social me dava uma prévia daquele pecado em pessoa.

— Vejo que encontrou sua cunhada meu filho! — A senhora Seo apareceu me tirando de meus devaneios e me trazendo a realidade. Aquele era Jeong Jaehyun, o irmão de Seo John, meu futuro pesadelo que irá dormir no quarto ao lado e também possível dono de meus sonhos mais sujos.

— É um prazer conhecê-lo, cunhado!